EUZIANY TEODORO
DA REDAÇÃO
Os familiares do funcionário da Infraero, José Laurico Medeiros, 39 anos, que morreu em um acidente na Rodovia MT-251, que liga Cuiabá a Chapada dos Guimarães, fizeram, nesta sexta-feira (13), um protesto pela retirada dos blocos de concreto que foram instalados na via, a pedido do Supermercado Atacadão.
José Medeiros foi mais uma vítima dos blocos, conhecidos como “gelo baiano”. Ele morreu no início da madrugada de quinta-feira (5), após perder o controle da motocicleta Honda CB Strada 200 que pilotava.
No veículo, viajava também a esposa do funcionário público, Márcia Martins Medeiros, 41, que fraturou a perna esquerda. Ela continua internada e sem previsão de alta médica. Os dois filhos – um de um ano e outro de três –, que também estavam na moto, saíram ilesos.
Nesta tarde, os manifestantes bloquearam os dois sentidos da rodovia, com o objetivo de chamar a atenção do Governo do Estado, que aprovou, em regime de urgência, a colocação dos blocos. Para eles, o Estado é culpado pela morte de José e tem obrigação de resolver o problema.
A irmã da vítima, Erica Keyty Medeiros, cobrou aplicação correta do dinheiro público pelo Governo. “Dinheiro para andar de carro bom eles têm. Pra comer do bom e do melhor, eles tem. E, agora, falam que não têm recurso pra tirar isso daqui? Se vira. Não pagamos impostos à toa”, disparou.
O protesto durou cerca de uma hora e os familiares de José prometem continuar “incomodando”, até que uma atitude seja tomada. “Até quando vai morrer gente aqui? Será que precisa esperar morrer o governador ou o prefeito para retirar esses blocos?”, questionou a filha de José Laurico, Stefany Medeiros.
Outro acidente
O manifesto dos familiares pode ter feito ainda mais sentido nesta sexta-feira. Durante a madrugada, o motociclista Edson Levi Moreira da Silva, de 24 anos, e a estudante Thuani Tamires da Cruz, 17, que estava na garupa de um Honda Twister, caíram do veículo, após bater num dos blocos.
Segundo testemunhas contaram à Polícia, o choque foi tão violento que a frente da motocicleta ficou destruída. Pedaços da carenagem e do velocímetro ficaram espalhados pelo pequeno acostamento. As vítimas, no entanto, sofreram ferimentos leves.
Para os policiais do Plantão Metropolitano da Capital, caso nenhuma providencia seja tomada, mais pessoas poderão ser vítimas, uma vez que os blocos e a falta de acostamento são perigos constantes para os condutores de qualquer tipo de veículo.