Cuiabá, Sábado, 12 de Julho de 2025
APÓS REUNIÃO NO DF
16.01.2019 | 20h50 Tamanho do texto A- A+

Mendes bate o martelo e decide decretar calamidade financeira

Governador quer ter mais fôlego para tirar o Estado da grave crise econômica em que se encontra

Alair Ribeiro/MidiaNews

O deputado Eduardo Botelho e o governador Mauro Mendes

O deputado Eduardo Botelho e o governador Mauro Mendes

DA REDAÇÃO

O governador Mauro Mendes vai protocolar na Assembleia Legislativa, nesta quinta-feira (17), o decreto de calamidade financeira de Mato Grosso, como medida emergencial para buscar o reequilíbrio das contas do Estado.

 

Ele irá explicar os detalhes sobre o decreto em coletiva à imprensa no Palácio Paiaguás, às 11h.

 

Mauro Mendes se reuniu em Brasília na quarta-feira (16) com o ministro da Economia, Paulo Guedes, e apresentou a grave situação pela qual passa o Estado, com um acúmulo de dívidas de restos a pagar na ordem de R$ 3,9 bilhões.

 

A dívida tem causado o atraso de meses no pagamento de fornecedores de serviços essenciais à população, além de dificultar a quitação em dia dos salários dos servidores públicos.

 

“Mato Grosso tem um grande potencial, mas agoniza pelo excesso de despesas, pelo crescimento da folha e pelos repasses que o Executivo não consegue mais suportar. Embora a economia privada vá bem, o Estado vai mal. Não honra com suas despesas básicas na Saúde, na Segurança, e corre o risco de colapsar serviços essenciais para a vida do cidadão”, afirmou.

 

“Vamos aguardar agora a aprovação da Assembleia Legislativa para que nós possamos colocar em marcha esse plano de recuperação”, explicou o governador, que destacou a necessidade da aprovação do decreto pelo Legislativo Estadual.

 

Conforme o governador, durante a reunião o ministro Paulo Guedes avalizou a decisão sobre o decreto e ainda classificou a medida como “acertadíssima”.

 

“O ministro deixou claro que somente os Estados que tiverem a coragem de tomar as medidas corretas conseguirão reequilibrar as contas. Ele disse que esse era o momento de expor as feridas e comunicar isso para a população, porque a população é a nossa patroa”, relatou.

 

Mauro Mendes ainda lembrou que já tomou outras medidas profundas para amenizar a situação financeira do Estado, a exemplo das propostas encaminhadas à Assembleia que visam reduzir os gastos e frear o aumento irresponsável de despesas do Executivo.

 

“Nós estamos também tomando medidas para melhorar a performance da receita, tributando o agronegócio através de fundos, e criando mecanismos para diminuir despesa e aumentar receita”, completou.

 

Também participaram da reunião com o ministro o senador eleito Jayme Campos; o deputado federal Victorio Galli; os deputados federais eleitos Emanuelzinho, Neri Geller, Nelson Barbudo e José Medeiros; e os secretários de Estado Mauro Carvalho (Casa Civil), Rogério Gallo (Fazenda), Gilberto Figueiredo (Saúde) e Cesar Miranda Lima (Desenvolvimento Econômico).

 

Consequências

 

As normas estabelecidas em um eventual decreto de calamidade financeira estão elencadas no artigo 65 da Lei de Responsabilidade Fiscal, que estabelece a calamidade pública. Não há uma referência específica à situação financeira por ser algo muito peculiar, segundo especialistas. Mas é a partir deste artigo que Estados têm criado a figura da "calamidade financeira".

 

O artigo 65 da LRF muda os prazos que o Executivo teria que cumprir caso houvesse estouro dos limites com folha salarial. Este é o caso de Mato Grosso, que, conforme dados do segundo quadrimestre de 2018, gastou 54,29% de sua receita com salário. O limite máximo, conforme a legislação, é de 49%.

 

Conforme a LRF, em situação normal, o Estado teria que eliminar o percentual excedente nos dois quadrimestres seguintes. Com o estado de calamidade, Mato Grosso não precisaria cumprir os prazos de controle de despesas de pessoal.

 

Além disso, também seriam dispensados os limites de endividamento, o atingimento dos resultados de metas fiscais e a limitação de empenho e movimentação financeira, previstos pela LRF em situação normal.

 

 

 

Entre no grupo do MidiaNews no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).




Clique aqui e faça seu comentário


COMENTÁRIOS
3 Comentário(s).

COMENTE
Nome:
E-Mail:
Dados opcionais:
Comentário:
Marque "Não sou um robô:"
ATENÇÃO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do MidiaNews. Comentários ofensivos, que violem a lei ou o direito de terceiros, serão vetados pelo moderador.

FECHAR

Luciano Ferreira  17.01.19 07h45
Se Mato Grosso fosse uma empresa privada, o Pedro Taques-PSDB teria quebrado e falido ela.
36
12
Albino Pfeifer Neto   16.01.19 23h56
E A FARRA DOS INCENTIVOS FISCAIS VAI ACABAR?
40
1
ANTONIO   16.01.19 23h21
O Executivo tem que entender uma coisa - o valor dos repasses constitucionais para os Poderes e o TC não é dinheiro do Executivo - é dinheiro dos Poderes que o Executivo arrecada - pelo fato de os Poderes não serem órgãos arrecadadores - simples assim....
13
26