O senador Jaime Campos (DEM) criticou duramente o posicionamento que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) tem adotado em relação à condução da Reforma da Previdência.
Segundo o congressista, o presidente está “terceirizando” as articulações políticas com o Congresso Nacional, quando o ideal seria ele próprio assumir a responsabilidade e abrir diálogo.
Nos últimos dias, Bolsonaro e o presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (DEM) têm trocado farpas publicamente.
Após alfinetadas de Carlos Bolsonaro, filho do presidente, Maia abriu mão das articulações e afirmou que a “responsabilidade do diálogo com os deputados daqui para frente passa a ser do Governo”. A relação entre o presidente e Maia piorou ainda mais nesta semana, quando o democrata falou que era hora de Bolsonaro parar de brincar de ser presidente.
“Lamentavelmente o Executivo quer terceirizar toda possível composição que possa ter para aprovar a Reforma da Previdência. [...] Está faltando muita habilidade. O encaminhamento está sendo feito de forma errônea. Terceirizar para os presidentes da Câmara e Senado? É quase uma missão impossível”, disse o senador.
Jaime saiu em defesa do colega de partido e disse que o bate-boca com o presidente foi necessário.
A discussão endossou o papel do Congresso Nacional, que segundo o senador, é o de aprovar ou rejeitar peças encaminhadas pelo presidente à Casa, e não o de articulação política.
“Agora, o bate-boca que houve foi no bom sentido, sobretudo porque o que o presidente da Câmara Rodrigo Maia disse vai botar as coisas em seu devido lugar. Não é possível transferir para a Câmara toda a responsabilidade, sem ter nenhuma participação do Executivo”.
“O presidente Bolsonaro vem de uma fase ótima em relação às suas eleições, mas as coisas estão passando. Os boletos cobrando o que ele prometeu em campanha estão chegando. E ele deve assumir de fato o seu papel, que é de ser interlocutor do Congresso com Executivo”, completou.
Previdência e votação
O Governo Federal encaminhou a proposta para Reforma da Previdência a Câmara dos Deputados, justificando uma economia de, ao menos, R$ 1 trilhão em 10 anos.
A pretensão do Governo é que o projeto seja aprovado ainda no primeiro semestre.
Jaime adiantou que a tendência é votar contra partes da reforma da Previdência. “Eu, particularmente, não voto para retirar nenhuma conquista. Por exemplo: os direitos adquiridos do cidadão são uma coisa intocável. E essa reforma ele está mexendo com a vida das pessoas”, disse.
“Nós vivemos em uma democracia plena e essas conversações são coisas corriqueiras. Ninguém vai empurrar goela abaixo os seus congressistas. Até porque o assunto é muito importante”, finalizou o congressista.
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5 Comentário(s).
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Edson 29.03.19 08h29 | ||||
O trabalho de convencimento deve ser feito pelo Governo e pela base de apoio no Parlamento. É um projeto polêmico e recheado de conflito de interesses. O Presidente da Câmara não iria se "queimar" por causa do Governo. E outra, hipoteticamente, Presidente de Mesa, de Comissão, ou de qualquer Casa do Legislativo, tem a missão de conduzir os trabalhos no plenário/câmaras e decidir quais propostas serão colocadas para votação. Não é função dele articular, convencer, os demais parlamentares. | ||||
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Ariosvaldez Rodrigues de lima 28.03.19 14h12 | ||||
Senador Jaime, você foi meu segundo voto para o senado. É bom que saiba que nós, eleitores, não acreditamos nessa expressão "articulações políticas"! O que queremos é que os senhores e os deputados façam seu papel, afinal, foi para isso que os elegemos; o governo já fez o papel dele! | ||||
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Vitor 28.03.19 12h16 |
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Ana 28.03.19 11h36 | ||||
Eu votei no Henrique Meirelles, que também é a favor da reforma de uma previdência que eu, apesar de ser mulher, também só vou poder me aposentar com 63 anos por tempo de contribuição. | ||||
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claudio 28.03.19 11h31 |
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