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SEM ESPETÁCULO
31.03.2019 | 11h19 Tamanho do texto A- A+

Chefe do Naco: “Lugar de bandido é na cadeia, não na televisão”

Procurador de Justiça diz que, à frente de núcleo, pretende preservar integridade de investigados

Alair Ribeiro/MídiaNews

O procurador de Justiça Domingos Sávio de Barros Arruda

O procurador de Justiça Domingos Sávio de Barros Arruda

CÍNTIA BORGES
DA REDAÇÃO

O procurador de Justiça Domingos Sávio de Barros Arruda, novo chefe do Núcleo de Ações de Competência Originárias (Naco) Criminal, do Ministério Público Estadual, criticou a exposição excessiva de pessoas presas em operações.

 

Em entrevista ao MidiaNews nesta semana, Domingos Sávio disse que, à frente do núcleo, pretende evitar a espetacularização das prisões que vierem a ser realizadas.

 

O Naco Criminal tem a competência de processar pessoas com foro especial por prerrogativa de função, como políticos detentores de mandatos.

 

“Eu não quero espetacularização. Até porque bandido não é estrela de cinema. Estrela de cinema é outra cosia. Lugar de bandido é na cadeia, e não na televisão, nem nas páginas dos jornais. É na cadeia!”, disse. 

 

Eu não quero fazer espetáculo de prisão, e colocar cenas de gente sendo presa. Eu vou respeitar a integridade das pessoas, a imagem

“Eu não quero fazer espetáculo de prisão, e colocar cenas de gente sendo presa. Eu vou respeitar a integridade das pessoas, a imagem”, completou.


Segundo o procurador, é importante respeitar o princípio da presunção de inocência.

 

“Até porque as pessoas estarão sendo investigadas e o desgaste da imagem é impressionante. E esse alguém já é tachado como bandido. Nós temos que preservar as pessoas”.

 

“Outra coisa é sobre resultados: depois que a pessoa estiver processada, condenada. O que não quer dizer que não divulgaremos nomes. Nomes tudo bem. Imagens que humilham, que atingem fortemente a honra da pessoa, é totalmente despiciendo”, finalizou.

 

O crime não compensa

 

Dentre os diversos casos em que atuou, Domingos Sávio esteve à frente das primeiras fases da Operação Sodoma, que investigou suposto esquema de cobrança de propina em troca de contratos e incentivos fiscais durante a gestão do ex-governador Silval Barbosa.

 

Conforme dados de auditorias realizadas pela Controladoria Geral do Estado (CGE), R$ 1,03 bilhão foram detectados em irregularidades cometidas à época. Em negociação com o Ministério Público Federal, por conta de uma delação, Silval aceitou devolver algo em torno de R$ 80 milhões em patrimônio.

 

O montante representa 8% do estimado pela CGE. Para o procurador, ainda que se devolva pouco do desviado, o crime não compensa.

 

“Eu tenho uma certeza: o crime sempre compensou no passado. Antes não se investigava ninguém, não se processava ninguém, não se prendia ninguém no Brasil. Hoje, você investiga, processa, condena e prende”.

 

“Hoje você vê prefeitos e governadores sendo processados e condenados e afastados do cargo. O sistema de justiça tem melhorado no Brasil, eu tenho convicção que sim. Pela própria experiência que tenho no Ministério Publico, onde estou há mais de duas décadas”, afirmou o procurador.

 

Para ele, isso se deve a atuação independente do MPE e o investimento em uma polícia preparada. 

 

“Quando ingressei no MPE, não havia nada disso. As pessoas hoje falam a 'Justiça não funciona'. Como? Hoje temos legislação capaz de fazer esses enfrentamentos, temos agentes estatais capacitados para as investigações e processos”,  finalizou. 

 

 

 

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COMENTÁRIOS
5 Comentário(s).

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Oscar  01.04.19 07h47
Excelente!!!!! Que sirva de exemplo para todas instituições...
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Dr Luciano Nascimento  31.03.19 19h07
Dr Domingos, se o Senhor cumprir o que afirmou na reportagem do jornal, ganhou um fã, pois hoje o que mais temos são autoridades midiáticas querendo se promover a custa de trabalhos duvidosos quando da apuração de crimes. Fica meus Parabéns pela iniciativa!
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Graci Ourives de Miranda  31.03.19 17h21
Dr. Domingos Sávio de Barros Arruda, certíssimo, bandidos tem que ficar na cadeia e trabalhando arduamente para valorizar o ser humano licito.
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Moacir de Araujo jorge  31.03.19 16h04
Moacir de Araujo jorge, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas
ELOI WANDERLEY DA SILVA  31.03.19 12h25
Concordo que lugar de bandido é na cadeia, agora nós (população) temos o direito de ver a cara dos bandidos que vem roubando o MT e o Brasil. Pra roubar os trabalhadores esses bandidos sabem, agora querer preservar as caras desses bandidos não Concordo, esses bandidos tem que pensar antes de nos roubar. Exposição já.
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