Diretor-administrativo da Santa Casa de Cuiabá, o capitão da reserva Daniel Pereira admitiu, na noite de segunda-feira (1º), que o hospital ainda não possui um levantamento de seu real déficit financeiro.
Em reunião realizada na segunda-feira (1º), o Governo de Mato Grosso e a Prefeitura de Cuiabá exigiram que a Santa Casa realize um levantamento com o valor da dívida, para que assim, possam fazer algum repasse.
No dia 11 de março, a diretoria alegou inviabilidade financeira para pagar passivos com servidores e fechou as portas.
“Não havia controle dessa dívida. Nós estamos auditando o que a Santa Casa deve. Hoje não consigo passar esses dados. Estou há 40 dias na Santa Casa. A cada momento me passam uma informação desconectada”, revelou o diretor-administrativo.
Conforme o capitão, em levantamento preliminar realizado na unidade filantrópica aponta um passivo de aproximadamente R$ 100 milhões. Somente com a folha de pagamento, são cerca de R$ 10 milhões.
“Os números não estão disponíveis não é porque a gente não quer passar. É porque nós estamos auditando para saber. Na verdade, ninguém sabia. Nós criamos uma controladoria que está verificando todos os números”, disse.
“Vamos fazer um chamamento de todos os credores para saber o que a Santa Casa deve. Nós estamos trabalhando para dizer para quem deve e quanto deve”, completou o capitão.
A estimativa é de que nesta quarta-feira (3) um levantamento parcial seja entregue ao Governo do Estado e Município.
“Não vou dizer que vão ser todos os dados. Porque em relação à dívida com os fornecedores é mais complicado. Nós precisamos verificar quanto é essa dívida”.
Reunião
Na reunião desta segunda, o secretário de Estado de Saúde Gilberto Figueiredo exigiu que a unidade filantrópica abra a “caixa preta” para realizar possíveis repasses. Ele lembrou que a Santa Casa é uma unidade de saúde particular e, por isso, não pode injetar dinheiro público sem garantias que serão bem geridos.
“Que apresentasse de forma clara: qual o passivo da Santa Casa e que a unidade proponha um planejamento que possa ser contratual com o Governo do Estado e Ministério da Saúde por meio dos repasses que são realizados ao Fundo Municipal para a perenidade do serviço”.
Figueiredo lembrou que, em 2018, houve a contratualização junto à Santa Casa de serviços médicos a serem prestados pela unidade, no valor de R$ 38 milhões, em recursos federais e estaduais. Este não foram prestados em sua totalidade.
“A Santa Casa conseguiu produzir apenas R$ 12 milhões em serviços, deixando de arrecadar R$ 26 milhões. Portanto, está clara a pré-disposição dos governos federal e estadual em subsidiar e valorizar o serviço da Santa Casa, mas depende que a entidade adote medidas corretas de gestão”, explicou Figueiredo.
Após o levantamento, ainda deverá ser feito um plano de execução, elaborado pela Prefeitura de Cuiabá em conjunto com o Governo do Estado e a diretoria da unidade. Esta é uma exigência do Ministério da Saúde para fazer repasses - sem cifras definida - do Fundo de Saúde da União para a unidade.
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3 Comentário(s).
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Guilherme 03.04.19 14h24 | ||||
ate o momento nao vi estes governntes terem um pouco de consciencia que existem pessoas que estao a seis meses sem receber...que estao passando necessidades...porque nao liberam vrbas pelo menos pra subdisiar o pagamento dessas folhas em atraso....nao se esquecam ano que vem e elicoes de novo | ||||
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+Rogério 02.04.19 10h31 | ||||
Sugiro uma mudança de nome para Santa Casa da Mãe Joana. | ||||
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Albanir berigo 02.04.19 10h12 | ||||
Vergonha para o estado de Mato Grosso; cadê o ministério público; cadê o poder judiciário; para acabar com essa pouca vergonha | ||||
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