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INVESTIGAÇÃO
01.04.2019 | 14h10 Tamanho do texto A- A+

MPF denuncia ex-prefeito, 3 ex-secretários e mais 20 pessoas

Denúncias fazem parte da 1ª Fase da Operação Tapiraguaia, desencadeada no dia 30 de janeiro pela PF

Arquivo/MidiaNews

O ex-prefeito de Confresa, Gaspar Domingos Lazari (detalhe), um dos denunciados

O ex-prefeito de Confresa, Gaspar Domingos Lazari (detalhe), um dos denunciados

DA REDAÇÃO

O Ministério Público Federal em Barra do Garças apresentou seis denúncias à Justiça Federal, contra 24 pessoas sob a acusação de fraudes nos processos licitatórios referentes às áreas de saúde, educação e infraestrutura rural do Município de Confresa, a 1.180 km de Cuiabá. 

 

A apresentação das denúncias faz parte da 1ª Fase da Operação Tapiraguaia, desencadeada no dia 30 de janeiro pela Polícia Federal, em conjunto com o MPF em Barra do Garças e com a Controladoria Geral da União, com o objetivo de investigar esquema de desvio de recursos públicos federais.

 

Entre os denunciados está o ex-prefeito de Confresa, Gaspar Domingos Lazari, a ex-secretária de Educação do Município, Agenora Moraes da Silva, o ex-secretário de Administração, Domingos Dias Pinto, a ex-secretária de Finanças, Eliete Juliana Lazzari, além de assessores jurídicos, membro da comissão de licitação e empresários (confira a lista ao final da matéria).

 

Tanto o ex-prefeito quanto o pregoeiro José Carneiro da Silva figuram nas seis peças de denúncia, com base no artigo 90 da Lei nº 8.666/1993 (frustrar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expediente, o caráter competitivo do procedimento licitatório, com o intuito de obter, para si ou para outrem, vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação).

 

Além das circunstâncias particularmente demonstradas em cada caso, também é evidencia do intuito de todos os denunciados em perpetrar a fraude licitatória em conjunto, e com o fim de obter vantagem indevida, as gravíssimas e diversas irregularidades que foram constatadas pela Controladoria Geral da União

De acordo com as denúncias, os acusados frustraram o caráter competitivo de processos licitatórios para construção de escolas; para aquisição de material permanente, móveis e eletrodomésticos para a Secretaria Municipal de Saúde; para aquisição de tablets para o E-Sus; para contratação de serviços gráficos para a Saúde; para construção de uma UPA e uma Unidade Básica de Saúde e, também para a compra de gêneros alimentícios para abastecer 13 escolas de Confresa durante os anos de 2015 e 2016.

 

Além disso, fraudaram uma carta convite entregando uma mercadoria pela outra, com qualidade e valores substancialmente inferiores.

 

Consta das denúncias fatos levantados durante a investigação que demonstram evidências de que os documentos que compõem o processo licitatório, como editais, atas de concorrência pública, entre outros, já haviam sido previamente confeccionados, com o objetivo de direcionar o resultado do certame.

 

Em um dos casos, na concorrência pública nº 01/2014, que tinha como objetivo executar as obras de construção da Escola Babinski, no valor de R$ 3.493.798,10, repassados pelos Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), os denunciados José Carneiro da Silva (presidente da comissão de licitação), Gaspar Domingos Lazari (então prefeito – período de 2013 a 2016), Almir Romualdo da Silva (empresário), Iranizo Matos Rodrigues e Domingos Dias Pinto (membros da comissão de licitação) e, por fim, Agenora Moraes da Silva (secretária de Educação à época), em conluio, montaram o procedimento licitatório, bem como inseriram cláusulas restritivas no bojo do respectivo procedimento licitatório, frustrando assim o caráter competitivo.

 

De acordo com a denúncia, os documentos comprovam que, em apenas um mês, a comissão de licitação realizou todo um processo licitatório no valor de R$ 3.493.798,10.

 

“Tal circunstância temporal aliada à complexidade do certame, à necessidade de seguir a risca todos os procedimentos legais e aos atos padrões lançados no bojo do procedimento administrativo – que não analisaram o caso concreto de forma efetiva, indica que o processo licitatório foi efetivamente montado e direcionado”, consta da denúncia.

 

“Além das circunstâncias particularmente demonstradas em cada caso, também é evidencia do intuito de todos os denunciados em perpetrar a fraude licitatória em conjunto, e com o fim de obter vantagem indevida, as gravíssimas e diversas irregularidades que foram constatadas pela Controladoria Geral da União (CGU), ocasião em que ficou caracterizado vultuoso prejuízo ao erário federal em decorrência de inúmeras fraudes, cometidas, sobretudo, a partir do pagamento de serviços não executados e adiantamento de valores às empresas contratadas”, ressalta a denúncia.

 

Confira a lista dos denunciados:

 

José Carneiro da Silva – pregoeiro

 

Gaspar Domingos Lazari – ex-prefeito

 

Almir Romualdo da Silva – empresário

 

Iranizo Matos Rodrigues – membro da comissão da licitação

 

Agenora Moraes da Silva – ex-secretária de Educação

 

Domingos Dias Pinto – ex-secretário de Administração

 

Genival Marques da Cruz – empresário

 

Edivanda Vieria Lang – empresária

 

Vera Lúcia Cruz – empresária

 

Vilmar de Oliveira – empresária

 

Ariovaldo Luiz Perondi – assessor jurídico

 

João Cleiton de Araújo Medeiros – assessor jurídico

 

José Roberto de Oliveira Costa – assessor jurídico

 

Marcos Antônio Dias Machado – empresário

 

Eliete Juliana Lazzari – ex-secretária de Finanças

 

Charles Cristiano Honório de Oliveira – empresário

 

Diego Honório de Oliveira – empresário

 

Ronievon Miranda da Silva – empresário

 

Divino Eduardo Duarte Rodrigues – empresário

 

Regina Maria Pascualote Santos – empresária

 

Maicon Martines Lucero – empresário

 

Leonora Martines Lucero – empresária

 

Edimar Ferreira dos Santos – empresário

 

Roque Pereira da Costa – empresário

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ezequias Pereira   02.04.19 01h42
É muito bom, ver a justiça, fazendo o trabalho bom.
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