Cuiabá, Sábado, 5 de Julho de 2025
ONOFRE RIBEIRO
17.01.2019 | 07h33 Tamanho do texto A- A+

Missões de estadistas

Ou se discute a crise com maturidade se vota como se deve votar

Já está bem claro que o governo de Mato Grosso afundou!

 

Não cabe mais nem discutir as causas. Quebrou feio. Essa é a questão!

 

Vamos nos socorrer da História, porque esta não é a primeira vez que acontece. Em 1979, a divisão de Mato Grosso deixou o primeiro governo, do engenheiro Frederico Campos, na absoluta miséria. A luta dele por organizar tudo e dar rumos ao Estado foi imensa. Acompanhei de perto. Deu certo. Mas apertaram-se os cintos ao limite.

 

A Lei Complementar 31/77 que dividiu o Estado previa recursos pra custeio e investimentos aos governos nos dois estados, até que eles se tornassem autossustentáveis, em dez anos. Mas o governo federal quebrou com a segunda crise do petróleo mundial em 1983 e deixou de repassar  recursos. Endividou-se!

Essa nova crise não será resolvida sem dor. Cortes, cortes e mais fortes. Vai doer. A diferença, talvez, seja que naquelas o Estado não era tomado pelas corporações públicas como agora.

Em 1995 assumiu Dante de Oliveira, esquerdista tradicional, na época filiado ao PDT dirigido com mão de ferro por Leonel Brizola. No governo descobriu que o governo estava completamente quebrado. Para cada real arrecadado, devia 3 na praça, fora outras dívidas com o governo federal, que eram muito altas. Dante entrou em parafuso, mas não teve como evitar. Fez uma profunda reforma fiscal no governo. Fechou o banco do estado, vendeu a empresa de energia elétrica, municipalizou a de saneamento e fechou as empresas de habitação, de saneamento, de gestão e demitiu 10 mil servidores admitidos antes sem concurso.

 

Desgaste político absurdo. Mas os resultados garantiram-lhe a reeleição em 1998. Agora vem Mauro Mendes enfrentando um terceiro ciclo de crises desde a divisão de 1979. Tão grave quanto aqueles citados.

 

Essa nova crise não será resolvida sem dor. Cortes, cortes e mais fortes. Vai doer. A diferença, talvez, seja que naquelas o Estado não era tomado pelas corporações públicas como agora.

 

A bola cai no colo da próxima Assembléia Legislativa, com 14 deputados recém-eleitos. Cheios de adrenalina e muitos com pesados compromissos corporativos com sindicatos e carreiras de servidores públicos.

 

Na época de Frederico e de Dante os deputados discutiram muito e debateram longamente as crises. Agora não será diferente. De um lado o governador se quiser sobreviver terá que ter postura de estadista. E os deputados também. A diferença talvez seja que a população atual está muito mais atenta e descontente com políticos e com governos.

 

Portanto, os debates se partirem pro corporativismo não terão apoio da sociedade. Ou se discute a crise com maturidade se vota como se deve votar, ou veremos mais uma legislatura desprestigiada pela população. Ah. Pra finalizar. Se tem uma coisa que a população não quer são os corporativismos de todas as naturezas.

 

Deputado pode e deve ter cabeça de estadista!. Nesse momento não cabem mediocridades!

 

ONOFRE RIBEIRO é jornalista em Mato Grosso.

*Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do MidiaNews. 

 

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