Sim, todos se perguntam como e o porquê coisas assim acontecem. Teremos várias teorias que levarão a várias discussões na área de saúde pública, mental, social e familiar e até religiosa.
Mas e as vítimas?
Como lidar com o transtorno pós-traumático (TEPT) depois que presenciaram a tragédia?
A TEPT é compreendida por um conjunto de sintomas físicos e emocionais ligado a ansiedade que ocorre após o evento psicologicamente estressante. As manifestações incluem recordações aflitivas e recorrentes do fato ao qual a vítima foi submetida com sonhos repetitivos referentes ao evento, sensação de que tudo está ocorrendo novamente, podendo acarretar várias alterações físicas(gastrointestinais, sudorese, tremores, taquicardia) e transtornos emocionais (ataque do pânico, crise de ansiedade, depressão) quando em contato com lembranças de algo que simboliza o trauma. As vítimas, precisam de tratamento psicológico e medicamentoso.
Sempre aconselho meus pacientes a uma intervenção logo após o trauma para reduzir o sofrimento imediato das vítimas impedindo respostas tardias e crônicas. As vítimas devem ter a oportunidade de compartilhar suas experiências, embora o ato de recordar o evento traumático possa parecer intrusivo e desagradável, na verdade serve como um mecanismo para enfrentar e superar o trauma. A exposição repetida da memória traumática pode diluir a natureza do choque.
Os familiares das vítimas também necessitam de grupos de autoajuda para quem possam falar de suas experiencias traumáticas, seus medos, o alívio pelos que sobreviveram, o luto pelos que não conseguiram e até mesmo a culpa por estarem vivos. Esses sentimentos não podem ser revividos sozinhos, sendo necessário compartilhar a dor para se tornar menos doloroso superar.
Solidarizo com todas as vítimas da “Chacina de Suzano”, a escola, os alunos e familiares.
CARMEN LUCIA DOS REIS ALMEIDA é psicóloga.
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