Cuiabá, Quinta-Feira, 3 de Julho de 2025
VICENTE VUOLO
21.03.2019 | 07h32 Tamanho do texto A- A+

Muskat, a Capital de Oman

É um país árabe situado na costa sudeste da Península Arábica

 

Depois de visitar Dubai, Abu Dhabi, a paradisíaca ilha de Sir Bani Yas Is (Emirados Árabes Unidos) e a cidade de Kassab no extremo norte de Oman, a minha viagem pelo Oriente Médio terminou em Muskat, a capital de Oman.

 

É um país árabe situado na costa sudeste da Península Arábica, que já foi colônia portuguesa. Faz fronteira com os Emirados Árabes Unidos a noroeste, Arábia Saudita a oeste e o Iêmen ao sul e sudeste. E compartilha fronteiras marítimas com o Irã e o Paquistão. A parte costeira, onde está Muskat, é formada pelo Mar da Arábia (é uma parte do Oceano Índico entre a Península Arábica e a Índia).

 

Oficialmente, Sultanato de Oman, o país está situado numa posição geográfica estratégica ao norte no estreito de Ormuz, que demarca a divisão do Golfo Pérsico com o Golfo de Oman, no Oceano Índico. Acontece que 60% do petróleo das arábias passa obrigatoriamente por lá. Graças a sua localização, bases militares foram usadas em 2001 pelas forças dos Estados Unidos envolvidas em ataques terrestres contra o Afeganistão e a captura de Osama bin Laden.

 

Até meados do século XIX, Oman era um entreposto de escravos e armas. Com o fim da escravidão, a região entrou em decadência e a economia ficou reduzida à agricultura, ao comércio de camelos e caprinos, à pesca e o artesanato.

 

Oman certamente será um país com o qual o Brasil ganhará muito se incentivar uma maior integração econômica, cultural e científica

Com a descoberta de petróleo na década de 1960, e principalmente, depois que o Sultão Qaboos chegou ao poder, em 1970, o país passou de medieval e atrasado (sem esgoto e energia elétrica) para uma nação de vanguarda em assistência sanitária, escolas, estradas, internet e água potável. Estamos falando de um grande salto na qualidade de vida de cerca de 3 milhões habitantes que desfrutam de um PIB de 29 mil dólares anuais per capita.

 

Quem visita Muskat, pode presenciar algo bem diferente da faraônica Dubai, nos Emirados Árabes, pois, não existem as arquiteturas mais altas do mundo nem a mesquita mais pomposa. A grande maioria das casas são padronizadas com a cor branca e térreas, e não podem ter mais de seis andares. Uma paisagem de encher os olhos de uma cidade moderna e muito limpa. Existe, também, uma evolução em relação a Arábia Saudita, jovens com mais de 21 anos têm direito ao voto, as mulheres estudam, trabalham e dirigem automóveis.

 

No antigo bairro da capital está situado o Palácio Al Alam, a residência cerimonial do Sultão Qaboos bin Al Busaid. O exótico palácio está representado pelas cores azul, que representa o céu e o mar, e o amarelo, o sol e o petróleo. O complexo palaciano é ladeado por dois fortes de construção portuguesa do século XVI, o Mirani e Jalali.  

 

Como não poderia faltar numa cidade importante muçulmana, foi construída ao longo de período de seis anos, de 1995 a 2001, a Grande Mesquita. Para comemorar os 30 anos de seu sultanato, Qaboos a deu de presente à nação. Cercada por cinco miranetes, cada qual simbolizando os cinco votos sagrados feitos por cada muçulmano devoto para reafirmar a sua fé. Assim como outras mesquitas, essa não economiza em detalhes e grandiosidade.

 

A espetacular Royal Opera House é um símbolo da importância que o Sultão dá à cultura. Apaixonado por música clássica, ele deu vida a orquestra com 120 elementos para proporcionar espetáculos num grandioso teatro com teto realizado à mão por artesãos locais, como motivos tradicionais.

 

O que pude perceber nas três grandes construções de Muskat, a Royal Opera House, a Grande Mesquita e o Palácio do Sultão, são a presença de elegância sem ostentação.

 

Nada melhor que encerrar a minha jornada, visitando o Souk Muttrah, um mercado tradicional omani, que oferece ampla variedade de mercadorias, principalmente souvenirs típicos da região de Oman. Do mercado pode-se desfrutar da vista maravilhosa para o mar ou para as montanhas escabrosas.   

 

Foi no Souk Muttrah, que pude conversar com alguns cidadãos locais e tirar algumas fotos. Foi aí que percebi o elevado grau de simpatia e hospitalidade dos omanis que carregam sempre consigo um grande sorriso no rosto.

 

Eles irão viver um período de grandes oportunidades nos próximos anos, 43% de sua população tem menos de 15 anos. É o que os estudiosos chamam de bônus demográfico, quando grande parte da população é jovem e em idade de trabalho. Ao investir em educação e modernizar as relações sociais, o governo certamente está organizando um país com fortes condições de voltar a ser uma potência regional. Se, ao mesmo tempo, puderem promover o desenvolvimento sem a brutal desigualdade social que se observa nos países da região, Oman certamente será um país com o qual o Brasil ganhará muito se incentivar uma maior integração econômica, cultural e científica. 

 

VICENTE VUOLO é economista e cientista político.

 

*Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do MidiaNews. 

 

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