Cuiabá, Sábado, 12 de Julho de 2025
ELIZÂNGELA FARIAS
26.03.2019 | 07h15 Tamanho do texto A- A+

Globalização perversa

Ela traz uma visão de mundo fragmentada, pautada na coisificação ideológica

No mês de março fomos acometidos pela fatalidade planejada do ataque a escola de Suzano cidade do interior de São Paulo, onde tivemos inúmeros inocentes mortos, outros fisicamente feridos e outros emocionalmente abalados pela barbaria. Todos que assistiam o acontecimento buscaram o motivo de tanta violência brutal.

 

Os responsáveis pelas investigações descobriram que todo ato tinha a conexão em rede, onde toda a perversidade do planejamento, contatos, aquisições e informações eram realizados por meio da conectividade. Deparamos com questões sociais de ordem ideológicas geradas pela globalização perversa que traz ao mesmo tempo avanço e conhecimento por outro lado vem acompanhada da persuasão de comportamentos.

 

A perversidade gera a fragilidade e vulnerabilidade humana tão pouco percebida pelo âmbito familiar que também é acometido pela tal influência da conectividade em rede. A globalização nada mais é que o sistema unificando a ação humana mundializada em tempo e espaço por meio de aparelhos eletroeletrônicos digitais que teve origem pela competividade do mercado dinâmico.

 

A globalização nada mais é que o sistema unificando a ação humana mundializada em tempo e espaço por meio de aparelhos eletroeletrônicos digitais que teve origem pela competividade do mercado dinâmico

A economia competitiva sem fronteira referenciando os estudos do Milton Santos, acarretou comportamentos individualistas arrebatadores e possessivos, como, na vida econômica (a maneira como as empresas trabalham umas com outras); na ordem política (a maneira como os partidos frequentemente abandonam a ideia de política para se tornarem simplesmente eleitores), na ordem de território (as cidades brigando umas com as outras, as regiões reclamando soluções particularistas). Todos esses aspectos foram gerados da democratização da informação onde podemos chamar do mercado da globalização.

 

A globalização perversa traz também uma visão e concepção de mundo fragmentada, pautada na coisificação ideológica e na diluição de vida fluídica direcionada a atos momentâneos, empregando novas concepções sobre o valor a cada objeto, a cada indivíduo, a cada relação, a cada lugar legitimando novas regras de produção e consumo. No entanto, a formação moral humana respaldada em valores em tal contexto redefine ocorrendo segundo Milton Santos o emagrecimento intelectual, o abandono da solidariedade e da educação, redução da personalidade.

 

Por fim, a conectividade em rede que tanto adoramos e necessitamos traz consigo o modelo persuasivo da globalização perversa dentro do nosso lar e convívio social, onde perdemos até mesmo nossa própria identidade e domínio sobre a nossa vida e dos nossos filhos.

 

ELIZÂNGELA FARIAS DE OLIVEIRA é mestranda em Educação pela PUC-SP.

*Os artigos são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do MidiaNews. 

 

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