Não me coloco entre aqueles que veem conspiração em todas as publicações, reportagens ou pesquisas realizadas pelos meios de comunicação críticos do atual governo.
Faz parte da democracia e é função da imprensa publicar sua opinião, a favor ou contra quem quer que seja, inclusive sobre os políticos do momento.
A crítica e a liberdade de expressão são essenciais.
No entanto me pareceu muito fora do contexto a pesquisa Datafolha, mostrada pelo jornal Folha de São Paulo no último dia 10.
Sob o pretexto de avaliar se os brasileiros apoiam ou não o pacote anticrime do ministro Sergio Moro, o instituto de pesquisas elaborou perguntas absolutamente dissonantes daquilo que se deseja saber.
Por exemplo, a pergunta: "A sociedade brasileira seria mais segura se os policiais matassem mais suspeitos de crimes?", não tem nenhuma relação com o objeto do Pacote. Obviamente que o Ministro não tem a intenção de estimular a matança de bandidos na sua proposta. A ideia é ampliar o principio de excludente de ilicitude em casos específicos. Se o policial cometeu um assassinato não enquadrado nesse excludente, será punido pela Lei.
A pergunta feita pelo pesquisador, nem de longe, permite concluir se os brasileiros são a favor ou contra a verdadeira proposição.
Outra pergunta: "Policiais deveriam ter mais liberdade para atirar em suspeitos mesmo que isso possa atingir inocentes"?, também distorce sobremaneira a ideia do pacote Anticrime. Não há, em nenhum ponto da proposta, a determinação para o policial atirar em bandido, caso haja algum civil em risco. Um policial que atinja um civil continuará sujeito às penas da Lei, caso tenha agido contra o protocolo estabelecido pela instituição a que pertence.
Aqui também a pesquisa não tem nenhuma finalidade: será que existe alguém de bom senso, que seja favorável a expor a risco de morte um inocente?
Fico me perguntando: porque um instituto como o Datafolha, com larga experiência na área, faria uma pesquisa tão desconexa do objeto a ser pesquisado?
Penso que pode ter sido puramente um erro, que passou despercebido pela edição; pode ter sido desconhecimento real do pacote anticrime, ou, de repente, mais uma manifestação do viés esquerdista que parece prosperar entre os jornalistas deste jornal.
É bem possível que tenha sido uma atitude proposital com a intenção de induzir a população a rejeitar o pacote do Ministro Moro.
Jornais são empresas independentes que podem manifestar-se como bem entender, desde que cumpram as leis. Cabe ao leitor escolher os que lhe parece mais confiável.
RENATO FILHO é empresário
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