Durante sua fuga do Brasil em direção à Bolívia, no final de 2018, o terrorista Cesare Battisti passou por Sinop, Lucas do Rio Verde e Cáceres, segundo investigações realizadas por autoridades italianas. A informação foi divulgada pela imprensa do País europeu, onde ele foi condenado à prisão perpétua.
Batisti foi preso no sábado (12) na cidade boliviana de Santa Cruz de La Sierra e já foi levado para a Itália.
De acordo com uma reportagem do jornal Il Messaggero, um dos mais importantes do País, a localização de Battisti estava sendo rastreada através do aparelho de celular dele e de pessoas que o auxiliavam na fuga.
Através dos rastreios, a polícia italiana descobriu que no dia 15 de dezembro, Battisti embarcou em um vôo de São Paulo para Sinop. Outras movimentações foram identificadas, primeiro em Lucas do Rio Verde, segundo o Il Massagerro.
Já o site Occhi Dela Guerra diz que em Sinop Battisti cometeu um erro ao conectar seu celular à rede wi-fi do Aeroporto, deixando rastro para as autoridades que o caçavam.
Antes da chegada de Batisti à Bolívia, as autoridades italianas também detectaram sua passagem por Cáceres, na fronteira.
“Battisti é parado e levado para a delegacia. Ele entende que acabou, mas continua a pensar como um clandestino: quando os policiais perguntam se ele quer ir e pegar suas coisas, se recusa e não revela onde passou os últimos dias, protegendo aqueles que o protegeram”, encerra a reportagem do Il Messaggero.
A trajetória
Battisti foi condenado à prisão perpétua pela acusação de quatro assassinatos na Itália, na década de 70: contra um guarda carcerário, um agente de polícia, um militante neofascista e um joalheiro de Milão (o filho do joalheiro ficou paraplégico, depois de também ser atingido).
Na época, ele integrava a organização PAC (Proletários Armados Pelo Comunismo).
Após ser detido em Milão, Battisti foi preso em 1979 e fugiu em 1981. Em 1993, foi condenado à revelia à prisão perpétua por dois homicídios e por cumplicidade em outros dois, cometidos em 1978 e 1979.
Depois de passar pelo México, encontrou refúgio na França entre 1990 e 2004, graças à proteção do ex-presidente socialista François Mitterrand, que se comprometeu a não extraditar nenhum militante de extrema esquerda que tivesse renunciado à luta armada.
Em 2004, com um novo governo na França, o terrorista fugiu para o Brasil com uma identidade falsa.
Depois de três anos vivendo na clandestinidade, em 2007 foi detido no Rio de Janeiro e ficou quatro anos na prisão.
Em 2009, o Supremo Tribunal Federal autorizou sua extradição, mas deixou a decisão final nas mãos do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que acabou rejeitando.
Em dezembro do ano pasado, o ex-presidente Michel Temer autorizou sua extradição após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux determinar a prisão do italiano. Battisti voltou à clandestinidade e, neste sábado (12), foi preso em Santa Cruz de la Sierra, no leste da Bolívia.
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3 Comentário(s).
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Egídeo 16.01.19 10h58 | ||||
Ernesto Cheguevara também esteve em Cuiabá e Cáceres. Em Cuiabá almoçou com famílias tradicionais que lhe deram guarida. Dizem que em Cáceres esteve mais de uma vez. Debret disse que ele atravessou a fronteira várias vezes a procura de armas, homens e recursos. | ||||
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AUREMÁCIO CARVALHO 16.01.19 08h23 | ||||
É IMPRESCINDÍVEL QUE SE IDENTIFIQUE OS CONTATOS DE BATISTTI EM MATO GROSSO. POR QUE SINOP? QUEM O ACOLHEU? E CÁCERES? SEM DÚVIDA, A ESQUERDA FESTIVA DEVE EXPLICAÇÕES...... | ||||
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aloisio 16.01.19 08h13 | ||||
Preso na Bolívia, nem retornou ao Brasil. Bonito para nossa cara! Evo deu o drible da vaca em Bolsonaro... | ||||
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