Cuiabá, Segunda-Feira, 14 de Julho de 2025
PÂNICO EM CÁCERES
18.03.2019 | 16h00 Tamanho do texto A- A+

Aluno que sugeriu massacre chora e se diz arrependido

Adolescente de 17 anos criou grupo no Telegram sobre suposto ataque a escola de Cáceres

Montagem/MidiaNews

Em um das imagens, é possível ver que uma pessoa brinca com o episódio de Suzano, classificando os assassinos como

Em um das imagens, é possível ver que uma pessoa brinca com o episódio de Suzano, classificando os assassinos como "amadores"

BRUNA BARBOSA
DA REDAÇÃO

O adolescente de 17 anos - que criou um grupo no aplicativo de mensagens "Telegram" onde anunciava a ideia de um massacre na Escola Estadual União e Força, em Cáceres (a 234 km de Cuiabá) - chorou muito e afirmou estar “arrependido da brincadeira de mau gosto” durante interrogatório na Polícia Civil.

 

A denúncia do caso foi feita à polícia pelo pai de um aluno da unidade escolar na sexta-feira (15). Ele afirmou que o filho foi adicionado em um grupo do aplicativo nomeado como: "Massacre no União e Força".

 

Ao MidiaNews, o delegado responsável pela investigação Alex Cuyabano, contou que o adolecente que criou o grupo afirmou, durante interrogatório, ter “envergonhado muito os pais”.

 

“Nós ouvimos vários menores da escola. Quem criou o grupo está muito arrependido, chorou bastante, acha que envergonhou muitos os pais e que foi uma brincadeira de mau gosto”, disse.

 

Ainda segundo o delegado, após as investigações da polícia, foi descartado o risco de planejamento de um massacre na escola estadual.

 

Nós ouvimos vários menores da escola. Quem criou o grupo está muito arrependido, chorou bastante, acha que envergonhou muitos os pais e que foi uma brincadeira de mau gosto

O jovem afirmou ter criado o grupo após ver outros grupos de escolas comentando sobre o massacre na Escola Professor Raul Brasil, no município de Suzano, em São Paulo, realizado por Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, 25 - que se suicidaram logo após o ataque.

 

Uma hora após a criação, o grupo foi excluído pelo próprio adolescente, segundo o delegado.

 

“O grupo criado durou uma hora só e ele mesmo deletou. Não há nenhuma descrição de uma ‘arquitetação’ de um plano para atacar a escola. Foi mais uma brincadeira de mau gosto”, explicou.

 

Alex Cuyabano também afirmou que a “brincadeira” do adolescente causou grande pânico no município e nos alunos da unidade escolar.

 

Sindicância

 

Ao todo, 14 estudantes de grupo de 18 integrantes do grupo foram ouvidos pela Polícia Civil. Todos tinham entre 15 e 17 anos de idade.

 

Os envolvidos no grupo não têm histórico de infrações penais ou mesmo ocorrências no âmbito escolar, segundo o delegado.

 

Mesmo assim, uma sindicância de apologia ao crime foi lavrada e será encaminhada ao Ministério Público Estadual, para a tomada das medidas cabíveis em relação aos menores.

 

"Não foi observada uma letalidade maior que essa, algo que fosse arquitetado, um plano de ataque, nada nesse sentido. Foi mais uma brincadeira de jovens”, explicou o delegado.

 

Reprodução

print grupo caceres

Grupo no Telegram foi excluído uma hora após criação, segundo o delegado

A Coordenação da escola também deverá realizar avaliação psicológica em todos os alunos que participaram do grupo no Telegram. 

 

O caso

 

O pai relatou os fatos à diretora da escola, que decidiu registrar um Boletim de Ocorrência na tarde de sexta-feira (15).

 

"A comunicante comparece neste Cisc para informar que na referida escola tem um aluno que está fazendo apologia ao crime. Aluno este que criou um grupo no Telegram onde já tem 18 membros", diz trecho do BO.

 

No documento também foram anexados imagens de um dos trechos da conversa. Em um das imagens, é possível ver que uma pessoa brinca com o episódio de Suzano, classificando os assassinos como "amadores".


Outro integrante do grupo ainda questiona: "Vamos fazer o massacre mesmo?"

 

Não foi observada uma letalidade maior que essa, algo que fosse arquitetado, um plano de ataque, nada nesse sentido

Tragédia em Suzano


Na quarta (13), dois jovens mataram sete pessoas na Escola Estadual Raul Brasil. Antes do ataque, um deles matou o próprio tio, dono de uma loja de automóveis em Suzano (SP).

 

Entre os mortos haviam cinco alunos e dois funcionários da escola.


Os assassinos foram identificados como ex-alunos do colégio. A Polícia diz que os dois tinham um "pacto" segundo o qual cometeriam o crime e depois se suicidariam.

 

O Ministério Público de São Paulo investiga se uma organização criminosa que atua através de um fórum na Deep Web está por trás do massacre ocorrido em São Paulo.

 

Fórum Dogolachan

 

O fórum que era frequentado pelos assassinos é conhecido por reunir pessoas que discutem abertamente assuntos como prática de crimes, violação de direitos humanos, além de racismo e misoginia.

 

A plataforma pode ser encontrada na 'Deep Web' e é muito difícil de rastrear qualquer um dos membros justamente pela criptografia utilizada.

 

Após o ocorrido, a dupla passou a ser tratada como heróis pelos frequentadores do fórum.

 

Leia mais sobre o assunto:

 

Diretora denuncia grupo que sugere "massacre" em escola de MT

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COMENTÁRIOS
4 Comentário(s).

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RUBEM DUTRA  24.03.19 18h45
Acho muito pouco a palavra arrependido, o estrago foi muito grande interromper pra sempre o futuro de uns jovens, para os que ficam a dor da ausência não tem nem como explicar, você cria um filha e quando ele sai para ir a aula, pensamos só coisas boa do futuro, derre pente vem a notícia que a morte levou seu filho pra sempre, é tristeza pra vida toda!.
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clenira tavares de lima rondon  21.03.19 09h07
Gente, nossas autoridades tem que dar atenção para os nossos adolescentes, o negocio é sério. O que será deles?Trabalhar junto com os pais, hoje temos toda a informação do mundo e parece que não está adiantando nada.Quais são os valores importantes para eles?
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Brenner Bedin   18.03.19 19h29
Falta de taca. Uma bela surra resolve. Bota pra trabalhar.
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Prof. Nelson  18.03.19 18h28
Lágrimas de crocodilo. Apenas isso...
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