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SAÚDE PÚBLICA
22.03.2019 | 11h10 Tamanho do texto A- A+

Funcionários do Júlio Müller entram em greve e fazem protesto

Apenas 30% dos atendimentos são mantidos no hospital; categoria é contra aumento da carga horária

Sintuf-MT

Ato em frente ao Hospital Júlio Müller simbolizou o início da greve

Ato em frente ao Hospital Júlio Müller simbolizou o início da greve

BRUNA BARBOSA
DA REDAÇÃO

Os funcionários do Hospital Universitário Júlio Müller (HUJM), em Cuiabá, entraram em greve nesta sexta-feira (22), contra a mudança da jornada de trabalho de 30 horas contínuas para 40 horas semanais.

 

De acordo com a coordenadora administrativa do Sindicato dos Trabalhadores Técnico-administrativos em Educação da UFMT (Sintuf-MT), Léia de Souza Oliveira, a alteração comprometerá o atendimento do hospital.

 

Uma panfletagem foi realizada em frente ao hospital às 6h30 como ato simbólico do começo da greve por tempo indeterminado.

 

Segundo Léia de Souza, a nova jornada estabelece que os funcionários trabalhem quatro horas durante cada período, devendo cumprir duas horas de descanso, obrigatoriamente.

 

Atualmente, os funcionários do hospital realizam atendimentos durante seis horas contínuas.

 

“Não poderíamos trabalhar seis horas contínuas [como os funcionários faziam], porque é ilegal na jornada de 40 horas. Temos que interromper o atendimento durante duas horas. Não sabemos o que farão nesse momento em que os funcionários precisam parar”, explicou Léia de Souza.  

Sintuf-MT

HOSPITAL JULIO MULLER

Funcionários fizeram panfletagem em frente ao hospital nesta sexta-feira (22)

 

Ela explicou que, de “forma unilateral”, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) determinou que a nova jornada de trabalho seja seguida a partir do dia 1º de abril deste ano.

 

De acordo com a coordenadora, os funcionários do HUJM seguem a jornada de 30 horas contínuas desde 1995, devido às particularidades da rotina hospitalar.

 

“Os hospitais, municipais, estaduais e federais trabalham com jornada ininterrupta, por conta da natureza do trabalho que não permite interrupção do atendimento. Temos que atender de forma contínua 24 horas por dia, em sistema de plantões e de escalas”, contou.

 

Léia de Souza contou ainda que a Ebserh contratou cerca de 440 novos funcionários para o HUJM.

 

“Aumentou e praticamente dobrou o número de trabalhadores do hospital, então não justifica tirar uma jornada que vai comprometer a assistência. Nossa preocupação não é apenas com um direito que é nosso”, explicou.

 

A coordenadora avaliou que a imposição de uma nova jornada aos funcionários do HUJM é uma “agressão”, já que muitos a seguem há mais de 30 anos.

 

“Imagina o trabalhador há mais de 30 anos fazendo jornada contínua, na maioria dos casos tem outros empregos, já tem suas vidas estruturadas, outros próximos da aposentadoria. De repente, um decreto diz que vamos trabalhar 40 horas, ou seja, é uma agressão”, avaliou.

 

Aumentou e praticamente dobrou o número de trabalhadores do hospital, então não justifica tirar uma jornada que vai comprometer a assistência

Atendimento

 

O Sintuf-MT informou que cerca de 400 funcionários contratados pela Ebserh continuam realizando o atendimento no HUJM. Apenas 30% da assistência médica do hospital está funcionando nesta sexta-feira (22).

 

Segundo a coordenadora do sindicato, os funcionários do Hospital Júlio Müller são responsáveis pela maior parte dos atendimentos do local.

 

“São enfermeiros e profissionais antigos, então, em várias unidades, nós é que tocamos o atendimento, devido à experiência. Para lidar com vidas a pessoa tem que ter todo um know how e uma experiência”, explicou.

 

O Sintuf-MT aponta outros tipos de abordagem colocariam um ponto final na greve do HUJM. Como a suspensão dos efeitos da portaria que estabelece a nova jornada de trabalho.

 

“A única coisa que pedimos para a reitora foi para que ela suspendesse os efeitos da portaria. Existem várias alternativas para resolver essa greve, só depende da gestão seguir o principio da democracia”, disse a coordenadora.

 

Segundo o sindicato, a jornada contínua de 30 horas é legal e foi determinada por meio de decreto. 

 

“Está baseada em lei, não é uma aventura, é lei. Tem portaria da reitoria e tem um decreto”, contou.  

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NETO  22.03.19 14h05
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