Com texto escrito pelo advogado e escritor Eduardo Mahon, o mónologo acido questiona as transformações vividas em uma cidade, num embate entre o apego a tradição e o esquecimento. Reflexões sobre o homem, cidade e tempo serão protagonizadas pelo ator Ivan Belém, nesta sexta-feira (22), às 19h30, no Teatro da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
A entrada é gratuira e precisa ser retirada no local com antecedência.
A obra multimídia fala sobre a decadência de uma cidade através de um cidadão de família tradicional, mas que se encontra no limbo da tradição quase esquecida, onde narra seus anseios já entre o real e a paranoia do esquecimento. O personagem principal vive um delírio que se mistura com a realidade.
Alem de ser o espetáculo que celebra 40 anos de carreira de Ivan Belém, comemora também 300 anos de Cuiabá.
A obra tem direção de Luiz Marchetti e propõe uma montagem híbrida: é o encontro do teatro com o cinema. A peça é além de encenada, projetada no palco, numa simultaneidade de linguagens que se intensificam durante a apresentação. O que é paranoia? o que é encenação? o que é teatro? o que é esquecimento?
O ator
Ivan Belém nasceu às margens do Rio Cuiabá, no município de Barão de Melgaço. A família mudou-se para Cuiabá com o bebê ainda recém-nascido. Fixou-se no bairro da Lixeira, onde vive até hoje, na mesma casa. Foi neste bairro durante a infância que conheceu o teatro, de forma improvisada no quintal dos vizinhos.
Na adolescência, entrou para o grupo de teatro do SESI, dirigido por Camilo Ramos dos Santos. Mais tarde fundou o Grupo Gambiarra, dedicando-se ao teatro infantil. Em sua segunda formação o Gambiarra passou a ter uma orientação mais política e tornou-se o primeiro grupo de Teatro de rua de Mato Grosso.
O grupo se dissolveu e Ivan Belém passou a formar dupla com o ator Liu Arruda, numa parceria de dez anos, atuando em bares, quintais e outros espaços alternativos.
Assim surgiram as primeiras comadres do teatro mato-grossense: Nhara e Creonice, interpretadas, respectivamente, por Liu e Ivan. Inauguraram, assim, um gênero de comédia com identidade genuinamente cuiabana.
Com a morte de Liu Arruda em 1999, Ivan retomou as funções acadêmicas na UFMT, como pesquisador. Graduado em História, fez mestrado e doutorado em Educação, resultando daí a publicação de dois livros: “A Baía de Tchá Mariana: Mitopoéticas Africana e Pantaneira nos círculos de aprendizagens ambientais” e “Liu Arruda: a Travessia de um Bufão”. Paralelamente deu continuidade ao Grupo Gambiarra, agora com sua terceira formação, encenando peças de autores mato-grossenses. Além do teatro, atua também em circo, vídeo, rádio, TV e cinema.
O pantaneiro mais cuiabano que há. Tem rica trajetória no teatro. Pioneiro junto a Liu Arruda no teatro de humor, teatro de rua e palco. Fundador do Grupo Gambiarra, junto a outros, influenciou outros atores no seu trabalho. Mestre e agora Doutor. (Lucia Palma. Professora de teatro e atriz)
Ficha Técnica
Ator: Ivan Belém
Peça teatral e ideia original: Eduardo Mahon
Direção Geral, Roteiro e direção de Video: Luiz Marchetti
Assistente de Direção: Caio Ribeiro
Cenografia: Douglas Peron
Figurino: Einstein Halking
Maquiagem: Deia Okamura
Sonoplastia: Ricardo Porto
Luz: Priscila Freitas
Edição de vídeo e colorista: Jessica Ribeiro
Fotografia: Heitor Magno
Cinegrafista: Jorge Queiroz e Luiz Marchetti
Arte: Carolina Argenta
Gravação em estúdio: José Curvo
Participações especiais: Maria Ribeiro, Lucia Palma, Carlinhos Ferreira, Wagton Douglas, Caio Ribeiro, Joyce Belem, Alessandra Barbosa, Justino Astrevo e o ator mirim Davi Luiz De Oliveira Moreira.
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