Cuiabá, Sábado, 12 de Julho de 2025
CULTURA DA SERINGUEIRA
02.04.2019 | 15h22 Tamanho do texto A- A+

Agricultor familiar comercializa 2 mil kg de borracha por mês

O produtor Leandro Bozzobom consegue uma receita bruta anual por hectare de R$ 6.720,00

Empaer/Divulgação

O engenheiro da Empaer, José Rodrigues e o produtor Leandro Bozzobom no seringal da propriedade

O engenheiro da Empaer, José Rodrigues e o produtor Leandro Bozzobom no seringal da propriedade

DA REDAÇÃO

Com uma produção estimada em 1.536 toneladas de borracha por ano, o município de Dom Aquino (166 km ao Sul de Cuiabá), possui uma área plantada de 480 hectares de seringueira. O engenheiro agrônomo da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer), José Rodrigues de Souza fala que a produção está em torno de oito quilos de borracha natural por árvore ao ano, número considerado excelente em comparação com outras regiões que chegam a quatro quilos de borracha.

 

O engenheiro agrônomo destaca que o município possui terras férteis e a produção de CVP (Cernambi Virgem Prensado) de seringueira chega a 3.200 quilos por hectare ao ano. A cultura constitui uma fonte de renda para os agricultores da região. A planta é perene, com exploração econômica por mais de 35 anos, de acordo com os tratos culturais realizados.

 

Alem do mais, a cultura da seringueira se comporta muito bem em consórcio com outras culturas de ciclo curto ou semi perene, tais como: arroz, milho, feijão, palmito, café, banana e outras. Conforme Rodrigues, a exploração da seringueira gera emprego o ano inteiro, fixa o trabalhador no campo, exige pouco esforço físico e proporciona boa remuneração da mão de obra.

 

O desafio do cultivo da seringueira é a queda no preço, visto que hoje é comercializada por R$ 2,10 o quilo/borracha. O engenheiro da Empaer esclarece que em outros anos a borracha já chegou a ser comercializada por R$ 4,10 o quilo. O município possui 15 produtores que cultivam a seringueira. “Os seringais poderão ser formados dentro dos padrões modernos de exploração, tornando-os competitivos e rentáveis economicamente”, enfatiza.

 

Mesmo com a queda nos preços, os agricultores contam com uma linha de crédito do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf Eco), com prazo de 20 anos para pagamento e oito anos de carência, o que oferece condições para o cultivo da seringueira na agricultura familiar. O Programa possui limite de crédito de até R$ 80 mil por agricultor com direito a financiar R$ 15 mil por hectare, permitindo o cultivo de 5,3 hectares. Essa  linha de crédito é um solicitação antiga dos Estados de Mato Grosso, Goiás, Acre e Tocantins.

 

O produtor rural Leandro Pozzobom Flores, proprietário do Sítio Santa Lúcia, possui uma área de 40 hectares, das quais 22 hectares são plantados com a cultura da seringueira.  O plantio foi realizado com o clone RRIM 600, validado pela Empaer e recomendado por ser produtivo e mais resistente à doença Microciclus ullei, que causa perda das folhas das árvores. As árvores já estão em sangria, numa área de 10 hectares e no segundo ano de corte, com a produtividade média anual de 3.200 quilos de CVP (Cernambi Virgem Prensado) por hectare ao ano.

 

Segundo o produtor Leandro, a seringueira constitui uma alternativa de renda para o pequeno produtor, pois mesmo com preço de mercado muito baixo, consegue uma receita bruta anual por hectare de R$ 6.720,00. Há mais de 16 anos trabalhando na atividade, o produtor comercializa durante 10 meses de produção (setembro a junho). A cada 30 dias, vende em média dois mil quilos de borracha para uma empresa do Estado de São Paulo, que retira o produto na propriedade. “Hoje estou satisfeito com o cultivo, tenho lucro e comercializo toda a produção”, enfatiza.

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