Cuiabá, Domingo, 6 de Julho de 2025
ANIMAIS SEM TETO
12.04.2019 | 07h40 Tamanho do texto A- A+

Protetora anuncia fechamento de ONG em MT: "Sinto que falhei"

Michelle diz que situação piorou após perder um dos empregos e cita falta de verba para manter o local

MidiaNews

Michelle Scopel contou que situação financeira se agravou quando ela perdeu um dos empregos

Michelle Scopel contou que situação financeira se agravou quando ela perdeu um dos empregos

BRUNA BARBOSA
DA REDAÇÃO

A coordenadora da Organização de Proteção Animal de Mato Grosso (Opa-MT), Michelle Scopel, decidiu fechar as portas da instituição após o abrigo não ter mais recursos financeiros para se sustentar. Ela contou a situação piorou quando ela perdeu um dos empregos, cuja renda era utilizada para pagar o aluguel do local usado por cerca de 70 animais. 

 

Além dos gatos e cachorros que correm o risco de serem despejados do imóvel por falta de pagamento, Michelle explicou que também possui outros animais em lares temporários e abrigos do interior. 

 

"Tudo indica que teremos que fechar o local. Não temos mais condições de manter os aluguel. Estou pedindo ajuda para doar ou conseguir abrigo temporário para os animais que estão na Opa. Todo mês é o mesmo desespero. Agora não tenho mais a renda que tinha. Estou desempregada", lamentou Michelle. 

 

A protetora animal explicou que neste mês não conseguiu arrecadar todo o dinheiro necessário para o pagamento do imóvel onde funciona a Opa. De acordo com ela, faltam R$ 1.250 mil para que a dívida seja quitada. 

 

"Se não conseguirmos pagar esse aluguel, os animais vão ter que voltar para a rua, porque ninguém vai querer me alugar um local de graça. Estou fazendo o possível para conseguir pessoas que fiquem com esses gatos e cachorros", contou.  

Sinto que falhei, não consegui fazer minha parte. Tratei, castrei, alimentei e vacinei, mas me sinto impotente, porque agora todos eles correm o risco de serem despejados", desabafou. 

 

Michelle contou que, durante o mês de março a Opa, conseguiu fazer a doação de apenas três animais. Segundo ela, o processo de adoção dos gatos e cachorros abandonados é extremamente difícil. 

 

Emocionada, a protetora animal contou que sente que "falhou" em sua missão de proteger os animais. 

 

"Sinto que falhei, não consegui fazer minha parte. Fiz até agora, tratei, castrei, alimentei e vacinei, mas me sinto impotente, porque não fiz o serviço completo, porque agora todos eles correm o risco de serem despejados", desabafou. 

 

A coordenadora ainda criticou a falta de apoio do Poder Público aos protetores animais em Cuiabá. 

 

"Não temos ajuda da Prefeitura de Cuiabá, que tem uma Diretoria de Bem Estar Animal. É complicado, porque estamos fazendo a parte do Poder Público", avaliou. 

 

Michelle explicou que a Opa tem despesas de cerca de R$ 6 mil mensais, entre aluguel, ração, medicamentos e funcionários do abrigo. 

 

Histórico 

 

MidiaNews

Michelle Scopel Opa-MT

Protetora de animais, Michelle Scopel lamenta falta de recursos para manter o projeto

Com oito anos de existência, a Opa-MT costuma enfrentar crises financeiras constantemente. Em fevereiro deste ano, Michelle contou ao MidiaNews que a instituição enfrentava um grande problema financeiro. 

 

Na época, ela explicou que as dívidas do abrigo ultrapassavam R$ 130 mil, sem contar os aluguéis de duas casas para abrigar os animais, que custam R$ 1.600, e o hotelzinho para sete cães, que custam R$ 1.050 por mês.

 

Segundo Michelle, a Opa não recebe ajuda financeira de nenhum órgão público. Para ela, apenas ONGs e protetores não conseguem resolver o problema do grande número de animais abandonados nas ruas.

 

“Isso é uma questão de saúde pública. Não é minha obrigação fazer o papel da Prefeitura de Cuiabá, mas, infelizmente, não consigo deixar um animal sofrendo”, falou.

 

Além dos gastos com aluguel e veterinário, Michelle também precisa arcar com outras despesas, como ração para cães e gatos, material de limpeza, luz, vacinas, vermífugos, remédios para carrapatos e areia para os gatos, além da manutenção do abrigo. 

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COMENTÁRIOS
6 Comentário(s).

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Andrea  12.04.19 21h58
Sem falar Michelle, que protetores não tem vida social , não viaja, não pode tirar férias... os animais são prioridades ... É mto triste a OPA, fechar as portas, temos que cobrar da prefeitura que resolva a situação dos animais.
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Paulo Roberto Alves  12.04.19 13h09
Lamentável qdo acontece isso. Me parte o coração ver cães abandonados nas ruas e não poder fazer nada. Infeliz daquele que acolhe um animal de estimação e depois abandona.
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Noêmia   12.04.19 12h55
Micheli temos que nos juntar todos nois que amamos os animais e ir atrás desse órgão que tem em Cuiabá para sabermos onde vai o recurso que recebem e não fazem nada , se não unirmos vai ser dificil resolver , vamos convocar as pessoas tenho certeza que vamos conseguir, não podemos deixar como está!
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Raimundo  12.04.19 11h19
Raimundo, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas
Luana   12.04.19 09h50
É uma pena Michele, nosso país é uma vergonha, pois é como a senhora disse na reportagem a prefeitura de Cuiabá tem sim um suporte de assistência para animais, mais é custo para eles e eles estão lá somente para mostrar que existe o lugar e para receber o seu salário que não é pouco. Nossa Cuiabá tem que ser mais investigada.
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