Letícia Sabatella não teve muito tempo para se preparar para viver a Érika de “Carcereiros”. “Eu só recebi um texto, que era muito haikai, tudo muito rápido”, relata a atriz, fazendo referência a forma poética de linguagem com origem japonesa e que tem a objetividade e a concisão como principais características.
“Ela conhece o Adriano [Rodrigo Lombardi] num dia, no outro dia já está apaixonada. E eu pensei: que característica tem uma pessoa que age assim?”.
Letícia sacou a possibilidade de a personagem sofrer de Borderline. O transtorno de personalidade provoca, por exemplo, comportamentos impulsivos e extremas flutuações de humor. "Isso deu pra ela uma intensidade que justificava todo o roteiro."
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Na primeira temporada, Érika se apaixona por Adriano durante visita íntima ao então namorado, um dos presidiários assistidos por Adriano.
Ao se encantar pelo carcereiro, ela acaba matando o companheiro e vai presa. Adriano e Érika seguem com a paixão mesmo com a personagem atrás das grades.
Com Érika, Letícia realizou um sonho antigo: fazer uma tatuagem. Temporária, claro.
Ela explica também que não fez tatuagem até hoje por indecisão. “Sempre desenho uma borboleta ou uma flor no meu braço. E nunca consegui registrar, porque sempre gosto de desenhar ela de novo. E se eu desenhar uma flor e depois desisto e quero uma lua? A confusão é essa”.
Já para a personagem, foi mais decidida: incluiu uma rosa vermelha no ombro. "Eu queria fazer ela toda tatuada. Consegui achar uma tatuagem legal que dava uma força pra ela. Já cheguei com ela desenhada. Aí as meninas copiaram e fizeram decalque depois na maquiagem".
Há cerca de 20 anos, a atriz fez um trabalho de visitação em presídios e, outro de teatro com menores infratores.
“Foi um trabalho muito intenso de você ver aonde a violência da dramaturgia, a agressividade, dá conta do que existe ali dentro. E você entende que violência, os maus passos, as sombras, o lado mais violento, mais agressivo, o lado negativo e sombrio existe em todos nós", pondera.
"E nos ambientes mais sombrios existe muita luz, amor, humanidade, ética, fidelidade. Existem regras de conduta, uma espécie de moral, de compressão ali dentro."
Com os jovens, Letícia apresentou e gravou a peça “Romeu e Julieta”, de Shakespeare. “Durante um bom tempo a gente ficou trabalhando, compreendendo e discutindo com eles sobre Shakespeare. E eles comparando com situações que viveram de assalto."
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