Ex-presidente da OAB: Federação de Futebol é uma “caixa-preta”

O ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso (OAB-MT), Ussiel Tavares, afirmou que pretende candidatar-se à presidência da Federação Mato-grossense de Futebol (FMF), mas alegou que está encontrando dificuldades em participar do processo eleitoral.

Segundo Tavares, a atual gestão - comandada por João Carlos de Oliveira - tem se negado a fornecer informações sobre o estatuto e as regras do pleito.

“A Federação Mato-grossense de Futebol é uma caixa-preta. As regras do processo eleitoral não são claras. Não há sequer uma definição de data das eleições, que pode ocorrer até o mês de maio ou amanhã”, declarou.

Oliveira assumiu a Federação no ano passado, após a renúncia do ex-presidente Carlos Orione – falecido no dia 6 de novembro -, que deixou o cargo depois de quase 40 anos à frente da FMF.

A meu ver, essa gestão está viciada, tanto que ele [Oliveira] assumiu e não teve coragem de fazer as mudanças que são necessárias

Em janeiro de 2016, oito dos doze clubes que disputam a primeira divisão do Campeonato Mato-Grossense de Futebol protocolaram um documento pedindo a realização de uma nova eleição e a prestação de contas dos últimos cinco anos da entidade.

Na época, assinaram o documento os presidentes Geovanni Banegas (Operário Várzea-grandense), Sebastião Viana (Operário FC), Aron Dresch (Cuiabá), Orivaldo Rondon (Poconé), Fábio Assis (Dom Bosco), Helmute Lawisch (Luverdense), Paulo César Gatão (Mixto) e Carlos Rufino (União).

“O Orione foi presidente por mais de 30 anos e o João Carlos era seu vice. A meu ver, essa gestão está viciada, tanto que ele [Oliveira] assumiu e não teve coragem de fazer as mudanças que são necessárias”, disse Tavares.

“Não estou dizendo que há desvios de recursos, mas as informações não estão sendo repassadas à sociedade”, completou.

Marcus Mesquita/MidiaNews

"Federação Mato-grossense de Futebol é uma caixa-preta"

Tavares disse, ainda, que fez um requerimento exigindo acesso ao estatuto e a relação de votantes, bem como uma definição da data em que as eleições vão ser realizadas.

Conforme o ex-presidente da OAB – que também presidiu o Tribunal de Justiça Desportiva de Mato Grosso -, até onde se sabe algumas ligas de futebol do Estado estão irregulares na FMF.

Para Tavares, ganhando ou não a eleição, sua candidatura vai servir para pontuar a “falta de transparência” na FMF.

“Eu fui presidente da OAB, fui presidente do TJD [Tribunal de Justiça Desportiva] e sou apaixonado pelo futebol. A minha experiência faz com que, no mínimo, a gente tenha condições de entregar à população algo mais transparente com relação à Federação”.