Cuiabá, Sexta-Feira, 5 de Dezembro de 2025
VIOLÊNCIA
12.10.2018 | 14h15 Tamanho do texto A- A+

Oito terras indígenas foram invadidas em Mato Grosso em 2017

Levantamento do Cimi ainda cita homicídios, casos de exploração ilegal de recursos e terras sem regularização

Agência Brasil

Relatório traz denúncias de invasões em terras indígenas de Mato Grosso, uma delas no Parque Nacional do Xingu

Relatório traz denúncias de invasões em terras indígenas de Mato Grosso, uma delas no Parque Nacional do Xingu

DA REDAÇÃO

Um levantamento realizado pelo Conselho Indigenista e Missionário (Cimi) apontou que Mato Grosso registrou oito casos de violência contra o patrimônio em terras indígenas ao longo do ano de 2017.

 

O relatório "Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil" é publicado anualmente pelo Cimi e, no Estado, apontou denúncias de invasões nas terras indígenas Capoto, Sangradouro, Nambikwara, Panará do Arauató, Apiaká-Kayabi, Parque indígena do Xingu, Kawahiva do Rio Pardo e Kanela.

 

De acordo com o relatório, as terras citadas são as poucas que ainda contam com recursos naturais e mata, tornando-se alvo de pessoas ligadas a exploração madeireira, hídrica e plantio de soja.

 

No ano passado, em todo o país, foram registrados 96 casos de invasões, danos ao patrimônio e exploração ilegal de recursos naturais, conforme a publicação.

 

Os casos mais citados foram de invasões, desmatamento, destruição de patrimônio, contaminação de rio e por agrotóxico, queimadas e incêndios.

 

Christian Braga/Cimi/Greenpeace

Exploração em terras indígenas

Relatório aponta casos de desmatamento e destruição de patrimônio em terras indígenas

Casos de violência

 

Mato Grosso aparece também na lista de estados que registraram homicídio culposo contra povos indígenas. Foram citados quatro casos no documento, todos de mortes por atropelamento em rodovias, ocasiões em que os motoristas não prestaram socorro às vítimas.

 

Ainda de acordo com o levantamento, o Estado registrou quatro casos de racismo e discriminação étnico-culturais contra indígenas.

 

O Cimi destacou, ainda, um assassinato ocorrido em Cuiabá. O crime ocorreu em julho de 2017, no Bairro Primavera 3, quando José Luiz Tawate foi atingido por vários tiros ao sair de casa para levar amigos até a rodoviária da Capital.

 

O atirador fugiu em uma moto. O filho da vítima assumiu a direção do carro para levá-lo ao hospital, mas o combustível acabou antes que ele chegasse à unidade de saúde.

 

Terras sem regularização

 

O documento divulgado em setembro deste ano aponta um aumento em 14 dos 19 tipos de violência sistematizados aos quais os índios estão sujeitos e destaca a apropriação das terras indígenas como um dos principais vetores da violência.

 

Conforme o relatório, Mato Grosso conta com 22 terras reivindicadas pelas comunidades indígenas em 19 municípios, sem que nenhuma providência administrativa tenha sido tomada para garantir a sua regularização. 

 

Há terras indígenas que ainda aguardam serem reconhecidas em municípios como Tangará da Serra, Comodoro, Peixoto de Azevedo, Juína e Guarantã do Norte, de acordo com o relatório.

 

Para que a terra seja definitivamente reconhecida, é preciso passar por várias etapas que vão desde o processo de demarcação até o registro pela União. Segundo o Cimi, no Brasil, 63% das áreas indígenas ainda não foram registradas.

Entre no grupo do MidiaNews no WhatsApp e receba notícias em tempo real (CLIQUE AQUI).




Clique aqui e faça seu comentário


COMENTÁRIOS
2 Comentário(s).

COMENTE
Nome:
E-Mail:
Dados opcionais:
Comentário:
Marque "Não sou um robô:"
ATENÇÃO: Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do MidiaNews. Comentários ofensivos, que violem a lei ou o direito de terceiros, serão vetados pelo moderador.

FECHAR

Talisia  13.10.18 11h40
A REALIDADE ESTÁ AÍ, A FLORESTA DO ESTADO DE MATO-GROSSO VEM SOFRENDO BASTANTE COM O DESMATAMENTO ILEGAL A MUITO TEMPO. A BUSCA INCESSANTE PELO LUCRO E O COMODISMO DAS NOSSAS AUTORIDADES SÃO AS PRINCIPAIS CAUSAS DESTE TRÁGICO PROBLEMA, E AINDA MAIS A FISCALIZAÇÃO E A IDENTIFICAÇÃO DE MADEIRAS SEMPRE INCOMODOU E INCOMODA OS POLÍTICOS E AQUELES QUE QUEREM ANDAR NA ILEGALIDADE, A FLORESTA É PARA A PRESENTE E AS FUTURAS GERAÇÕES.
1
2
Ismael  13.10.18 06h26
Uai. Cadê a Funai, a polícia, as autoridades? Será que foi alguém ligado a políticos que invadiram e não vai dar nada? Brincadeira essa justiça e essa segurança pública.
2
0