Cuiabá, Sexta-Feira, 24 de Outubro de 2025
“CRÉDITO PODRE”
07.12.2017 | 13h55 Tamanho do texto A- A+

Polícia diz que esquema movimentou R$ 2 bilhões em notas frias

Bando começou a agir em 2016 e intensificou atuação em 2016; mais de 30 empresas participaram do esquema

Alair Ribeiro/Midianews

Entrevista coletiva realizada na Polícia Judiciária Civil

Entrevista coletiva realizada na Polícia Judiciária Civil

JAD LARANJEIRA
DA REDAÇÃO

As 16 pessoas presas na “Operação Crédito Podre”, deflagrada na manhã desta quinta-feira (7), movimentaram cerca de R$ 2,1 bilhões em notas fiscais frias, num esquema de fraudes na comercialização interestadual de grãos, em Mato Grosso.

 

De acordo com o delegado Sylvio do Valle Ferreira Júnior, da Delegacia Especializada em Crimes Fazendáris (Defaz), mais de 30 empresas estão envolvidas no esquema, que gerou um prejuízo de cerca de R$ 140 milhões em ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços) para o Estado.

 

Além das prisões, também foram cumpridas 34 ordens de busca e apreensão e nove conduções coercitivas, expedidas pela Vara do Crime Organizado de Cuiabá.

 

Dois mandados de prisão foram cumpridos fora do Estado. Um dos suspeitos foi preso em Camboriú (SC) e outro em Indaiatuba (SP).

 

Conforme o delegado, os presos são empresários, contadores, comerciantes e corretores.

 

Em Cuiabá, quatro pessoas foram detidas, sendo dois empresários e dois contadores.

 

“Os trabalhos ainda estão em andamento. Ainda não conseguimos fazer nem 20% de busca em um alvo [empresa] de Cuiabá. Estamos encaminhando mais fiscais, para ver se concluímos toda busca nessa empresa ainda hoje. Nesse alvo, foi apurado que, só na data de ontem, foram sonegados mais de R$ 1 milhão em notas frias”, disse.

 

Ferreira Júnior ainda destacou o que poderia ser feito com os R$ 140 milhões sonegados pela organização criminosa.

 

Caso fosse empregar esse valor no Estado, poderiam ser criados 753 leitos na UTI, 938 novas viaturas, 72 novas escolas e 1400 casas populares”.

“Caso fosse empregar esse valor no Estado, poderiam ser criados 753 leitos de UTI, 938 novas viaturas, 72 novas escolas e 1.400 casas populares”.

 

O líder da quadrilha foi identificado como Wagner Fernandes Keling. Ele seria o responsável por dividir tarefas na organização.

 

Cada um tinha em contas bancárias, pelo menos R$ 100 milhões, que foram bloqueados pela Justiça.

 

Eles foram encaminhados para a Delegacia Fazendária e devem ser ouvidos ainda na tarde de hoje.

 

O esquema

 

O esquema teria começado em 2012, no entanto se intensificou em 2016, o que chamou a atenção dos fiscais da Secretaria de Estado de Fazenda.

 

Funcionava da seguinte forma: as empresas de fachada simulavam operações internas de venda de grãos, para criação de créditos inidôneo de ICMS, ou seja, elas documentavam toda a operação simulada como tributada, lançando o ICMS devido, mas o recolhimento não era feito.

 

Para consolidação da transação, segundo a Polícia Civil, os contadores emitiam notas fiscais pelas empresas de fachada a favor das empresas Genesis e Vigor, que procediam ao pedido de autorização de crédito de ICMS, que era protocolado na Secretaria de Fazenda.

 

O sistema da Sefaz, denominado PAC/RUC-e, promove a validação formal do crédito, checando a emissão da nota fiscal de venda.

 

Com o crédito validado, a organização criminosa requeria a expedição do Registro de Utilização de Crédito (RUC).

 

Este documento formal promove a compensação do crédito devido quando da venda interestadual. A mercadoria deixa o Estado sem proceder ao recolhimento do tributo incidente.

 

Toda a investigação durou cerca de oito meses e empregou cerca de 140 policiais, 18 servidores da Sefaz e dois peritos criminais.

 

A polícia ainda não conseguiu identificar se os produtores rurais tinham conhecimento de que as notas eram fraudadas.

 

Leia mais sobre o assunto:

 

Operação caça grupo acusado de sonegar R$ 140 mi em ICMS 

 

Veja quem são os alvos da operação "Crédito Podre", da Defaz 

 

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Alair Ribeiro/MidiaNews

Silvio do Vale DEFAZ

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Coletiva Operação Crédito Podre 07-12-2017

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6 Comentário(s).

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Orisvaldo Jacomini  08.12.17 11h41
Orisvaldo Jacomini, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas
sediclaur  08.12.17 10h38
E onde estava o corpo de fiscalização da SEFAZ esse tempo todo que só agora apareceu a maracutaia que causou um rombo desse tamanho na arrecadação do estado? Alguém de dentro desse órgão tava ocultando ou acobertando esse rolo todo, será? Isso tem que ser investigado! E será que não tão acontecendo mais casos semelhantes a esse que até agora não vieram a tona?
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Amilton  07.12.17 16h24
Bandido bom é bandido morto?? Não para!! Esses são nossos vizinhos e amigoss do condominium fechadooo...RAÇA DOS INFERNOS
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Critico  07.12.17 15h48
Infelizmente esses estelionatários se espelham em nossos governantes.
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Luis Roberto   07.12.17 15h30
Sem a conivência da SEFAZ niguém consegue fazer o que esses sonegadores fizeram.
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