Pesticidas são utilizados para reduzir os danos causados pelas pragas agrícolas, como as plantas daninhas, insetos e fungos causadores de doenças nas plantas. Se estas pragas não forem manejadas podem reduzir drasticamente a produção de alimentos. Isto pode ocasionar, até mesmo, escassez e aumento do seu custo, como já ocorreu no passado. O produtor agrícola dispõe de diversas medidas de manejo das pragas, como evitar sua entrada, uso de cultivares resistentes, rotação de cultivares e controle biológico. Entretanto, os pesticidas frequentemente são necessários.
Todas as espécies vegetais cultivadas precisam, em determinadas condições, contar com a proteção de pesticidas químicos e biológicos, como herbicidas, inseticidas e fungicidas. Atualmente, apesar de toda tecnologia adotada, as pragas ainda causam danos de 42% na produção vegetal, deixando claro a necessidade de novas tecnologias para aprimoramento da sustentabilidade da agricultura. Se os pesticidas não forem utilizados atualmente as produções serão reduzidas pela metade. Daí a necessidade da utilização de pesticidas cada vez melhores, em termos de eficiência e menos efeitos indesejáveis a saúde e ao meio ambiente.
As pragas agrícolas são mais importantes nas regiões tropicais que nas temperadas. Daí a necessidade de maior utilização dos pesticidas no Brasil. Mesmo assim, o consumo é menor no Brasil que em países desenvolvidos e de clima temperado como Holanda, Japão, Bélgica, França e Inglaterra.
Os pesticidas utilizados no Brasil são seguros. São desenvolvidos por cientistas de alto nível, sendo necessário cerca de 10 anos de trabalhos para que um novo produto químico seja criado, a um custo de 300 milhões de dólares. De 160.000 substâncias utilizadas apenas uma será um novo pesticida comercial. Para ser utilizado pelos nossos produtores será necessário ser registrado. Este processo é bastante rigoroso, envolvendo análise de todos os estudos agroquímicos, ambientais e toxicológicos por parte dos Ministérios de Agricultura, Meio Ambiente e Saúde. O rigor das exigências vem aumentando. Assim, produtos mais modernos são mais eficientes, seguros e eficazes.
Um dos grandes problemas atuais do Brasil é a morosidade do processo de registro. Existem cerca de 36 produtos novos, já em uso em diversos países, que estão aguardando liberação de seu uso no Brasil há 8-10 anos. Isto implica um grande prejuízo para nossa agricultura e nossa economia.
Daí a necessidade termos uma legislação moderna, que seja ágil, fazendo com que o Brasil se equipara a países como os Estados Unidos, Austrália, Argentina, onde o processo de registro é de cerca de dois anos. E que aprimore o rigor necessário para que os alimentos produzidos no Brasil continuem sendo em quantidade qualidade para atender nossas necessidades e a dos países importadores.
Atualmente, o Brasil é visto como o país que tem as maiores condições de atender o aumento do consumo de alimentos no mundo.
JOSÉ OTÁVIO MENTEN é graduado em Engenharia Agronômica pela Universidade de São Paulo; doutor em Agronomia na área de Fitossanidades com pós-doutorados na Holanda, Dinamarca e Inglaterra; professor sênior da Usp e presidente do Conselho Científico Agro Sustentável (CCAS).
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