Admiro as pessoas que dedicam parte do seu tempo à prática da caridade. A caridade é a vitória do amor sobre o egoísmo.
Tenho a ventura de conhecer pessoas caridosas que professam diversas fés religiosas: católicas, evangélicas, judias, muçulmanas, espíritas, umbandistas e candomblecistas.
Conheço outras que não se filiam a nenhum credo em particular, mas são atuantes em ações beneficentes, de auxílio ao próximo.
No mais das vezes, a caridade é silenciosa, discreta. Seus voluntários encontram plena satisfação na prática do bem e não têm necessidade de apregoar seus feitos.
Por isso, não é raro descobrir que aquela pessoa franzina e tímida que conhecemos superficialmente num evento social é na realidade uma gigante na dedicação a causas solidárias.
E o melhor é que tais pessoas estão por toda a parte. Todos os dias, em todas as cidades, há um sem-número de luzes de amor que se acendem quando esses missionários entram em ação.
Atuam nas mais diversas áreas, como amparo aos idosos, aos doentes e aos órfãos; ou proteção aos animais e aos ecossistemas. Levam cobertores para quem dorme ao relento; um prato de sopa e um pão a quem necessita alimento; uma palavra de consolo a quem se desespera; uma orientação a quem busca saídas; uma mão, um abraço, um gesto de humanidade a quem precisa se sentir humanizado.
Auxiliam de todas as formas: alfabetizando, ensinando, medicando corpo e espírito.
Procuro inspiração nessas pessoas.
Quando, nos últimos tempos, assistimos tantas notícias negativas, percebo em alguns amigos um certo desalento.
Dizem eles que o mal está em todos os lugares e que os velhos vícios estão disseminados como uma metástase na sociedade brasileira. Expressam desgosto e não vislumbram soluções. Dizem-me que esse país não tem jeito.
Ouso discordar.
Se o mal é ruidoso e espalhafatoso, o bem é silencioso, mas efetivo. Na minha percepção, as pessoas de bem já são a maioria.
Por pessoas de bem entendo todas aquelas que têm bons princípios e que procuram acertar, corrigir suas falhas e seguir as leis da justiça, do amor e da caridade.
Na minha avaliação, o bem está vencendo. Basta olhar, além dos noticiários, para o cotidiano dessas falanges de voluntários que, tal como abelhas operosas, produzem o mel da boa vontade. Há sinais de esperança em toda parte.
Muitas vezes, as aparências são enganosas, a exemplo de certas frutas do cerrado, cujo exterior é áspero, rude, espinhoso, mas cuja polpa, quando revelada, é saborosa e nutritiva. Iludimo-nos com a superfície ingrata, sem atentar para a qualidade do conteúdo.
Por certo, o percurso é longo e acidentado, mas somente os lobos caem nas armadilhas para os lobos. As grandes transformações não ocorrem subitamente e sem percalços.
Assim, devemos ter entusiasmo e perseverança no trabalho, humildade e determinação na atitude, coerência e confiança na semeadura e também paciência para saber aguardar o tempo certo da colheita.
Há cerca de um mês fui convidado a participar da singela inauguração de uma nova instituição de caridade em Cuiabá, o Santuário Espírita Caminho do Bem, edificado pela contribuição anônima de inúmeros voluntários e colaboradores.
Que Deus abençoe o trabalho de amor ali desenvolvido e em tantas outras iniciativas. E que o caminho do bem prevaleça em nosso país.
LUIZ HENRIQUE LIMA é conselheiro substituto do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso (TCE-MT).
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1 Comentário(s).
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Suellen 02.09.17 11h55 | ||||
Suas palavras trazem esperança... Obrigada! | ||||
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