Após ataques a agentes, Governo transfere presos da PCE

Uma operação conjunta realizada na manhã deste sábado (24) pelas secretarias de Segurança Pública (Sesp) e de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) resultou na transferência de dezenas de presos da Penitenciária Central do Estado (PCE) para unidades do interior. 

A intervenção ocorre após uma semana tensa, na qual houve a morte de um detento ligado a uma facção criminosa e dois atentados a tiros contra a sede do Sindicato dos Agentes Penitenciários de Mato Grosso (Sindispen) e a casa de um agente, em suposta retaliação.

Em nota, a Sesp não deu detalhes sobre o número de presos retirados da PCE e as unidades prisionais de destino - por razões de segurança, segundo a secretaria, a informação só será divulgada após a tranferência ser concluída.

A operação mobilizou efetivos da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer), Grupo de Operações Especiais (GOE), Grupo Armado de Resposta Rápida (Garra) e a Perícia Oficial Técnica (Politec).

Motim

A crise na PCE foi deflagrada na terça-feira (20), após uma vistoria na qual foi apreendida grande quantidade de aparelhos celulares, drogas e armas brancas. 

Revoltados, os detentos dos raios 3 e 4, que abrigam mais de 850 pessoas, iniciaram um motim no qual um preso morreu e quatro ficaram feridos.

Desde então, áudios com ameaças começaram a circular pelas redes sociais e grupos de WhatsApp. Na quinta-feira (22) e sexta-feira (23), respectivamente, a sede do Sindispen) e a casa de um agente foram alvos de atentados a tiros.

Hoje, novos áudios contendo ameaças a agentes foram divulgados e atribuídos a uma organização criminosa. A Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO) investiga a autoria.

Troca de comando

O Midianews apurou que a revolta dos presos teria em parte relação com a mudança na direção da PCE.

Desde o início do mês, a unidade está sob o comando de Revetrio Francisco da Costa, que assumiu o posto no lugar de Bruno Henrique Ferreira, exonerado do cargo.

A troca foi publicada no Diário Oficial do Estado um dia antes do motim na unidade prisional.

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