Cuiabá, Domingo, 7 de Dezembro de 2025
DELAÇÃO
23.10.2018 | 07h07 Tamanho do texto A- A+

“É preciso ter provas; já fui citado em investigação e inocentado”

Empresário delatou esquema de "caixa 2" para sanar dívidas de campanha do governador Pedro Taques (PSDB)

Alair Ribeiro/MidiaNews

O ministro Blairo Maggi:

O ministro Blairo Maggi: "Ao acusador, cabe o ônus da prova"

CAMILA RIBEIRO E CÍNTIA BORGES
DA REDAÇÃO

O ministro da Agricultura, Blairo Maggi (PR) minimizou o fato de o governador Pedro Taques (PSDB) ter sido citado na delação do empresário Alan Malouf, cujo sigilo foi retirado na última semana pelo ministro Marco Aurélio de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF).

 

O empresário – condenado a 11 anos de prisão por fraudes na Seduc – disse que o esquema foi montado para sanar dívidas não declaradas da campanha de Taques, em 2014. No total, ele afirmou que captou R$ 10 milhões em "caixa dois" para o tucano. 

  

“O fato é: temos uma delação e os que foram colocados para dentro deverão fazer suas defesas. Mas o mais importante é que ao acusador cabe o ônus da prova”, disse Maggi, durante coletiva nesta segunda-feira (22). 

O fato é: temos uma delação e os que foram colocados para dentro deverão fazer suas defesas. Mas o mais importante é que ao acusador cabe o ônus da prova

 

“Vai haver um inquérito, vai haver investigação e, no final, como aconteceu no meu caso, não havendo elementos de prova, se encerra”, acrescentou o ministro. 

 

A declaração faz referência ao arquivamento de um inquérito em que ele era investigado pela delação de executivos da Odebrecth, na Operação Lava Jato.

 

Maggi disse que, na ocasião, foi "citado, se tornou vítima e acabou sendo inocentado", posteriormente.

  

“Isso tudo é muito preocupante. A medida em que o tempo passa, as coisas vão sendo colocadas de formas diferente. Eu já percebi isso. Às vezes, você faz uma reunião com um intuito e usam isso para te acusar”, disse. 

 

Arquivamento

 

 O inquérito citado por Maggi investigava uma suposta propina de R$ 12 milhões paga em 2006, pela Odebrecht, quando ele disputava a reeleição para o cargo de governador do Estado.

  

A procuradora-geral da República Raquel Dodge pediu o arquivamento no início do mês de outubro.

 

 A acusação constava em delação premiada dos investigados na Operação Lava Jato João Antônio Pacífico Ferreira, diretor superintendente para as Áreas Norte, Nordeste e Centro Oeste da Odebrecht, e Pedro Augusto Carneiro Leão Neto, diretor de contratos da construtora.

  

Em despacho, Dodge disse que não foram encontradas provas contra Maggi. Segundo ela, com o tempo transcorrido do caso, mais de 12 anos, não se vislumbram novas investigações aptas à elucidação dos fatos e com eficácia. 

 

Leia mais sobre o assunto: 

 

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