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AMEAÇAS
28.06.2018 | 15h18 Tamanho do texto A- A+

Ex-juíza defende escolta dada por empresa e nega infração à lei

Ministério Público Eleitoral abriu procedimento para apurar “cortesia” de empresa privada

Alair Ribeiro/MidiaNews

Selma Arruda diz que ainda não efetivou candidatura e que escolta é para sua segurança pessoal

Selma Arruda diz que ainda não efetivou candidatura e que escolta é para sua segurança pessoal

DA REDAÇÃO

A juíza aposentada Selma Arruda (PSL), que é pré-candidata ao Senado, negou estar cometendo infração eleitoral por receber gratuitamente escolta armada de uma empresa de segurança privada.

 

O Ministério Público Eleitoral abriu um procedimento preparatório para investigar a “cortesia” da empresa. O procedimento foi aberto pela procuradora regional eleitoral, Cristina Nascimento de Melo, através da portaria nº 7, do dia 19 de junho.

 

Conforme a portaria, a escolta gratuita pode ferir, em tese, o artigo 33, inciso I, da resolução do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nº 23.553/2017 que veda "a partido político e candidato de receber, direta ou indiretamente, doação em dinheiro ou estimável em dinheiro, inclusive por meio de publicidade de qualquer espécie, procedente".

 

Os serviços de segurança armada foram concedidos a uma juíza que em 22 anos prestou serviços ao estado de Mato Grosso, e mesmo após a aposentadoria continuou recebendo ameaças. A escolta armada, é utilizada para a segurança pessoal, e não para campanha política

Em nota, a magistrada disse que não se encaixa nessa hipótese, pois ainda não efetivou sua candidatura, sendo que as convenções partidárias ainda não começaram.

 

Selma frisou que ainda recebe ameaças e que a escolta armada é utilizada para a sua segurança pessoal, e não para campanha política. 

 

“Os serviços de segurança armada foram concedidos a uma juíza que em 22 anos prestou serviços ao Estado de Mato Grosso, e mesmo após a aposentadoria continuou recebendo ameaças. A escolta armada é utilizada para a segurança pessoal, e não para campanha política”, diz trecho da nota.

 

Entenda o caso

 

Foi a própria Selma, em entrevista à imprensa, quem revelou que recebeu a escolta armada particular gratuitamente. 

 

Até então, ela era beneficiada pela escolta do Poder Judiciário. Porém, a segurança armada foi suspensa por decisão da Comissão de Segurança do TJ-MT, composta pelo desembargador Carlos Alberto Alves da Rocha (presidente) e pelos membros: a juíza Maria Rosi Borba, os juízes Marcos Faleiros e Bruno D’Oliveira Marques e o coronel Benedito Ferreira.

 

Na decisão, a comissão apontou que Selma Arruda descumpriu os protocolos necessários, usando a escolta para eventos políticos e fins particulares.

 

Selma, por sua vez, deu declarações dando conta de que o protocolo é “ilógico” e garante segurança aos magistrados desde que eles “não saiam de casa”.

 

O presidente do TJ, desembargador Rui Ramos, pediu uma reavaliação do caso e a comissão decidiu por manter a suspensão.

 

Após a decisão do TJ, o governador Pedro Taques expediu um ato determinando que a Casa Militar providenciasse escolta de segurança para Selma Arruda.

 

No último dia 18, no entanto, a magistrada teve sua escolta fornecida pelo Poder Público suspensa por decisão do juiz Mirko Vincenzo Giannotte, da Vara Especializada da Fazenda Pública da Comarca de Sinop (500 km de Cuiabá).

 

A decisão atendeu a uma ação popular impetrada pelo vereador de Sinop, Geraldo Antônio dos Santos, conhecido como Tonny Lennon (MDB). 

 

Uma das alegações contidas na ação é a de que, ao autorizar que a Casa Militar faça a escolta de Selma, o governador “golpeou os princípios da impessoalidade e moralidade”.

 

Conforme o vereador, Taques estava oportunizando a Selma o “privilégio” de ser escoltada às custas do dinheiro público, “em detrimento a todos os demais cidadãos mato-grossenses, que estão a mercê da violência que impera no Estado”.

 

Leia a nota da juíza aposentada na íntegra: 

 

"Os serviços de segurança armada foram concedidos a uma juíza que em 22 anos prestou serviços ao estado de Mato Grosso, e mesmo após a aposentadoria continuou recebendo ameaças. A escolta armada é utilizada para a segurança pessoal, e não para campanha política.

 

Em relação a investigação por parte do Ministério Público Eleitoral, a magistrada não cometeu infração ao artigo 33, inciso I, da Resolução TSE nº 23.553/2017. O texto do artigo aponta que 'é vedado a partido político e a candidato receber, direta ou indiretamente, doação em dinheiro ou estimável em dinheiro, inclusive por meio de publicidade de qualquer espécie, procedente de: I - pessoas jurídicas'. As convenções partidárias ainda não aconteceram, portanto Selma Arruda não efetivou sua candidatura. Por esse motivo não se encaixa nas acusações".

 

Leia mais: 

 

MPE investiga ex-juíza por receber escolta armada de "cortesia"

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COMENTÁRIOS
7 Comentário(s).

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Carlos Nunes  29.06.18 17h04
Em resposta ao José e a Fernanda...realmente parece que "eles", as forças ocultas, tem medo da Juíza ser eleita Senadora por Mato Grosso. Será que as 2 VAGAS ao Senado já foram loteadas entre os poderosos...no uma é minha e outra é sua, e a Juíza pode atrapalhar esse loteamento? Se assim for, é bom pra MT que a Juíza SELMA ocupe uma das vagas, e a outra vaga a gente eleja mais um que roube a vaga dos poderosos. Afinal de contas poderoso só beneficia poderoso...e sempre fica como o Datena já disse: Pobre só é importante na hora do voto. Depois vira estatístca.
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Cristina Souza  29.06.18 12h37
O fato é que a Juiza vai ser Senadora, e isso incomoda, ai fica esse lenga-lenga. Me poupe.
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Marilene  29.06.18 10h15
isso tudo é medo da juiza
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Fernanda  29.06.18 10h13
Concordo com o Carlos completamente. O engraçado é que quando ela tá com escolta do governo ficam atrás dela, quando tá com escolta privada reclamam também. Pra mim, isso é perseguição e medo dela se eleger e acabar com a mamata desses caras
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Maria  28.06.18 22h09
Gente não é só essa mulher pagar essa escolta do bolso dela que o problema está resolvido?
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