O governador eleito Mauro Mendes (DEM) afirmou que tentará convencer o governador Pedro Taques (PSDB) da necessidade de reedição da Lei 10.480, que criou o Novo Fundo Estadual de Transporte e Habitação, o chamado Fethab 2.
Taques afirmou que não renovaria o Fundo em razão de um acordo com o setor produtivo. Caso a lei não seja reeditada, a arrecadação de tributos para o ano que vem deverá reduzir em R$ 450 milhões.
“Se hoje, o que se arrecada no mês não paga a despesa do mês, se nós abrirmos mão de arrecadar R$ 450 milhões, significa que vai faltar em media R$ 40 milhões a mais por mês, o que vai agravar ainda mais a situação do Estado”, disse Mendes, na manhã desta segunda-feira (22).

“Obviamente vamos mostrar isso a ele. Não podemos abrir mão de nenhum tipo de receita existente nesse momento, mas ele, como governador, goza de todas as prerrogativas legais do cargo até o dia 31 de dezembro”, acrescentou.
Questionado se acredita que a descontinuidade do Fethab 2 seria uma retaliação de Taques à próxima gestão, Mendes disse entender que não.
“Não quero entender dessa forma. Vivemos em uma democracia, ganhar e perder fazem parte do jogo político. Não faço e gostaria que ninguém, absolutamente ninguém, fizesse algo para prejudicar o Estado de Mato Grosso”, afirmou Mendes.
O eleito disse, inclusive, que na próxima quinta-feira (25) terá a primeira reunião com Taques.
Além do Fethab 2, Mendes deve começar a discutir detalhes da Lei Orçamentária Anual (LOA) para o próximo ano.
O texto foi retirado da Assembleia Legislativa (AL), para que o governador eleito possa fazer adequações ao orçamento que estará sob sua responsabilidade.
“Vamos sentar com o governador na quinta-feira. Esperei alguns dias até pra que tivesse uma agenda de diálogo, uma agenda produtiva e não só uma visita de cortesia. Teremos uma agenda de trabalho, com pautas relacionadas à boa transição. LOA, LDO, existem muitos outros aspectos importantes que serão tratados nessa reunião”, concluiu.
O Fundo
Criado em dezembro de 2016, o dinheiro da contribuição adicional do setor produtivo deveria ser todo utilizado para ações na infraestrutura.
A medida foi necessária diante da crise econômica que vivia o País e que afetou as contas do Estado e também diante da necessidade de aumentar os investimentos em ações básicas.
Entidades do setor, no entanto, reclamaram de desvio de finalidade. A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja) e mais 38 sindicatos rurais do Estado chegaram a mover uma ação civil pública para suspender a cobrança. As entidades alegaram estar havendo desvio de finalidade do dinheiro.
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1 Comentário(s).
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| roger 23.10.18 09h24 | ||||
| Ué, na campanha Mauro Mendes disse que o estado tinha dinheiro saindo pelos buracos, mas agora diz que vai faltar dinheiro. Isso porque nem assumiu a cadeira ainda. | ||||
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