25.06.2023 | 08h:00

MADE IN HOLLYWOOD


"Abri portas", diz atriz trans que atua em filme de diretor de MT

A brasileira Thalita Zampirolli, de 31 anos, conta como surgiu o convite para participar da produção

Reprodução/Instagram

Thalita Zampirolli é a primeira atriz trans brasileira a figurar no cinema internacional, em Hollywood

A atriz brasileira Thalita Zampirolli, de 31 anos, acredita que sua atuação no curta-metragem roteirizado e dirigido pelo mato-grossense Fabio de Mattos Anffe, de 44 anos, em Hollywood, abriu portas para outras mulheres trans.

Ela me ligou e disse que tinha uma grande oportunidade para mim e que me imaginou dando vida a Samantha 

 

Intitulada “The Roommate”, o roteiro ficou em 3º lugar no concurso do The Film Fund. Atualmente o roteirista mora em Boston (EUA) e o projeto tomou outras proporções quando a história “caiu nas graças” dos produtores e foi levada para a Califórnia.

 

O curta sequer estreou e Thalita já atingiu um grande marco, sendo a primeira atriz trans brasileira a figurar no cinema internacional, em Hollywood.

 

"O convite surgiu através de uma grande amiga que já trabalha com cinema. Ela me ligou e disse que tinha uma grande oportunidade para mim e que me imaginou dando vida a Samantha, a corretora de imóveis que interpreto. Eu topei na mesma hora", disse a atriz em entrevista à revista Caras Brasil.

 

Thalita mergulhou de cabeça no projeto para dar vida à personagem, visitando corretoras de imóveis e acompanhando de perto o dia a dia da profissão.

 

"Era uma oportunidade única. Eu não queria fazer feio. Na verdade eu sempre me dedico muito e me entrego de corpo e alma em tudo que me proponho a fazer".

 

“Queria entender o mundo profissional delas, como eram os trâmites de venda e aluguel de propriedades. Cheguei a acompanhar de perto o trabalho. Não é fácil, são verdadeiras guerreiras", afirmou.

 

Abriu portas

 

Com a conquista desse marco, Thalita falou sobre a representatividade que a produção internacional lhe conferiu.

Reprodução/Instagram

Thalita Zampirolli durante filmagem

 

"Eu acho esse movimento importantíssimo. As pessoas precisam entender, aceitar e respeitar a gente. Podemos ocupar qualquer espaço desde que tenhamos capacidade de estar ali”.

 

Segundo a atriz, a luta dela é para que toda pessoa trans ocupe mais e mais espaços, sem medo e acreditando em seus sonhos.

 

“Eu acreditei em mim e por isso estou aqui hoje. Ninguém tem o poder de parar uma mulher trans", afirmou.

 

"Com respeito, humildade e muita preparação profissional podemos chegar aonde quisermos. Fico feliz em abrir portas para outras mulheres trans que, com certeza, virão depois de mim. A arte pode salvar vidas", afirmou.

 

Seu sonho, segundo a atriz, é ser reconhecida dentro e fora do Brasil. “Não é uma trajetória fácil, mas eu venho me preparando muito para isso".

 

“The Roommate”

 

Segundo o diretor, o roteiro conta a história de Tony, um homem que vive sozinho e não tem contato com a família. Ele descobre que alguém tem invadido a sua casa durante a noite e confronta o invasor, o que acaba revelando um mistério sobre ambos.

 
“O filme mostra o quanto a solidão é capaz de fazer uma pessoa perder a noção de sua realidade”, diz o diretor mantendo o mistério sobre a sua obra.

 

“A felicidade é imensa, sempre foi um sonho viver de cinema! Acredito que está se realizando, saí das gravações já com vontade de fazer outro. Fazer o filme em Hollywood, na terra do cinema, é quase inacreditável!”, comemora.

 

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