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08.10.2023 | 08h:00

ANTIGUIDADES


Apaixonados por relíquias fazem encontros e têm página no Face

O entusiasta Francisco das Chagas criou grupo em rede social para reunir os amantes de objetos antigos

Arquivo pessoal

Ford F-75 Willys de 1966

Bicicleta dos anos 60, notas de cruzeiro e um disco de vinil do Mixto. Cuiabanos apaixonados por antiguidades guardam verdeiras relíquias em casa - e se orgulham muito delas. No Facebook, eles criaram um canal de contato onde trocam informações, negociam itens e mostram suas coleções.

 

Está tendo bastante participação do povo cuiabano

Administrador e criador do grupo, o memorialista Francisco das Chagas, de 53 anos, é um apaixonado por história e objetos antigos. Ele conta que desde 2005 participa ativamente de atividades desse meio. Atualmente, ele e outros colecionadores também expõem em uma feirinha na Praça Popular.

 

“É uma ação que a gente faz há muitos anos, de mexer com banco de dados. Nós tínhamos uma feira na Praça do Porto, em 2005, onde nos reuníamos. Na época, tinha o patrocínio do Governo do Estado, e conseguimos reunir bastante pessoas na praça”, conta.

 

“A ideia era revitalizar aquele espaço com essas ações de cultura, porque a feira era bem diversificada. Tinha culinária, artesanato e antiguidades. Depois perdemos o patrocínio do Estado e acabou”.

 

Assim, com o passar dos anos, Francisco foi mantendo viva a atividade por meio de grupos presenciais, depois pelo WhatsApp, até que decidiu criar a página “Relíquias, Colecionáveis e afins de Cuiabá” no Facebook.

 

“Recentemente passei para o Facebook para alcançar mais pessoas. E está tendo bastante participação. O espaço foi estendido para qualquer pessoa que queira vender, trocar ou somente expor”, diz.

Arquivo pessoal

Escafandro usado no filme Caçada Sangrenta, de 1974

 

Uma das peças mais interessantes que Francisco disse já ter visto na página foi um escafandro, uma roupa de mergulho impermeável desenvolvida por volta de 1950 para trabalhos na água em profundidade.

 

O conjunto em questão e uma bomba antiga pertencem ao agricultor Sérgio Gugelmin, de 63 anos, e foram utilizados na gravação do filme "Caçada Sangrenta", rodado em Cuiabá em 1974.

 

“Eu nunca contei a quantidade de objetos que tenho hoje, mas deve ter mais de 600 peças, entre discos, moedas, máquina de escrever, ferro, máquina de costura, ventilador, balança, lampião e os escafandros, que são meu forte”, orgulha-se Sérgio.

 

“São escafandros de mergulho usados nas décadas de 30 e 40. Esse que eu postei no grupo, o David Cardoso usou no rio Jauru. Em matéria de escafandro aqui no Brasil, eu fui um dos mais atuantes”.

 

David Cardoso foi o ator principal do filme "Caçada Sangrenta". 

 

Segundo Sérgio, seu interesse por colecionáveis teve início por volta dos 18 anos. Hoje, ele tem aproximadamente 600 peças dos mais variados tipos, entre moedas, discos, máquinas de escrever e outros.

 

“A maioria das minhas peças eu comprei. Tenho muitos escritos históricos da Cuiabá antiga, que herdei do professor Francisco Alexandre Ferreira Mendes. Tenho a história do Mãe Bonifácia, o manuscrito da história que ele escreveu em 1959”.

Sérgio ainda conta que viajou para vários estados em busca de itens, como São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

 

Ele também já negociou, principalmente escafandros, com pessoas da França, Inglaterra, Estados Unidos, Espanha e Portugal. 

 

“[O colecionismo] É uma atividade importantíssima. Meus netos vêm em casa e ficam perguntando sobre os itens e as histórias. É algo que quero passar adiante”.

Arquivo pessoal

Ford Corcel de 1977

 

Já o subtenente da reserva da Polícia Militar, Ronaldo Domingos do Carmo, de 53 anos, também integrante do grupo, diz que há pelo menos 25 anos coleciona itens. Segundo o militar, há dois objetos que ele não se desfaz: um orelhão dos anos 80 e um rádio da Philco Transglobe dos anos 60.

 

"O rádio era do meu falecido cunhado. Ele tinha desde 1960, quando ganhou de um tio que era militar, no início de Brasília. O orelhão eu fui presenteado por um amigo há 15 anos", conta.

 

Entre as relíquias ainda guardadas por Ronaldo, ele listou um Ford Corcel de 1977, um Ford F-75 Willys de 1966 e uma vasta coleção de miniaturas de veículos.

 

"Hoje os jovens não sabem como era difícil a comunicação. Mandava um carta pra ser lida com 10 ou mais dias. E essa atividade mantém vivo que havia de mais bonito e importante nas épocas".

 

 


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