15.04.2025 | 14h:13

SANTUÁRIO


Elefanta que vivia em cativeiro na Argentina está a caminho de MT

Sem sedação, Pupy viaja em caixa reforçada e com câmeras que a monitoram 24 horas por dia

Reprodução

Caminhão que leva Pupy percorrerá estradas de três países até chegar ao refúgio em Mato Grosso

A elefanta africana Pupy, de aproximadamente 36 anos, deixou finalmente o Ecoparque de Buenos Aires nesta segunda-feira (14) rumo ao Santuário dos Elefantes Brasil (SEB), em Chapada dos Guimarães (MT), após um atraso de 53 dias em relação à data inicialmente prevista.

 

A viagem, que percorrerá mais de 2.600 km em um caminhão adaptado, deve durar cerca de uma semana, com paradas estratégicas para garantir o conforto do animal.  

 

Originalmente, Pupy deveria ter iniciado sua transferência em 22 de fevereiro, mas a equipe do santuário optou por adiar a partida para assegurar que a elefanta estivesse completamente adaptada à caixa de transporte. 

 

"Decidimos esperar até que ela demonstrasse total confiança no processo. Elefantes precisam se sentir seguros para entrar e permanecer na caixa voluntariamente", explicou Scott Blais, fundador do santuário.  

 

Localizado em Chapada, o Santuário dos Elefantes é um projeto da Global Sanctuary for Elephants em parceria com a ElephantVoices, dedicado a resgatar elefantes de circos, zoológicos e outras situações de cativeiro, oferecendo-lhes um ambiente natural e livre.  

 

Nascida no Parque Nacional Kruger, na África do Sul, Pupy foi levada ainda jovem para o Templo Hindu dos Elefantes, dentro do Ecoparque de Buenos Aires, onde viveu por décadas em um espaço restrito, sem condições adequadas para expressar comportamentos naturais. Sua transferência para o SEB marca o fim de anos de espera e burocracias.  

 

A mudança só foi possível após seis anos de negociações entre autoridades argentinas e brasileiras. Originalmente, Pupy viajaria ao lado de sua companheira de mais de 30 anos, Kuky, mas a outra elefanta faleceu em outubro de 2023, semanas após a liberação da documentação necessária.  

 

A viagem 

 

Com um transporte especializado, Pupy foi içada por um guindaste e colocada em uma caixa de transporte reforçada, acoplada a um caminho. Sem sedação, ao contrário do que muitos imaginam, elefantes em viagens longas não são sedados, pois permanecer conscientes reduz riscos à saúde. 

 

Com monitoramento 24h, câmeras internas e uma equipe de veterinários acompanham seus sinais vitais. Paradas serão feitas para hidratação, alimentação e descanso. Três de seus tratadores argentinos viajam junto para oferecer familiaridade, conforto e ter um acompanhamento emocional. 

 

Ao chegar ao SEB, Pupy será a primeira elefanta africana do local, ocupando inicialmente um espaço exclusivo. Porém, em breve terá companhia: Kenya, outra elefanta africana resgatada, também está programada para ser transferida daqiu a alguns mêses.  

 

O santuário já abriga cinco elefantas asiáticas (Mara, Bambi, Rana, Maia e Guille), todas resgatadas de situações de exploração. Guille, por exemplo, chegou em 2022 junto de sua mãe, Pocha, que infelizmente faleceu meses depois.  

 

Acompanhe a jornada em tempo real 

 

O SEB atualizará diariamente um mapa com o trajeto de Pupy, e a equipe compartilhará vídeos e fotos nas redes sociais. 

 

— Ela está indo muito bem, comendo e mostrando curiosidade. É emocionante saber que, em alguns dias, ela finalmente terá uma vida digna — disse Scott em sua última atualização.  

 

Para acompanhar a viagem pelo site clique AQUI.

 

Veja os vídeos da viagem de Puppy: 

 

 

 


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