Cuiabá, Sexta-Feira, 27 de Junho de 2025
DESENVOLVIMENTO HUMANO
29.07.2013 | 16h35 Tamanho do texto A- A+

Com baixo IDH, Cuiabá ocupa a 92ª posição no Brasil

De forma geral, Estado é rico e povo pobre, segundo economista

MidiaNews

A Educação é um dos parâmetros para se medir o Índice de Desenvolvimento Humano

A Educação é um dos parâmetros para se medir o Índice de Desenvolvimento Humano

ISA SOUSA
DA REDAÇÃO
O Estado de Mato Grosso ocupa a 11ª posição no Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM), com índice de 0,725.

Na comparação entre os 5.565 municípios pesquisados, Cuiabá é a primeira cidade, porém está em 92ª posição, com índice de 0,785 no IDHM.

O número é alto, se comparado ao de 1991, de 0,449, porém ainda revela uma Estado rico, com população pobre, segundo o economista Maurício Munhoz. Numa escala de 0 a 1, o índice 1 é considerado o mais avançado.

Divulgado nesta segunda-feira (29), o Atlas do Desenvolvimento Humano Brasil 2013, elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), em parceria com o Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (IPEA) e a Fundação João Pinheiro (FJP), leva em conta três critérios: longevidade, educação e renda.

Quando comparado aos estados que compõem a região Centro-Oeste, Mato Grosso é o último colocado.

O Estado está atrás, respectivamente, do Distrito Federal (0,824), em primeiro lugar no ranking nacional, Goiás (0,735), em oitavo lugar, e Mato Grosso do Sul (0,729), em 10º.

Para se ter uma ideia, o primeiro município do país é São Caetano do Sul, em São Paulo, com 0,862.

O pior colocado mato-grossense é Campinápolis (685 km a Leste de Cuiabá ), em 5.339º, no âmbito nacional e em último lugar no Estado, com índice de 0,538. O pior colocado do país é Melgaço, no Pará, com índice de 0,418.

Reforço da desigualdade

Para Maurício Munhoz, a pesquisa do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento é "emblemática", e nesse sentido também fundamental, por levar em conta estimativas sociais, e não apenas econômicas.

“A metodologia é muito interessante porque mostra a qualidade de vida das pessoas e não a representatividade tão falada do Estado no Produto Interno Bruto (PIB) do país. Mesmo porque, neste segundo caso, sempre somos campeões”, afirmou.

Ao se levar em conta a longevidade da população, a renda e, principalmente, sua educação, observou o economista, nota-se que um Mato Grosso rico se apresenta perante uma população ainda pobre.

“Temos, atualmente, um modelo econômico que apresenta riqueza, mas uma riqueza que não fica aqui. Os dados demonstram isso. Se não estamos entre os melhores, nosso modelo está errado. Só pensamos em exportar matéria-prima, o que significa também que o giro desse dinheiro fica onde o produto vai e o pouco que volta, vai para os produtores”, disse Munhoz.

“Essa suposta qualidade de vida não chega. Nossas estradas são exemplos, vemos vez ou outra caminhões que escoam os produtos causando acidentes fatais. Nem abastecer aqui em Mato Grosso eles abastecem mais. Vem aqui, pegam a soja e vão embora. Atualmente, nossa economia mais produz e reproduz desigualdades do que o contrário”, completou.

O ideal, segundo Munhoz, seria a fomentação de industrialização local.

“Agroindustrializar Mato Grosso é a melhor maneira de começar a mudar a realidade que vivemos. Pegar, por exemplo, o caju e produzir sua castanha, seu fruto. Trabalhar com pequenas indústrias significa gerar trabalho e impostos, o que também significa fazer o dinheiro ficar aqui”, disse.

Indicadores

O IDHM é um índice composto por três indicadores de desenvolvimento humano: vida longa e saudável (longevidade), acesso ao conhecimento (educação) e padrão de vida (renda).

O IDHM do país não é a média municipal do índice, mas é um cálculo feito a partir das informações do conjunto da população brasileiras em relação aos três indicadores.

O IDH municipal também tem critérios diferentes do IDH global, que o Pnud divulga anualmente e que compara o desenvolvimento humano entre países.

Entre os três indicadores que compõem o IDHM, o que mais contribuiu para a pontuação geral do Brasil em 2013 foi o de longevidade, com 0,816 (classificação "desenvolvimento muito alto", seguido por renda (0,739; "alto") e por educação (0,637; "médio").

Apesar de educação ter o índice mais baixo dos três, foi o indicador que mais cresceu nos últimos 20 anos: de 0,279 para 0,637 (128%).

Segundo o Pnud, esse avanço é motivado por uma maior frequência de jovens na escola (2,5 vezes mais que em 1991). No indicador longevidade, o crescimento foi 23% entre 1991 e 2010; no caso de renda, a alta foi de 14%.

Confira os dados do Atlas do Desenvolvimento Humano Brasil 2013 AQUI.



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COMENTÁRIOS
13 Comentário(s).

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Ademir  30.07.13 15h24
Cuiabá é a 7ª melhor cidade-sede da Copa do Mundo no IDHM e 11ª entre as capitais no Brasil, bom!!
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Dalva Neves  30.07.13 14h48
O IDH de Cuiabá é ALTO!!! Está entre 0,700 e 0,799, mais precisamente 0,785; à frente de Campo Grande.É o 9º maior IDH dentre as 27 capitais brasileiras, segundo a ONU,ou estou errado??
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Paula  30.07.13 14h00
Este artigo demonstra que crescimento economico NÃO e desenvolvimento. Apenas crescer não é condição de melhoria de vida da população. Qual o limite que a população suporta na questão desigualdade de renda?
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Maraisa  30.07.13 13h23
A lista dos municípios do Estado com melhor IDHM: Cuiabá (0,785) Lucas do Rio Verde (0.768) Nova Mutum (0.758) Rondonópolis (0,755) Primavera do Leste (0,752) Campo Verde (0,750) Barra do Garças (0,748) Sorriso (0,744) Campos de Júlio (0,744) Santa Rita do Trivelato (0,735) Jaciara (0,735) Várzea Grande (0,734)
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Rogério  30.07.13 12h56
Falta investimentos de grandes agroindustrias e logísticas em Matro Grosso. O que adianta sermos bons produtores de produtos in natura, sendo que o que o setor industrial é o que leva maior parte dos lucros? Não podemos melhorar o cenário de Mato Grosso sem investir dentro do próprio Estado, gerando renda para população e para o comércio local. Investindo em uma melhor qualidade de vida para a população, saúde, educação, transporte e conhecimento que futuramente gerará uma maior participação de novas grande empresas para o Mato Grosso.
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