Com NET, Embratel faz uma das maiores aquisições de 2010

Ganhar musculatura na disputa de um dos mercados com maior taxa de expansão no Brasil foi o que levou a Embratel a adquirir 143,85 milhões de ações da operadora de TV por assinatura Net em outubro, por R$ 3,3 bilhões. A aquisição colocou em destaque a empresa nas categorias dos Maiores Negócios do Ano e Retorno ao Acionista. Também reforçou sua participação na Net como parte da estratégia da internacional do grupo América Movil, do qual a Embratel faz parte, de unificar os ativos de telefonia (fixa e móvel), internet e TV por assinatura em toda a América Latina.

Tanto que a Embratel adquiriu em janeiro mais 21,8% das ações preferenciais da Net, totalizando 97,6% do capital não votante da companhia. A Embratel detém 91% do capital total da Net, mas restrições legais ao capital externo fazem com que o controle permaneça com as Organizações Globo, sócia da América Movil no negócio. O próximo passo da América Movil rumo à consolidação é uma fusão entre a Embratel e a operadora de telefonia celular Claro, também controlada pelo grupo.

A Embratel avalia que a indústria de telecomunicações no Brasil tem avançado num ritmo acelerado. Por isso tem buscado consolidar sua posição no mercado doméstico, segundo a direção da empresa. A companhia tem intenção de realizar novos investimentos com recursos próprios.

O analista Fernando Góes, da corretora Rico (antiga Link Trade) afirma que a área de telecomunicações – ao lado do setor elétrico – é uma das estrelas do mercado em 2011, com crescimento acima da média da economia brasileira.

Para Góes, o setor “tem a vantagem de estar em crescimento contínuo nos últimos anos e não ter muita relação direta com os fluxos de capital do exterior”. Segundo ele, a expansão das comunicações no País deve favorecer a estratégia das empresas da área.

De acordo com a Embratel, o mercado de telecomunicações tende a crescer graças a eventos como os Jogos Olímpicos de 2016. O mercado de satélites também se encontra em expansão, em função da necessidade de ampliação da cobertura de celulares e da evolução da tecnologia de televisão em alta definição (HD) e 3G. A empresa afirma ainda que o crescimento da demanda por televisão via satélite (DTH) entre o público brasileiro e os programas oficiais de inclusão digital podem impulsionar os negócios na área de internet.