MARCONDES MACIEL
DIÁRIO DE CUIABÁ
O litro da gasolina na Grande Cuiabá poderá passar de R$ 2,98 para R$ 3,13 nos próximos dias e alcançar novo recorde em Mato Grosso, que já é o terceiro Estado com a maior média de preços do combustível, perdendo apenas para Roraima e Acre. A alta vem das distribuidoras e é a terceira do ano, mas não atinge os preços do etanol, que continuam vendidos ao preço médio de R$ 2,28 na maioria dos postos.
A explicação para o novo reajuste, segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Mato Grosso (Sindipetróleo), é a "escassez" de etanol anidro utilizado na proporção de 25% na gasolina. As usinas, entretanto, garantem que o abastecimento está normal. "Se [o abastecimento] já estava normal antes do início da safra, agora é que não há motivos para novos movimentos nos preços", afirma o diretor executivo do Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras de Mato Grosso (Sindálcool), Jorge dos Santos. Segundo ele, mais de 60% das usinas retomaram a operação após o período de entressafra da cana-de-açúcar e com previsão de produzir mais etanol do que no ano passado. Ele afirma desconhecer os motivos da nova alta da gasolina.
De acordo com o secretário executivo do Sindipetróleo, Bruno Borges, as distribuidoras estão repassando reajuste médio de 5% aos postos, desde o começo do mês. O produto, que era vendido pelas distribuidoras por R$ 2,62/litro, agora custa R$ 2,75 para o varejo. "Com esta última majoração, a margem de lucro dos postos revendedores ficou ainda mais apertada, praticamente no limite", sustenta Borges. "Vamos apenas recompor os preços". Ele diz que principal razão da alta é a falta de álcool anidro, misturado à gasolina na proporção de 25%.
Borges não soube precisar quando o reajuste chegará à bomba e assim, ao consumidor final, lembrando que o mercado de revenda de combustíveis é livre e cada um toma a decisão de mexer nos preços no momento que achar oportuno. Borges acredita, contudo, que com a moagem de cana-de-açúcar pelas usinas, os preços tanto da gasolina quanto do etanol tendem a apresentar queda a partir da segunda quinzena de maio. Em todo o Estado são 900 postos revendedores, dos quais cerca de 200 localizados somente na Grande Cuiabá.
PRODUÇÃO - Este ano, a produção de etanol deverá atingir 900 milhões de litros em mato Grosso, incremento de 5,88% em relação a ultima safra (850 milhões/t). No total, serão processadas 14,20 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, crescimento de 4,41% na comparação com a safra anterior (13,60 milhões/t). Mesmo com a recuperação dos preços, a produção de açúcar vai encolher de 440 mil toneladas para 428 mil/t, queda de 2,73% de uma safra para a outra. Já a produção brasileira deverá alcançar 25,51 bilhões de litros, incremento de 0,52% em relação à temporada passada.
O consumo mato-grossense de etanol deverá ficar entre 420 mil e 450 mil litros. O excedente irá para os mercados atendidos atualmente por Mato Grosso como Acre, Rondônia e Amazônia. No caso do açúcar, 60% da produção ficará no Estado e o restante vendido a outras regiões do país.
A moagem começou na primeira semana de abril e deve se estender até novembro pelas 10 plantas em operação no Estado: Itamarati (Nova Olímpia), ETH Bioenergia (Alto Taquari), Barralcool (Barra do Bugres), Libra (São José do Rio Claro) Novo Milênio I (Lambari D'Oeste), Cooprodia (Campo Novo dos Pareci), Pantanal (Jaciara), Novo milênio II (Mirassol D'Oeste), Alcoopan (Poconé) e Usimat (Campos de Júlio).