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30.09.2015 | 18h20 Tamanho do texto A- A+

Grupo de empresas de Mauro Mendes pede recuperação judicial

Bipar alegou dívidas por causa de quebras de contrato e inadimplências de clientes

MidiaNews

O prefeito Mauro Mendes, cujo grupo empresarial pediu recuperação judicial

O prefeito Mauro Mendes, cujo grupo empresarial pediu recuperação judicial

DA REDAÇÃO

 O Grupo Bipar, constituído por empresas do prefeito Mauro Mendes (PSB), ingressou nesta quarta-feira com um pedido de recuperação judicial na 1ª Vara Cível de Mato Grosso. O grupo é formado pela Bipar Energia S.A.; Bipar Investimentos e Participações S.A.; Mavi Engenharia e Construções Ltda.; e Bimetal Indústria Metalúrgica Ltda.

 

O objetivo do grupo, segundo seus representantes, é utilizar a recuperação judicial para a manutenção de empregos diretos e buscar o equilíbrio financeiro para saldar cerca de R$ 100 milhões em dívidas com fornecedores, bancos e outras obrigações de fazer, além de seguir com a execução de aproximadamente R$ 200 milhões em contratos.

 

De acordo com Luis Nespolo, diretor do grupo, entre os motivos que levaram as empresas a recorrer à recuperação, estão quebras indevidas de alguns contratos e inadimplências, o que gerou prejuízos ao grupo.

 

Outro fato preponderante que contribuiu para o agravamento da situação do grupo ocorreu em 2014, depois que Mauro Mendes foi considerado pelas instituições bancárias uma pessoa politicamente exposta

Ele elenca, por exemplo, a demora na aprovação de um pedido de aditamento de valor do contrato mantido pela Mavi com a Matrinchã Transmissora de Energia S.A., para a construção de uma linha de transmissão no Estado de Mato Grosso. A Mavi está ingressando na Justiça Arbitral cobrando uma diferença de execução do contrato no valor de R$ 112 milhões.

 

“A Matrinchã demorou cerca de um ano para apreciar o nosso pedido de aditivo, e isso gerou uma defasagem muito grande entre nossas receitas e despesas, já que no período mantivemos a execução do contrato sem a remuneração devida”.

 

Segundo ele, a Mavi também teve problemas com um contrato com a empresa Linha Verde Transmissora de Energia S.A. (LVTE) na execução de uma linha de transmissão entre os estados de Mato Grosso e Rondônia. Esta obra sofreu diversos atrasados motivados pela LVTE, o que vai exigir um reequilíbrio contratual para cobrir os prejuízos.

 

Bimetal

 

Considerada a "empresa mãe" do grupo, e a que tem a melhor saúde financeira, a Bimetal Indústria Metalúrgica Ltda. acabou incluída no processo da RJ mais por ser a garantidora de vários dos créditos e financiamentos das demais empresas junto a instituições financeiras, do que por problemas de caixa.

 

Mesmo assim enfrentou alguns problemas na execução de um contrato para o fornecimento de estruturas metálicas para o Consórcio CPM Novo Fortaleza/Infraero para execução completa da ampliação do aeroporto de Fortaleza. Este contrato foi interrompido por litígio entre as partes, prejudicando o seu escopo, pois a Bimetal era um subfornecedor deste consórcio.

 

"Importamos matéria prima, adquirimos outras no mercado nacional, fabricamos e não conseguimos faturar e receber na totalidade, gerando um prejuízo na ordem de R$ 10,5 milhões que estão sendo objeto de cobrança judicial”, afirmou Nespolo.

 

Ele disse que a recuperação judicial foi a única saída por não conseguir receber os créditos nos prazos previstos. “Se hoje nós recebêssemos todos os créditos que temos na praça, conseguiríamos pagar todas as nossas dívidas e ainda geraríamos lucro real no nosso balanço”, afirmou Nespolo.

 

Ararath

 

No pedido de recuperação judicial, o Grupo Bipar também elenca como uma das causas do procedimento a perda de crédito bancário das empresas em função da exposição política do fundador do grupo,  o atual prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes, especialmente depois da sua inclusão na investigação denominada Ararath.

 

“Outro fato preponderante que contribuiu para o agravamento da situação do grupo ocorreu em 2014, depois que Mauro Mendes foi considerado pelas instituições bancárias uma PPE (pessoa politicamente exposta), gerando uma restrição de crédito corporativo e impedindo o aumento do capital de giro das empresas. Devido a este fato e outros de exposição pública de seu principal acionista, o grupo teve parte dos seus limites de créditos bancários reduzidos ou cortados, em um momento em que deveriam ser ampliados para fazer frente a elevação do nível de atividade e faturamento”.

 

Uma empresa em recuperação deve apresentar em 60 dias um plano de recuperação, com até 150 dias para a sua aprovação pelos credores e posterior homologação judicial. Neste período, explica Nespolo, a empresa tem o benefício suspender ações e execuções.

 

“Temos muita confiança de que brevemente conseguiremos receber tudo que temos direito e apresentar um plano de pagamento de todas as nossas dívidas com todos os nossos fornecedores”, afirmou Nespolo.




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5 Comentário(s).

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Evandro  01.10.15 13h29
Evandro, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas
ORIGINAL  01.10.15 08h30
ORIGINAL, seu comentário foi vetado por conter expressões agressivas, ofensas e/ou denúncias sem provas
+ Marcelo F  01.10.15 07h52
O país derrete a cada dia... ontem mais uma empresa de grande porte esta considerada um exemplo de gestão, não aguentou as aventuras petistas no mundo encantado do capitalismo. Quantas empresas mais suportarão este desgoverno, que consegue aglutinar incomPTência na gestão da economia, incomPTência nas negociação política, mas sobretudo corrupção nunca vista nestas terras (e olha que estamos falando de um país que não é nenhum exemplo disso), com uma tremenda de uma falta de caráter e de credibilidade. Façam suas apostas, se protejam de todas as formas que puderem.
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ROMEU CARLOS MACHADO  01.10.15 07h34
AI EU TE FALO COMPENSA SER POLITICO NESSE PAIS. ESTA UM EXEMPLO CONCRETO DE EMPRESARIO HONESTO E SEM CRÉDITO SE ESTIVE FOCADO NAS SUAS EMPRESAS NÃO ESTARIA ASSIM. A CADA DIA QUE PASSA ACREDITO QUE O RUMO POLITICO DO BRASIL. É PARA AQUELES QUE NÃO ESTÃO NEM AI PARA POPULAÇÃO
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Paulo Cunha Dessantos  30.09.15 18h44
Hoje em dia grandes empresas como esta vem sofrendo com a situação critica que nosso País vem suportando. Nesses casos, a recuperação se mostra como ótimo remédio para garantir os empregos e geração de renda. Boa sorte prefeito!
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