O Irã notificou nesta segunda-feira (8) a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), ligada à ONU (Organização das Nações Unidas), que decidiu enriquecer urânio a 20%. O anúncio fez acirrarem os ânimos em torno do contestado programa nuclear do país, alvo de desconfiança por parte do Ocidente.
Um grupo de países, liderado pelos Estados Unidos, diz que o Irã pretende obter combustível para produzir uma bomba nuclear. Já os iranianos juram que seu objetivo é produzir energia atômica para fins pacíficos.
O Irã, que já enriquece urânio a um nível de 3,5%, alega que precisa fazê-lo a uma taxa de 20% para o funcionamento do reator de Teerã, destinado a produzir material para fins medicinais – o urânio tem diferentes aplicações na medicina, como exames de tireoide e tratamento do câncer.
Mas o temor do Ocidente é que o país chegue ao urânio enriquecido a 90%, suficiente para alimentar uma bomba atômica.
Saiba como funciona o enriquecimento de urânio
1) O material é extraído de pedreiras ou minas e misturado a outros elementos.
2) O urânio é separado desses elementos, sobrando o óxido de urânio, também chamado “yellow cake” (bolo amarelo, em inglês). Depois, o “yellow cake” é transformado em um composto gasoso, o hexafluorido de urânio.3) O composto gasoso é colocado em centrífugas nucleares, para que o urânio seja enriquecido. Os átomos de urânio mais pesado (U-238) vão para o alto da centrífuga, enquanto o mais leve (U-235) fica na parte de baixo. O gás recuperado no centro é enviado para uma nova centrífuga, e o processo se repete milhares de vezes em uma usina.
4) Para alimentar um reator nuclear e gerar energia elétrica, é preciso que a taxa de enriquecimento esteja entre 3% e 5%, o que o Irã já tem capacidade para fazer. Enriquecido a 20%, o urânio pode ser usado para fins medicinais. Já para fabricar uma bomba atômica, o nível tem que chegar a 90%.
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