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15.02.2011 | 12h00 Tamanho do texto A- A+

Produção e distribuição de ovos

As máquinas trabalham freneticamente. O produto é frágil

CANAL RURAL

A equipe do Canal Rural Na Estrada está em uma das dezenas de granjas de Bastos, no interior de São Paulo. Há mais de 70 anos que a produção de ovos é um dos grandes pilares da economia da região.

São das gaiolas que saem ovos que vão ser consumidos em todo o Brasil.Na granja não se faz estoque. Não demora mais de um dia para as caixas saírem. O caminhão vai sendo carregado e logo parte. Os principais destinos são Rio de Janeiro, a capital paulista e Brasília

A equipe está em uma distribuidora de ovos no Rio de Janeiro. Um caminhão acabou de chegar do interior de São Paulo. O produto vai ficar estocado em pilhas, mas não é por muito tempo.

Na empresa, o esforço é para manter os estoques baixos. O giro precisa ser diário, para manter o produto dentro da validade. Uma mesma distribuidora trabalha com inúmeros fornecedores. Nesta aqui, são atendidos quase 200 clientes por dia.

– Este caminhão acabou de chegar do fornecedor. Ele está chegando com 650 caixas de ovos. A gente vai transformar essa carga em 15 entregas. Aí começa nosso trabalho do dia a dia – explica o vendedor Marcelo Daré.

– É um trabalho de formiguinha. A gente vai pegar 600 caixas de ovos e fazer entrega em 15 clientes. Cada entrega demanda caminhão e, para cada caminhão, são três funcionários. E cada cliente tem um pedido diferente. Temos clientes de atacados e pequenos. Desde duas caixas de ovos até 100 caixas. Cada dia é um cliente. Para o produtor fica muito difícil fazer esse tipo de trabalho – completa Daré.

Na granja em Bastos, no interior de São Paulo, são produzidos 360 mil ovos por dia. Quatro ovos por segundo, a semana inteira, o ano inteiro.

Quem administra essa estrutura toda, que não para nunca, é Wagner Mizohata.

Ele é descendente de japoneses e teve a tarefa de adaptar o negócio da família aos novos tempos. Uma das medidas foi terceirizar o transporte entre a granja e os distribuidores, uma forma de diminuir os altos custos e a complexidade de se administrar uma frota de caminhões.

Outro desafio é garantir o suprimento de grãos

Cerca de 60% da ração utilizada na alimentação das galinhas é composta por milho. 20% é soja e 10% é calcário, o que fortalece a casca do ovo.

O funcionário que prepara a alimentação adiciona ainda outros nutrientes. A ração sai de uma pequena fábrica direto para o caminhão, que vai levar tudo para os galpões onde estão as galinhas.

– Grande parte da ração que usamos vem de outros Estados. Para a gente conseguir baratear o custo, tivemos que investir em frotas de caminhão. Tentamos ganhar preço mais competitivo barateando o frete, que é um dos nossos grandes custos – explica Mizohata.

São usadas 80 toneladas de milho por dia. O equivalente a mais de duas carretas. Fica tudo estocado em um silo, com capacidade para 30 dias de ração.

Livros de receitas e cartilhas. O coordenador da Câmara Setorial de Ovos da União Brasileira de Avicultura (Ubabef), entidade que reúne representantes do setor avícola no Brasil, José Botura, está engajado em mostrar os benefícios do consumo de ovos e aumentar a demanda no país. Mas ele reconhece que a qualidade das estradas e as distâncias entre as lavouras e as granjas atrapalham a vida de quem produz.

– Não resta a menor dúvida de que é mais fácil transportar o produto acabado do que transportar grãos. Por outro lado, com as estradas que temos, é impossível que o ovo não sofra nenhuma quebra porque chacoalha muito.

A estimativa é que para cada quilo de ovo produzido, seja necessário dois quilos de grãos.

– Custa mais transportar o grão, mas você não compromete a qualidade do produto. Isso que importa.

A saída para algumas empresas é mudar de endereço e trabalhar com produção de ovos mais perto das lavouras. Ainda em 2008, o Canal Rural na Estrada registrou as primeiras fases de implantação da maior unidade de produção de ovos no Brasil, em Primavera do Leste, Mato Grosso. Os planos são para produzir quatro milhões de ovos por dia no local, até o final de 2011.




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Hiuri  13.05.20 15h52
Ótimo noticiário, amei a postagem
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