A Polícia Civil confirmou há pouco ao
MidiaNews a prisão dos secretários-adjuntos de Estado Elpídiio Spiezzi (Secom) e José de Jesus Nunes Cordeiro (SAD). Elpídio foi detido na própria secretaria, que fica no Palácio Paiaguás, instantes após iniciar seu expediente.
Os empresários donos das gráficas Print e Defanti, todos da mesma família, são considerados foragidos, segundo informou a Polícia Civil.
Eles são alvos da Operação Edição Extra, deflagrada na manhã desta quinta-feira (18), pela Polícia Civil, com base em suspeitas de esquema de lavagem de dinheiro público por meio de gráficas, com sedes em Cuiabá e Várzea Grande.
A operação é comandada pela delegada Liliane Murata. No total, foram expedidos 6 mandados de prisões, quatro contra donos de gráficas e dois contra os servidores públicos, e 16 mandados de busca e de apreensão.
O foco principal da operação são várias empresas que venceram o pregão presencial de nº 093/2011, feito pela Secretaria de Estado de Administração, por meio do processo de nº. 0299.583/2011/SAD.
Na ocasião, o secretário da SAD era Cezar Roberto Zílio.
O gasto de dinheiro do Estado com confecção de material impresso, nos últimos dois anos, ultrapassaria os R$ 40 milhões.
O esquema
O esquema teria se iniciado com a montagem de um grupo de gráficas, que combinava quem iria vencer os lotes licitados no Estado.
Alguns concorrentes "independentes", que entravam na disputa do pregão, teriam recebido dinheiro das gráficas que fariam parte do esquema, para desistir da licitação.
Esses valores chegavam, segundo fonte do site, a R$ 30 mil.
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Polícia durante busca e apreensão na gráfica Print, nesta manhã
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Com os concorrentes fora do páreo, as gráficas que fariam parte do esquema se articulavam para ganhar os lotes, vários deles com valores milionários.
A partir daí, havia uma simulação em relação ao número de materiais impressos. Ou seja, as gráficas receberiam por um volume de impressos, mas, em tese, só imprimiriam uma quantidade ínfima dos mesmos.
Campanhas eleitoraisSegundo a investigação do MPE, parte do dinheiro que seria desviado pode ter sido utilizado em campanhas eleitorais.
Outra parte ficaria em crédito junto às próprias gráficas, que em troca fariam, sem custos, a impressão de materiais de campanha.
O MPE não descarta que o esquema possa ter financiado candidatos nas eleições deste ano.
Advogados já estão na Defaz O advogado Maurício Magalhães que defende o secretário-adjunto da Secom, Elpídiio Spiezzi, preso durante a Operação, já está na Delegacia Fazendária.
Também encontra-se na sede da Defaz, a advogada da Gráfica Print, Alline Malhado.
Ambos não quiserem falar com a imprensa e disseram que só irão se manifestar após terem acesso aos autos.
Agência também é alvoSegundo informações da Polícia Civil, a Agência Casa D'Ideias, de Marketing e Propaganda também é um dos alvos da Operação. Mandados de buscas estão sendo cumpridas na sede da empresa.