Cuiabá, Terça-Feira, 1 de Julho de 2025
COLETA DE LIXO
21.04.2019 | 08h00 Tamanho do texto A- A+

Sindicato: com frota desfalcada, garis fazem jornada de até 14h

Entidade diz que funcionários estão sendo ameaçados e sofrendo retaliação ao denunciarem a situação

Reprodução/Sindilimp

Cerca de 10 veículos quebram por dia, segundo o Sindicato

Cerca de 10 veículos quebram por dia, segundo o Sindicato

BIANCA FUJIMORI
DA REDAÇÃO

Os funcionários da empresa Locar, que realiza a coleta de lixo em Cuiabá e Várzea Grande, estão sendo obrigados a trabalhar 14 horas por dia, sem horário de almoço, com equipamentos de proteção individual (EPIs) sucateados e sem receber hora extra, segundo denúncia feita pelo Sindicato dos Trabalhadores na Limpeza Urbana (Sindilimp-MT).

 

O presidente do sindicato, Wenderson Alves, afirmou que falta mão de obra e a frota de caminhões é pouca, sendo que muitos veículos estão quebrados.

 

“Por causa da frota, que não é suficiente - diariamente quebram 10 caminhões -, a empresa fica jogando para cima dos funcionários, fazendo com que eles sobrecarreguem o horário de jornada, chegando a trabalhar até 14 horas por dia”, apontou.

 

Com poucos funcionários e sem frota apropriada, alguns bairros da Grande Cuiabá já estão sem coleta de lixo há cerca de uma semana.

 

Eles estão entrando 7h e saindo 21h e não podem tirar 1 hora de almoço. [...] Quando eles param para comer alguma coisa, se algum fiscal da empresa passar e pegar, já altera a voz, vem com intimidações, fala que tem que terminar o setor

De acordo com o sindicalista, as regiões mais afetadas são os bairros São Mateus, El Dourado, Parque Sabiá e Marajoara, em Várzea Grande. Já na Capital, a região Norte é a que mais sofre sem coleta.

 

As péssimas condições de trabalho e as cargas excessivas de trabalho teriam se iniciado em novembro de 2018, segundo os garis. Eles afirmam que os funcionários não podem nem mesmo tirar uma hora de folga para almoço - o que é previsto por lei.

 

“Eles estão entrando 7h e saindo 21h e não podem tirar 1 hora de almoço. Geralmente eles estão fazendo 20 minutos, 15 minutos. Quando eles param para comer alguma coisa, se alguns fiscal da empresa passar e pegar, já altera a voz, vem com intimidações, fala que tem que terminar o setor”, afirmou Alves.

 

Ele ainda denunciou que os garis estão sofrendo ameaças da direção da empresa. Alguns até teriam sido demitidos por conversarem com o sindicato.

 

“Eles descumprem a legislação trabalhista e ainda ficam afrontando os funcionários com ameaças. Uma das principais ameaças é a retaliação. A gente já entrou com uma ação e eles vão ter que arcar na Justiça agora”, disse.

 

Alves disse que o sindicato já realizou mais de 20 denúncias contra a empresa na Vigilância Sanitária, na Delegacia Especializada do Meio Ambiente (Dema) e na Delegacia do Trabalho, em cinco meses. Porém, ainda não houve nenhuma visita no local.

 

“Já passou um prazo de 70 dias, mas ninguém apareceu e não aconteceu nada. A gente não tem autoridade, como o Ministério do Trabalho tem, para interditar a empresa. A gente faz o que pode”, disse.

 

O sindicalista também apontou um suposto superfaturamento no contrato mantido pela Prefeitura de Cuiabá com a Locar. Segundo ele, existem apenas 130 funcionários, mas no contrato diz que são 280.

 

“Teve uma prestação de contas na Câmara dos Vereadores e a empresa alegou que tem 280 funcionários e 38 caminhões rodando. Mas na realidade isso não existe. Foi até feita uma denúncia no Ministério Público de superfaturamento. A Prefeitura de Cuiabá continua pagando por um número que não existe”.

 

Outro lado

 

A equipe de reportagem tentou contato com os telefones disponíveis na internet da filial em Várzea Grande, no entanto os números não funcionaram. A reportagem também ligou para a matriz, localizada em Recife (PE), porém ninguém atendeu.

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2 Comentário(s).

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Paulo Sergio  21.04.19 15h22
Uma vergonha essa coleta de lixo. Aquí na Rua Marechal Deodoro, Araés, é uma imundície, lixo acumulando nas calçadas.
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Lacerda  21.04.19 09h40
Sou empresário na orla do Porto, e uma Região de bastante presença de oublico, principalmente nestes feriados....o coleta está deixando a desejar..
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