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RUAS DE CUIABÁ
23.06.2024 | 08h00 Tamanho do texto A- A+

Apaixonado por ônibus cria página no Insta e compartilha registros

Página de Felipe Abreu mostra manobras pela cidade e conta com mais de 3,6 mil seguidores

Felipe Abreu

Registros feitos de ônibus pelo busólogo em Cuiabá

Registros feitos de ônibus pelo busólogo em Cuiabá

LIZ BRUNETTO
DA REDAÇÃO

Unindo um bairro a outro e serpenteando entre avindas e ruelas de Cuiabá, a estrutura em aço, alumínio e plástico reforçado dos ônibus é visto de longe, seja pelo tamanho imponente ou letreiros luminosos indicando a rota.

Hoje eu classifico isso como um hobby, faço as fotos e vídeos porque gosto, apesar de muitas pessoas acharem que eu tenho algum vínculo com as empresas ou até com a prefeitura e eu não tenho

 

Se de um lado tem quem deteste a rotina diária de aperta e empurra dentro das conduções superlotadas, por outro tem que admire e contemple a estrutura grandiosa do veículo. É o caso do administrador Felipe Abreu, de 33 anos.

 

Apaixonado por ônibus desde criança, ele hoje se considera um busólogo e coleciona registros fotográficos e em vídeo dos veículos de transporte que passam por ele no dia a dia. Para compartilhar os arquivos, Felipe criou uma página no Instagram.

 

Intitulada “MTBusCba”, o primeiro registro da página foi compartilhado no dia 14 de junho de 2022. Hoje, o perfil é alimentado diariamente e conta com mais de 420 publicações e 3,6 mil seguidores.  

 

“Como minha família não tinha carro, sempre dependemos de transporte público e era uma alegria pra mim, quando criança, pegar ônibus e passear. Lembro que tinha o ‘Frescão’. Era vermelho. acho que foi o primeiro ônibus com ar condicionado em Cuiabá”, recorda.

 

O interesse foi imediato e a rotina de pegar condução para ir a escola, que começou aos 5 anos, não era um martírio e, sim, uma diversão. Os tempos de ônibus lotados ficaram para trás para Felipe, mas a paixão não.

 

“Foi aí que começou minha paixão pela estrutura, pela carroceria do ônibus. Hoje eu classifico isso como um hobby, faço as fotos e vídeos porque gosto, apesar de muitas pessoas acharem que eu tenho algum vínculo com as empresas ou até com a Prefeitura. E eu não tenho”.

 

Além de admirar a beleza dos veículos, Felipe pesquisa sobre eles e acompanha a renovação da frota aqui na Capital. Ele conta que troca informações com pelo menos outras quatro pessoas que dividem o mesmo interesse.

 

“Não os conheço pessoalmente, mas conversamos, trocamos informações e cada um tira suas fotos no seu canto”.

 

Os registros são feitos por Felipe especialmente entre as Avenidas Isaac Povoas e Getúlio Vargas. Ele aproveita qualquer oportunidade do dia a dia para fazer os registros, em idas ao banco ou à academia.

 

Para o administrador, seu ônibus favorito atualmente é o articulado. “Foi uma coisa única em Cuiabá e tem só quatro unidades”, diz. Os veículos do tipo circulam pelas linhas 313, 711 e 609.

 

Segundo Felipe, a precariedade e lotação em horários de pico, apesar de causar incômodo, nunca afetaram o seu interesse pelos ônibus.

 

“Sempre tive perrengues, mas nunca interferiu, nunca deixei de gostar. Passei anos da minha vida andando em ônibus lotado”. Segundo o administrador, entre suas rotas principais estavam os ônibus 306 e 313, para a faculdade e o trabalho.

 

Ele, que quando criança sonhava em ser motorista, notou o dia a dia extenuante da profissão e se contentou apenas ser um admirador. “Com o passar do tempo fui vendo a realidade, tanto do motorista quanto a minha”.

 

Deixando a desejar

 

Apesar de muito apaixonado, Felipe afirma questiona a qualidade e, principalmente, a quantidade de coletivos disponíveis e que nem de longe são suficientes para atender a demanda na capital.

 

“O intermunicipal que liga Cuiabá e Várzea Grande, por exemplo, é péssimo, tanto na qualidade quanto na demanda. Ele está sempre lotado. Outra é a do Pedra 90. Tem poucos ônibus e quando tem são aqueles curtinhos, que não cabe muita gente”, disse.

 

Para Felipe, uma referência em transporte público é Curitiba. “Já andei em muitas capitais e Curitiba é uma referência. Cuiabá não está tão ruim, até tem ônibus novos, mas está sempre tudo muito lotado”.

 

O busólogo salienta que nesse cenário, mesmo com coletivos novos, percepção de qualidade é afetada pelo usuário.

 

“O ar condicionado acaba não dando conta, não têm bancos suficientes. Sem falar nesse ônibus que chegaram, com a porta em um lado que não tem utilidade nenhuma e que não terá, foi um dinheiro jogado fora”.

 

No direct

 

Felipe conta que se surpreendeu com a quantidade de pessoas que começaram a seguir a página, no entanto, muitos ainda não entendem o propósito e fazem reclamações por mensagem.

 

“No início deu muita reclamação, o povo achava que eu era vinculado a alguma empresa. Fui explicando e muitos começaram a comentar ‘publica mais, tira foto de tal linha, de tal ônibus’”.

 

“Quando me mandam mensagem no direct do Instagram, eu explico, mas tem uns que se alteraram, um quase me xingou”, conta.

 

Entre as principais reclamações está a superlotação dos ônibus, atrasos e falta de linha.

 

“Não me incomoda, mas às vezes fico com receio e tento responder da melhor forma possível”.

 

Veja:

 

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