Após 8 meses, obra de R$ 125 milhões de Emanuel nem começou
Demolição do mercado causou queda no fluxo e nas vendas de lojas e comércios do entorno
Divulgação Prefeitura de Cuiabá
O prefeito Emanuel Pinheiro, durante lançamento da obra: tudo parado
ANGÉLICA CALLEJAS
DA REDAÇÃO
Lançadas há oito meses pelo prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), as obras do novo Mercado Municipal Miguel Sutil, na Avenida Genoroso Ponce, em Cuiabá, nem começaram.
Tomara que terminem e cumpram o que prometeram, porque o Centro de Cuiabá está muito feio, muito comércio fechando
O prazo para a conclusão do novo mercado é dezembro de 2024. A obra foi anunciada como PPP (Parceria Público Privada), que deveria investir R$ 125 milhões por meio do Consórcio CS Mobi, do Grupo Simpar, que também administra o estacionamento rotativo Cidade Verde, que começou a cobrar os motoristas cuiabanos neste mês.
O projeto apresentado pelo prefeito também inclui infraestrutura nas ruas adjacentes, aprimoramento dos pontos de ônibus e a reforma da Praça Rachid Jaudy.
"Esse é o início de todo o processo de transformação que deixará um legado significativo para as futuras gerações de nossa capital, valorizando nosso Centro Histórico. Esta será a última grande obra entregue pela administração Emanuel Pinheiro, após oito anos de transformações em nossa cidade", disse Emanuel, há oito meses.
Sem obra
A reportagem do MidiaNews foi até o local, nesta semana, e encontrou a área praticamente vazia. No local, havia somente três módulos, que seriam os alojamentos para funcionários, sendo que o terceiro ainda estava sendo finalizado.
Angélica Callejas/MidiaNews
Terreno vazio onde as obras deveriam ter sido iniciadas
A lentidão da empresa e da Prefeitura tem incomodado os comerciantes da região, que reclamam da queda nas vendas e dizem que a obra não será entregue no prazo.
180 lojas
O projeto, que foi amplamente divulgado pela Prefeitura, teria entre sete e oito pisos, sendo três destinados à construção de 180 estabelecimentos comerciais, e os demais para 500 vagas de estacionamento.
O espaço, conforme a CS Mobi, seria voltado para lazer, com área gourmet, tendo também escritórios de advocacia, clínicas médicas e outros empreendimentos.
Além disso, o projeto promete melhorias do entorno do novo Mercado Municipal, com reforma das vias, pontos de ônibus com sistema de mobilidade inteligente, totens eletrônicos, estação de aparelhos de ginástica e bancos com repetidor wi-fi.
“Não vi benefício; está horrivel”
É uma queixa geral. O prejuízo foi não só para nossa loja, mas também para quem tinha ponto ali. Tinha farmácia, então havia um fluxo melhor
“Eu trabalho nessa região há um ano. Desde a demolição, ficou muito parado. Agora que construíram essas casinhas. Teve bastante queda da movimentação também por conta do estacionamento rotativo”, disse a funcionária de uma loja, que preferiu não se identificar.
“Tomara que terminem e cumpram o que prometeram, porque o Centro de Cuiabá está muito feio, muito comércio fechando. Dizem que vai ter estacionamento, lotérica, banco, pode ser que chame mais público. Mas não acredito que vá ficar pronto [no prazo], porque as coisas que a Prefeitura está fazendo, até agora, não vi benefício nenhum. Está horrível”, completou.
Já a gerente de outro comércio local, que também pediu que sua identidade fosse preservada, afirmou que houve 30% de queda nas vendas. Segundo ela, é uma reclamação geral dos lojistas das proximidades.
“Aqui fomos impactados em cerca de 30% na queda das vendas. Era um pouco melhor porque ali [no antigo mercado] tinha várias lojinhas, um ponto de ônibus. Era um chamariz para nossa loja. Quem estava lá, acabava também vindo para cá”, disse.
“É uma queixa geral. O prejuízo foi não só para nossa loja, mas também para quem tinha ponto ali. Tinha farmácia, a Baobá, que era uma loja de ervas e cereais, então havia um fluxo melhor”.
“Desde que demoliram, não vi evolução na obra. De vez em quando vemos alguém trabalhando, mas é raro. E a gente ainda corre risco porque a rua ali na lateral é escura e sem fluxo, o que chama a atenção da criminalidade, gente que pula para usar droga”.
“Espero que, quando finalize, chame atenção para a nossa loja. Eu estou na expectativa junto do pessoal, mas já faz meses que está na mesma, então a gente fica desacreditado”.
Assista ao vídeo:
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João CERQUEIRA 09.04.24 07h38
Pra mim foi uma destruição da nossa memória ao por abaixo o Mercado Municipal de Cuiabá, um patrimônio histórico de muitas gerações que deveria ser preservado revitalizando, mas a caneta é tudo hoje em dia , basta apenas uma assinatura para que tudo. se acabe. Me lembro de menino meu avô me levava para fazer comprar neste Mercado. Já adolescente comprava tintas na J B Curvo do saudoso Joao Balduíno Curvo e outros estabelecimentos que tinham a época. Era tudo prático no Mercado. Infelizmente foi se abaixo para edificar um imóvel de 7 ou 8 andares sem nenhuma beleza arquitetônica e obstruindo a visão daqueles que vem através dos edifícios ou no topo da Av. Isaac Povoas a nossa querida Notre Dame de Cuiabá a igreja de Nossa. Senhora do Bom Despacho. Parabéns Cuiabá pelos seus 305 anos de lapidação da nossa história. Ao IPHAN nossos sentimentos.
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João Moessa de Lima 08.04.24 16h53
Qual a surpresa reforma do Mercado do Porto era para o trezentos anos de Cuiabá não ficou pronta até hoje está parada e não vai ficar pronta até o final do mandato imagine essa que nem começou.
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Jorge1 08.04.24 16h11
Apesar da falta do início de obras no local onde ficava o Mercado Municipal é preciso olhar pelo lado positivo, em ter acabado com aquele lixão e pombal em pleno centro comercial da Capital.
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Gustavo 08.04.24 13h51
Fui nesse mercado municipal quando jovem anos 90 e já era decrépito. Estava horrível atualmente. O centro de Cuiabá hoje, está nos bairros. Até acho que investir ali não tem futuro, mas demolir o mercado foi a melhor opção.
