Rivelton Cabeça de Boi - Santa Helena

Picanha, costela, contrafilé e fraldinha são cortes básicos de carne bovina presentes nos churrascos de final de semana. Apesar da resistência de muitos, o cupim tem seu sabor e é sempre uma opção nas churrascarias. Enfim, do músculo ao rabo, do filé mignon ao tutano, quase tudo pode ser aproveitado no boi. Mas e a cabeça?
Dona de um sabor forte e único, a cabeça de boi tem seus apreciadores. A carne das bochechas, por exemplo, é macia. A língua e os miolos também são aproveitados e podem ser acompanhados por vinagrete, mandioca e farinha. Em cada cabeça, há nada menos que três quilos de carne, que podem servir até oito pessoas.
Na casa de Rivelton Campos, a cabeça de boi assada no forno de barro é uma tradição de família que, aos poucos, foi virando uma fonte de renda.
Rivelton aprendeu a preparar a iguaria com o pai, Rivaldo Campos, desde pequeno. O costume de fazer a carne nos finais de semana e em festas despertou em Rivelton a vontade de aprender. Seu Rivaldo, que morreu há três anos, passou ao filho todas as técnicas que sabia.
Arquivo Pessoal
Cabeça de boi assada pronta para ser consumida: carne tem como principal característica o sabor forte e intenso
É nos fundos da sua casa, no Bairro Santa Helena, que Rivelton prepara o assado.
Os fornos de barro são de construção rústica e simples, mas são fortes o suficiente para trabalhar à lenha na preparação do prato, que é vendido sob encomenda e preparada desde sexta-feira para que seja entregue no final de semana.
“Tem muita gente que assa no buraco, mas eu faço no forno de barro. O sabor é outra coisa”, orgulha-se.
Cada cabeça passa de 8 a 12 horas no fogo, com pele e tudo, sem nenhum tipo de tempero. O sabor forte e natural da carne é algo que intriga o paladar de quem come pela primeira vez.
O movimento varia conforme o mês, mas, em média, Rivelton vende de 7 a 10 cabeças por semana.
O sucesso da empreitada exigiu que ele formalizasse a empresa e construísse um local maior para a produção, que terá mais dois fornos de barro.
Ele conta que,entre seus clientes de Cuiabá e Várzea Grande, muitas pessoas encomendam para experimentar o prato, principalmente os mais jovens.
À reportagem, dona Evanil, mãe de Rivelton, destaca que os jovens também aprendem a comer com os pais. "É uma tradição que está passando”, afirma.
O reconhecimento dos clientes é recorrente, segundo Rivelton.
“Tem gente que me liga me dando os parabéns por ajudar a manter a tradição, dizendo que é uma coisa que não pode acabar”, declara.
Não se sabe exatamente qual a origem da cabeça de boi assada. Mas o homem pantaneiro a tem como uma tradição, já que a carne bovina é o principal alimento desde o século XIX.
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2 Comentário(s).
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maria costa 15.10.18 14h35 | ||||
Parabéns comprei muito quando era do seu pai. | ||||
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josianne c s. souza 15.10.18 09h45 | ||||
Parabéns Tom, Deus te abençoe, muito sucesso, você merece... | ||||
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