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30.11.2022 | 12h25 Tamanho do texto A- A+

Corregedor: “Delegado está em estágio probatório e isso conta”

Na noite de segunda, Bruno França invadiu casa em condomínio em Cuiabá e faz ameaças a dona

Montagem/MidiaNews

O delegado-corregedor, Marcelo Felisbino

O delegado-corregedor, Marcelo Felisbino

CÍNTIA BORGES
DA REDAÇÃO

O delegado Marcelo Felisbino, corregedor da Polícia Civil, afirmou que está apurando as condutadas imputadas ao delegado Bruno França, acusado de invadir a casa, xingar e ameaçar uma empresária no Condomínio Florais dos Lagos, em Cuiabá.

 

Na noite de segunda-feira (28), Bruno invadiu a casa da mulher sob pretexto de prendê-la em flagrante por descumprimento de medida protetiva que seu enteado teria contra ela.

 

Felisbino apontou que Bruno – que atua em Sorriso - ingressou nos quadros na Polícia Civil em janeiro deste ano, e por isso ainda está em estágio probatório (que são três anos). Por conta de ainda ser um servidor em início de carreira e não ter estabilidade, corre maior risco de ser demitido.

 

O corregedor, no entanto, pondera para que não sejam atribuídas condutas ilegais antes da conclusão das investigações.

 

“Tem que ver se houve ou não uma conduta punível. Ainda não podemos dizer: ele agiu de forma punível. As penalidades vão desde a advertências a suspensões. Ele está em estágio probatório e isso conta, também. Ele ainda não é um servidor estável, e ele tem que se atentar a esse fato”, afirmou.

 

“Por isso, temos que tomar cuidado de não colocar uma culpa antes da hora, estamos em fase de apurações preliminares”, completou.

 

Segundo o delegado, o procedimento na Corregedoria foi instaurado a partir de notícias divulgadas na imprensa.

 

Agora, a Polícia ouvirá os policiais do GOE (Grupo de Operações Especiais) que deram suporte a Bruno na ação para entender como eles foram acionados e sob qual justificativa.

 

“O primeiro passo é: tem elementos para instaurar uma sindicância? Após isso, temos que responder se ele tem alguma culpa. ‘Que tipo de conduta? Que peso que é isso?’”, disse. 

 

Bruno também deve ser ouvido, mas em um segundo momento da apuração.

 

Policias podem ser punidos

 

Dentro da investigação, segundo Felisbino, também serão apuradas as condutas dos policias que acompanharam Bruno na ação. 

 

“Eles participaram de todo o ato e a gente tem que apurar qual a participação e responsabilidade deles naquela ação”, disse.

 

O corregedor afirmou que o procedimento de apuração da conduta do delegado tem prazo de 30 dias, mas devido à complexidade pode durar mais.

 

“Geralmente acaba se estendendo um pouco mais que isso. Acredito que aqui ainda está muito no início para gente ter uma resposta no presente caso”, disse.

 

O caso

 

Na noite de segunda-feira (28), o delegado invadiu uma casa no Condomínio Florais dos Lagos, alegando que estava cumprindo uma prisão em flagrante por descumprimento de medida protetiva que seu enteado teria contra a dona da casa.

 

O caso em questão corre na Justiça, após o enteado do delegado e o filho da moradora terem brigado quando a família ainda morava no Alphaville I. A fim de evitar mais problemas, a mulher teria se mudado para o Florais dos Lagos. 

 

Porém, na segunda, o adolescente teria ido até o atual condomínio da mulher para jogar bola com amigos, e eles acabaram se encontrando. O menino então teria ligado para o padrasto, que foi até o local abordar as vítimas.

 

Armado, o policial arrombou a porta da residência e entrou no imóvel com apoio de três agentes do Grupo de Operações Especiais (GOE). O tempo todo ele gritava e ameçava a família. No momento, estavam a dona da casa, seu marido e a filha pequena do casal.

 

Durante minutos de terror, em que a criança chorava desesperadoramente, o policial xingava e gritava: "Manda ela sair daí, senão vou disparar na cabeça dela”.

 

“Da próxima vez que ela chegar perto do meu filho, eu vou estourar a cabeça dela. Eu vou explodir a cabeça dessa filha da puta”.

 

A mulher foi conduzida à delegacia e presa. O advogado Rodrigo Pouso diz que a ação foi ilegal, e que a cliente não foi notificada da medida protetiva.

 

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COMENTÁRIOS
7 Comentário(s).

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Luiz  30.11.22 23h59
Despreparado e pouco para esse cidadão, como pode ocupar um cargo público de grande importância um absurdo o que ele fez. Deve responder pelos seus atos sem o corporativismo público.
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Ortega   30.11.22 23h02
Total despreparo de um delegado que não tem nem um ano de serviço público. É esse tipo de cidadão que meus impostos vão pagar ? Hoje aconteceu com essa família, amanhã pode ser a sua. Que a corregedoria tome uma decisão certa referente a esse acontecimento e que este cidadão sirva de exemplo. Pois um cargo de delegado a pessoa tem que ter respeito e dignidade com a população.
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Marcio Aurélio Gomes  30.11.22 16h03
Que cena de HORROR. Como pode um servidor público AMEAÇAR de meter a bala na cabeça de uma criança???????????????? ABUSO DE AUTORIDADE NÃO. ISSO FOI TERRORISMO!!!!!
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Patricia   30.11.22 15h41
Se o garoto foi no condomínio que a empresária mora , a culpa eh dela? Eu achava que a Medida protetiva deveria servir p ambos!
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Simonetto  30.11.22 14h19
Autoridade só faz isso porque sabe que nunca são punidos, no maximo respondem ao famoso inquérito....a gente vê seguidos casos de abuso de autoridade, é muito revoltante os caras sabem que tem a lei e uma arma ao lado deles, o que rsta ao cidadão é só a humilhação....absurdo.
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