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11.02.2024 | 08h16 Tamanho do texto A- A+

Cuiabana ganha visibilidade internacional com sua arte digital

Com ateliê em Cuiabá, Amanda Homem conseguiu romper fronteiras com suas obras

Acervo pessoal / Amanda Homem

A artista plástica Amanda Homem

A artista plástica Amanda Homem

ANDRELINA BRAZ
DA REDAÇÃO

Em passos largos, no alto de sua perna-de-pau, Amanda Homem observa suas obras de arte ultrapassarem as fronteiras de Cuiabá e ganharem o Mundo digital. Com 29 anos, a cuiabana apaixonada pelo Carnaval se dedica à arte circense e a produção de arte digital, por meio do NFT . 

 

Os NFTs significam “Non-fungible Token” (Tokens não Fungíveis, ou não substituíveis). Trata-se de um símbolo eletrônico criado em uma plataforma blockchain para representar algum bem considerado único, como uma obra de arte, um tweet, um item colecionável e até mesmo um imóvel virtual.

 

Apesar de sentir apreço pela arte desde criança, foi só na vida adulta que Amanda viu o interesse pelas carreira artistica aflorescer. Na época, ela cursava arquitetura na Universidade Federal de Mato Grosso e passava alguns meses em Porto Alegre (RS), em mobilidade acadêmica.  

 

Me inspiro muito na natureza, porque para mim, a natureza é um lugar de refúgio

“Fui para Porto Alegre e lá eu fiz um ano de artes visuais. E vi que tinha que seguir uma carreira artística. Quando voltei para Cuiabá, já voltei decidida. Então, comecei na pintura analógica, com pintura em tela e pintura de observação”, declara Amanda.  

 

Vencedora do "Festival do Minuto", premiação nacional voltada a produções de vídeos curtos, Amanda busca inspiração para os seus trabalhos por meio do contato com a natureza e das vivências do dia a dia. 

 

Para ela, o ventilador ligado em uma tarde de calor pode virar quadro, assim como um cachorro correndo pode se tornar uma animação, e a sua preocupação com o meio ambiente podem se tornar arte.  

 

“Gosto muito do cotidiano. Gosto de pintar coisas do universo feminino, do universo das emoções e me inspiro muito na natureza, porque para mim, a natureza é um lugar de refúgio da correria do dia a dia.  Gosto de desenhar mulheres sempre com pouca roupa ou cenários desérticos. É meio que como uma tentativa de fazer as pessoas olharem para essas mudanças climáticas e retratar aquilo que a gente vive aqui em Cuiabá”, diz. 

 

Acervo pessoal / Amanda Homem

exposição paris

Obra "Você me viu?" exposta em galeria de obras em NFT na França

O ateliê de Amanda é em Cuiabá, mas as suas obras já romperam as fronteiras físicas e passaram a viajar o Mundo. De Cuiabá a Portugal, do Rio de Janeiro à França, de São Paulo à Tailândia, a cuiabana tem uma pequena coleção de galerias nas quais seus trabalhos foram expostos pelo Mundo.

 

“Foi uma surpresa muito boa quando começaram a surgir essas exposições. Mas, sinceramente, eu fiquei mais feliz com as que aconteceram aqui no Brasil", diz ela, referindo-se a uma exposição realizada no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro.

 

Apesar de iniciar o seu trabalho por meio de pinturas em tela e desenhos livre, foi a partir de 2021 que ela se viu imersa na possibilidade de criar obras no formato digital, os NFTs, e  sem preocupação com o alcance de público ou com logística de produção e deslocamento das obras.  

 

“Se eu faço uma pintura em tela, terei que enviar pelo Correio e isso vai ter um custo. Quando a obra chegar lá [nas exposições], eles ainda vão ter que moldurar. Mas na arte digital a gente acaba conseguindo enviar só o arquivo PNG para os curadores e eles expõem em telas e televisores com projeção ou em painéis de LED". 

 

O NFT como galeria digital 

Os NFTs atuam como um selo de autenticidade presente no mundo digital. 

 

Disponibilizados em plataformas online, os trabalhos em NFT são classificados como uma cripto art, já que as transações financeiras para suas aquisições são feitas por meio de criptomoedas, que podem ser convertidas, posteriormente, em dólar. 

 

Para os artistas, os NFTs podem significar uma nova lógica de trabalho com mais independência autoral e financeira, já que suas obras podem ser vendidas de forma direta, sem a necessidade de intermediários no processo de negociação. 

 

“E eu diria para os artistas que esse impacto [do surgimento do NFT] é muito positivo, porque dentro do processo de venda no mercado digital, você vai construir seu público. Então você pode trabalhar com sua arte autoral sem precisar necessariamente de uma demanda. Não tem ninguém que chega para você e fala ‘eu quero tal coisa e vou te pagar tanto’. É você que decide seus preços e, também, é muito legal ter essa liberdade artística” , declara Amanda. 

 

Acervo pessoal / Amanda Homem

Amanda Homem

Amanda Homem em perna de pau

Mas apesar da liberdade artística e financeira, Amanda Homem alerta para os pontos negativos para quem está começando no universo da arte digital.

 

“No início você tem que dedicar um tempo ali para conseguir construir seu público. Tem que estar sempre ativo nas plataformas, colocando artes novas. Tem uma coisa da era digital, tudo tem que ser muito rápido também. Então, se você é um artista que trabalha num processo mais lento, no NFT acaba cobrando um pouco” declara.  

 

Professora de pintura na galeria Mandala, em Cuiabá, Amanda planeja expandir sua oferta de cursos para artistas iniciantes. Seu projeto mais recente é simplificar e desmistificar a arte digital por meio de um curso voltado aos trabalhos em NFT.   

 

 

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