Os cuiabanos gastam entre R$ 12 e R$ 35 quando querem almoçar fora de casa. O valor está dentro do que é considerado caro para o serviço. No Centro-Oeste, a média é de R$ 21 por pessoa. A região é a segunda do Brasil onde é mais caro para o trabalhador almoçar fora de casa. É o que aponta uma pesquisa realizada pela Associação das Empresas de Refeição e Alimentação Convênio para o Trabalhador (Assert).
De acordo com o levantamento, esses gastos retêm mais de 30% do orçamento familiar. Fatores como a mobilidade urbana, alterações no perfil das famílias, presença crescente da mulher no mercado de trabalho, a expansão do emprego e da renda contribuem para o crescimento das refeições do trabalhador fora de casa.
A pesquisa revela que o preço dos pratos na capital custam em média R$ 21. Em Cuiabá, o consumidor pagar cerca de R$ 12,79 pelo prato feito; aproximadamente R$ 15,07 no self-service; R$ 30,40 no executivo; e R$ 34,22 no à la carte.
O administrador Sandro Becher e a família só almoçam fora de casa nos finais de semana e mesmo assim tentam controlar os gastos. “Os preços são elevados. Gasto cerca de R$ 70 para que apenas quatro pessoas almocem”.
A economista Luceni Grassi explica que é preciso avaliar o que ela gasta para preparar o alimento em casa, como o combustível e o preço dos produtos. “Se ficar mais caro, compensa comer fora de casa”. Ela ressalta que alguns fatores contribuem para que o preço da comida seja mais alto em Cuiabá, como a distância dos grandes centros e a necessidade de importação dos produtos. Para economizar, Luceni pontua que as pessoas podem procurar restaurantes que ofereçam diferenciais, por exemplo, lugares onde o cliente pode se servir à vontade e o preço é fixo.
A pesquisa levou em conta a refeição composta por prato principal, sobremesa, bebida não alcoólica e o tradicional cafezinho em refeições do tipo prato feito (comercial), self-service (quilo/preço fixo), executivo e 'à La Carte'.Os itens que vão à mesa variam de acordo com a localidade, quando as influências regionais e culturais brasileiras se afirmam. Arroz e feijão seguem como preferência nacional e a ingestão diária de frutas, legumes e verduras está abaixo dos níveis recomendados pelo Ministério da Saúde (400g) para mais de 90% da população. A pesquisa foi feita entre outubro e novembro do ano passado.
Dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2008-2009 divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelou que as famílias estão gastando bem mais com alimentação fora de casa do que gastavam em 2002/2003. O percentual dos gastos passou de 24,1% para 31,1%, nesse período, ou seja, já representa quase um terço dos gastos com alimentos.