Cuiabá, Domingo, 13 de Julho de 2025
CRISE SEM FIM
26.03.2017 | 12h00 Tamanho do texto A- A+

Dirigente lojista: abertura de novo shopping é risco para o setor

A previsão é de que o novo empreendimento seja inaugurado em outubro deste ano

Marcus Mesquita/MidiaNews

A previsão é de que o shopping Estação Cuiabá, localizado na Av. Miguel Sutil, seja inaugurado até outubro deste ano

A previsão é de que o shopping Estação Cuiabá, localizado na Av. Miguel Sutil, seja inaugurado até outubro deste ano

ÉRIKA OLIVEIRA
DA REDAÇÃO

No ano passado, somente na Grande Cuiabá, mais de 60 lojas localizadas em shoppings centers tiveram que fechar as portas, segundo um levantamento da União dos Lojistas de Shopping Centers de Mato Grosso (Unishop).

 

A previsão de abertura do Shopping Estação Cuiabá em outubro deste ano, que irá funcionar na Avenida Miguel Sutil, preocupa a entidade, que avalia o momento como “uma fase delicada” para se fazer novos investimentos.

 

“Qualquer pessoa que andar nos shoppings pode ver que várias lojas foram fechadas. Nós podemos dizer que 80% dos shoppings hoje praticamente estão desocupados. Agora, com a abertura desse novo shopping a perspectiva é que, como a economia não está crescendo, a situação fique ainda pior”, afirmou o presidente da União dos Lojistas de Shopping Centers (Unishop), Júnior Macagnan.

Nós podemos dizer que 80% dos shoppings hoje praticamente estão desocupados

 

Segundo Júnior, com a inauguração de um novo empreendimento, os quatro shoppings em funcionamento na região metropolitana terão que dividir a fatia do “bolo” de consumidores que, para ele, continuará a mesma.

 

“Não está sendo criada uma nova renda nem novos consumidores. Do bolo que nós temos hoje, são quatro shoppings na Grande Cuiabá, e com o advento desse novo shopping, a fatia agora deverá ser dividida para cinco”, disse.

 

“Como as lojas estão passando por um momento de dificuldade, o que pode acontecer é: muitas empresas sucumbirem em função de que o custo também vai continuar o mesmo” completou.

 

Na opinião do presidente, em 2015 e 2016 a economia retrocedeu pelo menos 20 anos, sendo que os reflexos dessa grande crise ainda estão sendo fortemente sentidos pelo setor.

 

Além da diminuição do poder de compra, segundo Macagnan, também com=nta como ponto negativo a falta de preocupação dos empresários com relação às estratégias na hora de abrir um novo empreendimento.

 

“A gente tenta orientar para que os empresários façam uma análise criteriosa do fundo financeiro que possuem antes de investir. E também se o seu produto tem o perfil para aquele shopping. Muitos lojistas colocam o produto errado no shopping errado. Por exemplo, um produto caro em um shopping mais popular é um erro de estratégia”, explica.

 

Mudança de fluxo

Marcus Mesquita Imagens

Junior Macagnan

O presidente da Unishop, Junior Macagnan: reformas podem trazer alguma segurança jurídica para que as empresas possam investir

Também no ano passado a população da Grande Cuiabá ganhou mais um shopping, este localizado em Várzea Grande – o primeiro da cidade industrial.

 

Segundo Júnior, o Várzea Grande Shopping fez com que se criasse um novo “fluxo” de consumidores, o que diminuiu o número de clientes que consumiam nas lojas de Cuiabá, principalmente no setor de lazer.

 

“Em Várzea Grande não tinha cinema, por exemplo, não tinha uma praça de alimentação como a que o shopping oferece. Então, na realidade, criou um fluxo novo e tirou alguns clientes de Cuiabá. A gente não tem um dado estatístico, mas com certeza isso aconteceu”.

 

Pouco otimista

 

Para o presidente da Unishop, a previsão é que a crise no setor ainda perdure por mais algum tempo.

 

De acordo com Macagnan, a única perspectiva de melhora seria com a aprovação das reformas administrativa, previdenciária e tributária, previstas para serem autorizadas pelo Governo ainda este ano.

 

“O que a gente vê é que, com o Governo Federal aprovando essas reformas, os investimentos externos podem voltar para o País. Além disso, as reformas podem trazer alguma segurança jurídica para que as empresas possam investir”, pontuou.

 

O projeto da reforma tributária institui o Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestação de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS).

 

De acordo com o Governo, o objetivo da lei, elaborada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), é garantir mais simplicidade para o contribuinte, isonomia no cumprimento da lei, neutralidade e transparência.

 

Entre as alterações previstas está a ampliação dos limites de isenção do imposto, que irá atender uma parcela maior da população, além de alterar a forma de cálculo do tributo. Outra mudança é o aumento do número máximo de parcelas para o pagamento do contribuinte, que passará de seis para 36.

 

A proposta, encaminhada pelo Governo do Estado no final de novembro do ano passado, acabou não sendo votada na Assembleia Legislativa por conta da movimentação de alguns parlamentares e segmentos do comércio de Mato Grosso.

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Shopping Cuiabá

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22 Comentário(s).

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Filipe Costa  28.03.17 09h58
O problema dos shoppings vai muito além da concorrência entre eles. Existem muitos concorrentes indireto. São 3 pilares que sustentam um shopping: Praça de Alimentação, Cinema e Lojas Âncoras. O primeiro ganhou concorrência de food trucks, food parks e restaurantes de rua (evoluiram muito e estão se diferenciando positivamente das tradicionais franquias que compõem uma praça de shopping). Você come melhor, prestigia um negócio local e paga menos por isso na rua. O cinema ganhou a concorrencia do Netflix, Tvs por assinaturas, Youtube Filmes, Etc. Afinal os filmes das telonas estão sendo disponibilizados para as telinhas cada vez mais rápido. O custo do estacionamento em uma ida ao cinema é quase a mensalidade do Netflix. E por fim, as lojas âncora estão cada vez mais atuantes na internet. Você procura e encontra os mesmo produtos da loja física na loja online muito mais barato. Algumas lojas até praticam o mesmo preço mas fornecem descontos via cupom de 20%. Comprar online ficou muito mais em conta. Não é a toa que o comércio eletrônico cresceu no Brasil mais de 7% mesmo em ano de crise. Ou as administradoras repensem e renovem esse modelo de negócio chamado Shopping Center, ou então poucos sobreviverão.
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JOSE NETO  28.03.17 08h18
CLEISON ACORDA PRA VIDA MEU JOVEM. O Shopp POPULAR NAO PAGA IMPOSTOS, VENDE PRODUTOS FALSOS OU CÓPIAS DE MARCAS FAMOSAS E NADA TEM GARANTIA. EU NAO COMPRO UMA ARRUELA LÁ, JA FUI LESADO VÁRIAS VEZES COM PRODUTOS DE ORIGEM E QUALIDADE "DUVIDOSA".
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Camila Ferreira  27.03.17 20h33
Concordo que CUIABA nao comporta 5 shoppings! se ja estava ruim com 3 imagina agora com 5. E parem de falar só em estacionamento. Mesmo se fosse de graça. o brasileiro esta sem dinheiro para consumir. Sejamos realistas!!!
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Ademir  27.03.17 19h02
Falta somente GESTÃO!!!! Diminuição de lucros exorbitantes, senão é falência mesmo, todos tem de repensar o negócio, não adianta reclamar se querem cobrar condomínios das lojas exorbitantes, e os mesmos preços fora da caixinha, acordem, novos tempos chegaram!!!
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CLEISON RODRIGUES  27.03.17 18h02
Shopping Popular, esse está bombando....vamos baixar os custos...lá nem estacionamento paga...
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