“Ela só morreu por negligência e falta de humanidade”, diz prima

A morte da várzea-grandense Amannda Rodrigues, de 22 anos, durante um incêndio no último domingo (23), na Suíça, causou revolta e comoção entre parentes e amigos. Além da dor da perda da jovem, os parentes não se conformam com o trabalho do Corpo de Bombeiros da cidade de Payerne, onde aconteceu a tragédia.

Em entrevista ao MidiaNews, a prima de Amannda, Larissa Rodrigues, conta que a mãe da jovem, Marcileia Rodrigues, está arrasada.

"Ela está em um estado deplorável, sem condições de nada. Está muito mal”, relatou a prima, que mora em Alta Floresta (800 Km de Cuiabá).

Segundo Larissa, Marcileia ligou para ela ainda da frente do prédio, logo após saber da morte de Amannda.  

“Estamos inconformados. Eles [bombeiros] se preocuparam primeiro com o fogo, depois foram retirar o corpo dela. Fingiam que ela não estava nem lá. Não parecia que era um humano pedindo, parecia que era um cachorro. Fizeram pouco caso. Ela só morreu por negligência, pouco-caso e falta de humanidade”, disse Larrisa.

Larissa disse ter certeza que o fato de Amannda e Marcileia serem brasileiras contribuiu para a negligência. 

Amannda nasceu em Várzea Grande, mas morou também em Alta Floresta e no Paraná. Ela estava na Suíça há oito anos. Foi para o País estudar e ficar perto da mãe, que já tinha ido lá para trabalhar.

 
A jovem morava sozinha no apartamento, trabalhava como auxiliar de dentista e tinha acabado de terminar o curso de Odontologia. A mãe morava perto e correu para o prédio assim que Amannda ligou dizendo que estava presa por causa do incêndio.  

“Ela ligou pedindo socorro, que o apartamento de baixo do dela estava pegando fogo e que o dela tinha muita fumaça. E ela não estava conseguindo sair", contou a prima da jovem.

Segundo Larissa, Amannda era muito meiga, extrovertida, trabalhadora e estudiosa. Tinha três irmãos - um deles também morando na Suíça.

A mãe da jovem postou um vídeo em que acusa os Bombeiros e os policiais de negligência na ação.

“Minha filha me ligou quando o incêndio começou e eu levei um minuto para chegar na porta do apartamento dela. Conversei com ela até o último momento. Ainda não tinha fogo no apartamento dela, mas tinha muita fumaça. Dava tempo de eles terem tirado minha filha de lá com vida, mas foram primeiro combater o fogo. Eu gritava, suplicava aos bombeiros para entrarem logo e tirarem ela de lá, porque não estava mais conseguindo respirar. Minha filha só perdeu a vida por negligência dos bombeiros e dos policiais”, afirmou Marcileia, no vídeo que compartilhou no facebook.

“É revoltante perder um filho num acidente trágico desse! O pior de tudo é ver a negligência dos socorristas, que não fizeram nenhum esforço para salvar a vida da minha filha! Dor, revolta, desespero, não têm palavras para expressar a minha dor! Aliás, a dor de toda família. Filha, sei que nada vai te trazer de volta, mas vou lutar por justiça para que esses profissionais sejam mais capacitados para salvar vidas! Nada nesse mundo vai diminuir essa dor que estou sentindo! Te amo para toda eternidade”, disse a mãe em outra postagem.

No Facebook da mãe, dezenas de pessoas apoiaram seu pedido de justiça e dizem para ela não desistir.

O corpo de Amannda Rodrigues foi encontrado carbonizado no chão do banheiro do apartamento com uma toalha no rosto. Ela foi a única vítima fatal do incêndio.

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