Cuiabá, Sábado, 19 de Julho de 2025
ASSASSINATOS EM COLNIZA
02.05.2017 | 17h44 Tamanho do texto A- A+

Empresário teria ordenado chacina para explorar madeira, diz delegado

Acusado está foragido; Polícia Civil negocia rendição com advogado

Reprodução

O delegado  Marcelo Muniz, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa

O delegado Marcelo Muniz, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa

THAIZA ASSUNÇÃO
DA REDAÇÃO

O delegado Marcelo Muniz, da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), afirmou nesta terça-feira (2) que um empresário de Colniza (1.065 km de Cuiabá) é investigado como o mandante da chacina que vitimou nove pessoas na Gleba Taquaraçu do Norte.

 

O crime ocorreu no último dia 19 de abril. O suspeito, que é sócio de uma madeireira na região, está foragido. Ele não teve o nome divulgado.

 

“O Poder Judiciário já expediu a prisão temporária dele e estamos em negociação com o advogado para que ele se entregue. Por isso, não é interessante agora divulgarmos os dados dele”, disse o delegado, em entrevista à imprensa.

 

E para a nossa surpresa descobrimos que a região também é rica em ouro. Então, na verdade, o interesse é a extração da madeira, e depois que a madeira fosse extraída, passaria a ser a terra

Conforme Marcelo Muniz, o empresário teria ordenado o massacre para poder extrair ilegalmente a madeira que está na região onde as vítimas moravam. A madeireira da qual ele é sócio já extraía o material ilegalmente em uma área próxima.

 

“E para a nossa surpresa descobrimos que a região também é rica em ouro. Então, na verdade, o interesse é a extração da madeira, e depois que a madeira fosse extraída, passaria a ser o ouro e a terra”, afirmou.

 

De acordo com Marcelo Muniz, quatro pessoas foram contratadas para executar o crime.

 

Dois já tiveram o mandado de prisão preventiva cumprido. Pedro Ramos Nogueira, conhecido como Doca, 52 anos, foi preso no distrito de Guatá, também em Colniza. 

 

Já o sobrinho dele, Paulo Neves Nogueira, 35, foi preso no distrito de Tabajara, em Machadinho D´Oeste (RO).

 

O terceiro suspeito de participar das execuções, e que está foragido, é Ronaldo Dalmoneck, o Sula, de 33 anos. A polícia suspeita que ele foi o responsável pela decapitação de algumas das vítimas.

 

Conhecido como o chefe do grupo identificado como “Encapuzados”, o ex-policial militar de Rondônia Moisés Ferreira de Souza, conhecido como Moisés do COE (Comando de Operações Especiais), está foragido de uma ação penal que responde junto com Ronaldo pelo crime de roubo. A Polícia Civil suspeita que ele tenha participação nos assassinatos em Colniza.

 

Todos teriam recebido em dinheiro pelos assassinatos. O valor não foi divulgado pela polícia.

 

O delegado informou que as investigações vão continuar. 

 

“A investigação não acaba hoje, esse inquérito vai se desdobrar, essa investigação é inicial”, pontuou.

 

O crime

 

A perícia concluiu que o grupo foi morto a facadas e tiros de espingarda calibre 12.

 

As vítimas foram identificadas como Izaul Brito dos Santos, de 50 anos, Ezequias Santos de Oliveira, 26, Samuel Antônio da Cunha, 23, Francisco Chaves da Silva, 56, Aldo Aparecido Carlini, 50, Edson Alves Antunes, 32, Valmir Rangeu do Nascimento, 55, e Sebastião Ferreira de Souza, 57, que era pastor da Assembleia de Deus.

 

Uma força-tarefa foi montada para o resgate dos corpos. Ao todo 32 profissionais participaram dos trabalhos. Foram empregados 19 policiais militares, quatro policiais civis, três bombeiros militares, quatro peritos e dois pilotos do Cioaper.

 

Ainda foram utilizados seis viaturas da Polícia Militar e Civil, cinco caminhonetes emprestadas, um avião, dois barcos emprestados e uma motocicleta com carretinha. Os profissionais contaram com o apoio dos moradores da região.

 

Os trabalhos da Sesp começaram na quinta-feira (20), logo que as forças de Segurança Pública tomaram conhecimento do crime. Imediatamente equipes das Políciais Civil e Militar se deslocaram para o local.

 

Na manhã da sexta-feira (21), três técnicos Politec de Cuiabá decolaram do hangar do Ciopaer, com destino ao distrito de Guariba, cerca de 150 quilômetros de Colniza para iniciar os trabalhos.

 

De lá os profissionais percorreram mais 200 quilômetros até a localidade de Taquaruçu do Norte, onde seguiram por mais 15 minutos de barco para chegar ao local do crime.

 

Os nove corpos chegaram na madrugada de sábado (22) ao Município, quando foram identificados.

 

O enterro foi realizado no domingo (23).

 

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