KATIANA PEREIRA
DA REDAÇÃO
A dona de casa Maria Euriane dos Santos, mãe da jovem Katsue Estefane Vieira, morta aos 25 anos, queimada dentro do forno de uma pizzaria, vai entrar com ação de danos materiais e morais contra o proprietário do estabelecimento. Serão acionados o comerciante Francisco Gonçalves de Oliveira e seu filho, Weber Melques de Oliveira, 22.
Weber é acusado de matar a jovem e, depois queimar, o corpo dela dentro do forno da Pizzaria Fornalha, no dia 3 de fevereiro deste ano. A pizzaria está localizada no bairro Barbado, nas proximidades da Avenida Carmindo de Campos, em Cuiabá.
A mãe de Katsue procurou o Núcleo Jurídico da Universidade de Cuiabá (Unijuris/Unic). O advogado Naime Márcio Martins está cuidando do caso e explicou ao MidiaNews qual é a situação. “Inicialmente, vamos pedir a transferência da guarda da criança para a mãe de Katsue. Assim que ela tiver com a guarda da neta garantida, vamos entrar com uma ação de danos materiais e morais”, disse o advogado.
Martins disse que a avó da criança não tem condições de prover o seu sustento. Além disso, o pai da menor não possui emprego fixo e tem envolvimento com drogas. “A mãe dessa criança foi assassinada de forma brusca, dentro de um comércio, pelo filho do proprietário. Agora, a responsabilidade é deles prover o sustento dessa criança, já que quem a sustentava era a mãe”, explicou.
Crime na Pizzaria
O Ministério Público Estadual ofereceu denúncia contra o comerciante Weber Melques Venandes de Oliveira, 22, que confessou ter assassinado a facadas e queimado o corpo de Katsue Estefane dos Santos Vieira.
Weber é réu em um processo por homicídio triplamente qualificado, que envolve motivo fútil, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima, e destruição de cadáver.
Ele está preso desde o dia 13 de fevereiro, no Centro de Centro de Ressocialização de Cuiabá (CRC), o antigo Carumbé, no bairro do mesmo nome, em Cuiabá.
Consta, na denúncia, que o comerciante encerrou o expediente na pizzaria por volta das 23h30 e se dirigiu até a Boate Executive's, próxima à Estação Rodoviária de Cuiabá, no bairro Alvorada. Katsue estava na porta da boate, fumando maconha, com outras garotas de programa, segundo a informação.
Weber teria ficado no local, usando drogas com as jovens e, depois, convidou Katsue para sair e pegar dinheiro para comprar drogas.
Ele levou a jovem até a Pizzaria Fornalha. O comerciante chegou a pegar R$ 70 do caixa, mas gastou. Ele contou, em depoimento, que sentiu uma vontade súbita de matar Katsue e assim o fez.
O comerciante contou que deu duas facadas na garota, que continuou viva, e outra no pescoço, golpe que foi fatal. Depois, ele colocou o corpo de Katsue dentro do forno e a queimou, usando toras de lenha.
Ele também lavou toda a pizzaria, que ficou muito suja de sangue.
Comportamento frio
Depois de ter matado a jovem, Weber seguiu para sua residência, no bairro Santa Isabel, e dormiu até o meio-dia, quando foi acordado pelo pai, o comerciante Francisco Gonçalves.
Francisco foi alertado por vizinhos da pizzaria, que suspeitaram que algo de errado havia acontecido no comércio, que estava com sangue até nas calçadas. Moradores também disseram que escutaram gritos e pedidos de socorro vinda pizzaria.
Weber confessou o crime ao delegado André Renato Gonçalves, e a investigadores da DHPP, que disseram ter ficado chocados com a frieza do comerciante.
Ele disse que, logo que pegou Katsue, foram até a pizzaria, tomaram cerveja e consumiram muita droga, principalmente crack e cocaína.
Já embriagado e sob os efeitos das drogas, ele teria sentido "vontade" de matar a vítima. Somente no final do depoimento ele disse que estava arrependido.