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REINCIDENTE
24.03.2017 | 14h02 Tamanho do texto A- A+

Irmão de senadora é citado em lista suja do trabalho escravo

O advogado Luiz Alfredo de Abreu já havia sido notificado pela mesma prática em 2013

Montagem/MidiaNews

O advogado Luiz Alfredo de Abreu (detalhe) foi notificado em 2013 por manter trabalhadores em situação análoga à escravidão

O advogado Luiz Alfredo de Abreu (detalhe) foi notificado em 2013 por manter trabalhadores em situação análoga à escravidão

ÉRIKA OLIVEIRA
DA REDAÇÃO

O advogado e pecuarista Luiz Alfredo Feresin de Abreu, irmão da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), é um dos empregadores mato-grossenses citados na lista suja do trabalho escravo, publicada pelo Governo Federal nesta quinta-feira (23).

 

A lista, que aponta empregadores que tenham sido acusados de submeter trabalhadores a condições análogas à escravidão, estava suspensa há dois anos.

 

Há quatro anos, quando um levantamento similar foi divulgado pelo Ministério do Trabalho, também foram registrados indícios de trabalho semelhante à escravidão na mesma propriedade que figura na lista desse ano, a fazenda Taiaçu II, a 48 km do Município de Vila Rica, no nordeste de Mato Grosso.

 

Na época, Luiz Alfredo havia afirmado que a operação visava atingir sua irmã, então líder da bancada ruralista no Congresso. Kátia Abreu foi ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento entre os anos de 2015 e 2016.

 

Além de Luiz Alfredo, outros cinco empregadores de Mato Grosso apareceram na lista suja. (Veja abaixo)

 

Caso recorrente

 

Além da Taiaçu, o pecuarista é acusado de manter pelo menos cinco trabalhadores em situação de escravidão nas fazendas Roma e São Lucas.

 

Conforme o Ministério do Trabalho, a ação fiscal foi realizada em 2013, mas desde então Luiz Alfredo “não celebrou ou não cumpriu acordo judicial ou Temo de Ajustamento de Conduta”.

 

De acordo com a vistoria, os trabalhadores tinham jornada de 11 horas e moravam em um alojamento sem energia elétrica ou água. No dia 23 de agosto, quando os fiscais estiveram na fazenda Taiaçu, o vaso sanitário do banheiro estava quebrado.

 

Segundo as investigações, os trabalhadores deveriam dividir entre si R$ 400 por alqueire de terra roçada. Cada alqueire equivale a 24 mil metros quadrados.

 

Os fiscais afirmaram, ainda, que três destes cinco trabalhadores estariam vivendo nessas condições desde 2010.

 

A pena a quem submete alguém à condição análoga à de escravo pode chegar a oito anos de prisão, além de multa.

 

Outro lado

 

A reportagem tentou contato com Luiz Alfredo de Abreu por meio de diversos telefones e escritórios do advogado em Mato Grosso, no Distrito Federal e em Goiás.

No entanto, nenhuma das nossas ligações foram atendidas.

 

De Mato Grosso, fazem parte da listas os seguintes empregadores:

 

1) Clayton Grassioto – Gleba Lote 313b – Feliz Natal – 8 trabalhadores

 

2) JM Armazéns Gerais Ltda – Fazenda Colorado –  Sorriso - 4 trabalhadores

 

3) João Fidelis Neto – Fazenda Boa Esperança – Matupá - 15 trabalhadores

 

4) Luiz Alfredo Feresin de Abreu – Fazendas Taiaçu, Roma e São Lucas - Vila Rica – 5 trabalhadores

 

5) Pedro Gomes Filho – Fazenda União III – Paranatinga – 1 trabalhador

 

6) Terra Viva Carvão e Reflorestamento Ltda. – Fazenda Alan – Itanhangá - 7 trabalhadores

 

Leia mais:

 

Seis empregadores de MT estão na lista suja do trabalho escravo

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