O advogado e pecuarista Luiz Alfredo Feresin de Abreu, irmão da senadora Kátia Abreu (PMDB-TO), é um dos empregadores mato-grossenses citados na lista suja do trabalho escravo, publicada pelo Governo Federal nesta quinta-feira (23).
A lista, que aponta empregadores que tenham sido acusados de submeter trabalhadores a condições análogas à escravidão, estava suspensa há dois anos.
Há quatro anos, quando um levantamento similar foi divulgado pelo Ministério do Trabalho, também foram registrados indícios de trabalho semelhante à escravidão na mesma propriedade que figura na lista desse ano, a fazenda Taiaçu II, a 48 km do Município de Vila Rica, no nordeste de Mato Grosso.
Na época, Luiz Alfredo havia afirmado que a operação visava atingir sua irmã, então líder da bancada ruralista no Congresso. Kátia Abreu foi ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento entre os anos de 2015 e 2016.
Além de Luiz Alfredo, outros cinco empregadores de Mato Grosso apareceram na lista suja. (Veja abaixo)
Caso recorrente
Além da Taiaçu, o pecuarista é acusado de manter pelo menos cinco trabalhadores em situação de escravidão nas fazendas Roma e São Lucas.
Conforme o Ministério do Trabalho, a ação fiscal foi realizada em 2013, mas desde então Luiz Alfredo “não celebrou ou não cumpriu acordo judicial ou Temo de Ajustamento de Conduta”.
De acordo com a vistoria, os trabalhadores tinham jornada de 11 horas e moravam em um alojamento sem energia elétrica ou água. No dia 23 de agosto, quando os fiscais estiveram na fazenda Taiaçu, o vaso sanitário do banheiro estava quebrado.
Segundo as investigações, os trabalhadores deveriam dividir entre si R$ 400 por alqueire de terra roçada. Cada alqueire equivale a 24 mil metros quadrados.
Os fiscais afirmaram, ainda, que três destes cinco trabalhadores estariam vivendo nessas condições desde 2010.
A pena a quem submete alguém à condição análoga à de escravo pode chegar a oito anos de prisão, além de multa.
Outro lado
A reportagem tentou contato com Luiz Alfredo de Abreu por meio de diversos telefones e escritórios do advogado em Mato Grosso, no Distrito Federal e em Goiás.
No entanto, nenhuma das nossas ligações foram atendidas.
De Mato Grosso, fazem parte da listas os seguintes empregadores:
1) Clayton Grassioto – Gleba Lote 313b – Feliz Natal – 8 trabalhadores
2) JM Armazéns Gerais Ltda – Fazenda Colorado – Sorriso - 4 trabalhadores
3) João Fidelis Neto – Fazenda Boa Esperança – Matupá - 15 trabalhadores
4) Luiz Alfredo Feresin de Abreu – Fazendas Taiaçu, Roma e São Lucas - Vila Rica – 5 trabalhadores
5) Pedro Gomes Filho – Fazenda União III – Paranatinga – 1 trabalhador
6) Terra Viva Carvão e Reflorestamento Ltda. – Fazenda Alan – Itanhangá - 7 trabalhadores
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