Cuiabá, Domingo, 7 de Setembro de 2025
AVIÃO ARREMETEU
16.10.2020 | 14h37 Tamanho do texto A- A+

Jogador do Cuiabá chora ao relembrar voo: “Achei que ia morrer”

Problema ocorreu quando time voltava de Campinas após um jogo contra o Guarani, na quarta-feira (14)

Montagem/Reprodução

O jogador Jean Patrick publicou vídeos de dentro da aeronave

O jogador Jean Patrick publicou vídeos de dentro da aeronave

BIANCA FUJIMORI
DA REDAÇÃO

O jogador do Cuiabá Esporte Clube, Jean Patrick, se emocionou ao relatar o voo que arremeteu na tarde de quarta-feira (14), no Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande.

 

Os atletas saíram do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, em uma aeronave da companhia aérea Gol. Mas o avião arremeteu, segundo ele, duas vezes por conta da tempestade que atingia a região metropolitana.

 

Em entrevista ao canal ESPN, o volante descreveu o momento de desespero vivido por ele e outros passageiros. Jean contou que achou que não iria sobreviver.

 

“Nunca passei por esse medo, achei que a gente ia morrer. Você está lá em cima e não tem o que fazer. É complicado. Pensava no meu filho, na minha esposa, nas coisas aqui embaixo”, disse chorando.

 

O time voltava de uma disputa contra o Guarani, na Série B do Campeonato Brasileiro, que ocorreu no Estádio Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas (SP). Já chegando ao aeroporto de destino, por volta das 15h, o avião teve quedas bruscas de altura ao tentar pousar, segundo o atleta.

  

O piloto não conseguiu pousar por conta dos fortes ventos e arremeteu pela primeira vez.

 

“Pegamos uma tempestade quando foi pousar e começava a balançar muito mesmo. Nossos amigos desesperados, um rapaz até começou a orar”, revelou Jean.

 

Por cerca de 40 minutos a aeronave ficou sobrevoando a cidade à espera de alívio no temporal para pousar.

 

Mais uma vez, o piloto tentou pousar no aeroporto em Várzea Grande, mas desta vez foi ainda mais desesperador.

 

“Na hora em que entrou na tempestade novamente, olhei para a asa do avião, como é uma asa flexível, estava balançando muito”, disse.

 

“Quando ele foi pousar, estava tão forte o vento, não tinha estabilidade e ele foi tentar arremeter pela segunda vez. Com o vento muito forte, deu para perceber que ele fazia força para subir. Parecia que estava perdendo a força. Foi aí que eu fiquei mais apavorado achando que não ia sair dessa”, completou o jogador.

 

Relembrando o acidente de avião com o time do Chapecoense, Jean mandou mensagem para a esposa e gravou um vídeo acreditando que poderia ser suas últimas palavras.

 

“Até achei que não poderia estar vivo. Pode parecer exagero, mas a gente tem filho, a gente sai de casa e não sabe se vai voltar. Gravei o vídeo falando que pode ser a última mensagem. Sei o que o pessoal da Chapecoense passou e não desejo isso para ninguém”, afirmou.

 

Em terra, as famílias dos jogadores acompanhavam o trajeto da aeronave e as manobras com ansiedade.

 

Após não conseguir pousar, o avião foi desviado para Goiânia, onde chegou sem complicações.

 

“É um alívio. Isso vai ficar guardado, eu sei o que passei ali. Não foi qualquer turbulência. Depois que a gente pousou foi um alívio”, descreveu o volante.

 

A entrevista completa pode ser conferida aqui.

 

Situação corriqueira:

 

Na noite de quinta-feira (15), o especialista em aviação Lito Sousa, cujo canal no YouTube, tem mais de 1,5 milhão de inscritos, afirmou que não havia razão para que os passageiros sentissem tanto medo com o voo, já que a arremetida é uma "situação corriqueira".

 

“Eu sinto um pouco de pena, sabia. Ele está mostrando neste vídeo o que uma grande maioria da população tem que é um medo meio irracional de voar”, afirmou. Segundo ele, o que houve foi uma "situação corriqueira". Também afirmou que houve apenas uma arremetida e não duas, como o jogador teria relatado.

 

Usando dados do aplicativo Flight Radar, que monitora voos no mundo todo, Lito Sousa mostrou que chegando a Cuiabá o piloto desceu até 3,3 mil pés, muito acima da chamada altitude de decisão, que fica entre 950 e 1.150 pés. Depois disso, em razão do mau tempo, decidiu não pousar (arremeteu) e passou alguns momentos aguardando a melhora das condições climáticas, o que não ocorreu.

  

Altitude de decisão é o momento em que o piloto deve decidir se faz a aproximação da pista ou se inicia o procedimento de arremeter.

 

O comandante então, ainda conforme o Flight Radar, decidiu seguir para Goiânia. Para isso, teria que acelerar e subir. "Foi isso que o Jean Patrick achou que seria uma segunda arremetida. Em nenhum momento o voo saiu de sua operação normal”.

  

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João Moessa de Lima  16.10.20 16h58
Concordo com Lito já vi todos seus vídeos, mas o medo faz parte do nosso ser. Como Lito já disse muitas vezes mal tempo não derruba avião.
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